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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Coragem e vergonha na cara para mudar o taekwondo brasileiro

Marcus Rezende

Ficar falando dos motivos para o pífio desempenho do Brasil neste Mundial de Taekwondo, ocorrido no México, entre 15 e 21 de Julho, é chover no molhado. Os motivos do baixo rendimento dos atletas venho comentando desde que os incentivos da Lei Piva, em 2002, começaram a bater às portas de uma CBTKD que nunca teve grana para nada. A política de fomento da modalidade praticada pela confederação sempre foi nula e o taekwondo competitivo do Brasil sempre foi dependente de alguns poucos talentos. Muito pouco para a grandeza deste país.
Em 2005, Natalia Falavigna foi campeã mundial e Márcio Wenceslau vice. Nem por isso, os méritos do sucesso de ambos poderiam ser creditados à política desenvolvida pela entidade à época (a mesma dos dias de hoje: seleções formadas para o ano inteiro), mas sim ao histórico destes dois atletas.
A verdade é que o taekwondo no Brasil minguou e os treinadores (além de não terem reconhecimento nenhum) cansaram de preparar atletas e serem atrapalhados, ora pela federação do seu estado, ora pela própria CBTKD, através dos técnicos que a entidade escolhe.
A CBTKD continua com a mesma política desportiva da época de JRKim e YMKim: a de contemplar competições por federações. A diferença mesmo está nas acusações de malversação do dinheiro público investido na entidade que recaem sobre o atual presidente.
O retrogrado Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil se mantêm. Isso porque é a oportunidade de os presidentes das entidades estaduais, por um momento, se tornarem chefes de equipes e escolherem um amiguinho para técnico dos atletas classificados e de quebra colocarem os treinadores destes atletas para escanteio. 
  Há também o fato de os treinadores brasileiros, que não compartilham com a política de exames de faixa da entidade estadual, não poderem levar seus atletas às competições estaduais e nacionais por serem taxados de ilegais.
O problema também não está somente na teoria de que se deve dar todas as facilidades aos atletas que já estão mundialmente ranqueados. Estes não deveriam ser blindados dentro da seleção. Porém, por estarem no topo desta lista de atletas internacionais, deveriam ter prioridade no recebimento de verbas para poderem continuar treinando e viajando. De onde viria esta verba? Da Lei Piva, ora. Ou do Ministério dos Esportes. É nesta hora que a CBTKD precisa lutar por seus ranqueados, porém sem protegê-los dentro do processo seletivo. 
Como pode hoje Diogo Silva e Márcio Wenceslau não terem recursos financeiros para irem ao Aberto da Alemanha? Todavia, o processo seletivo deveria ser sagrado e universal, contemplando todos os taekwondistas brasileiros.
Dentre tantas coisas que faltam ao taekwondo brasileiro, a principal delas é o FOMENTO. Mas para que se tenha fomento, os dirigentes, tanto os da atual gestão, quanto os que querem entrar, precisam se desprender da ideia de que só por meio deles é que se pode chegar a faixa-preta. 
MAS ESSA GALERA NÃO QUER LARGAR O OSSO, mesmo sabendo que essa politica cancerosa de exames de faixa só diminui o número de praticantes federados e confederados.

   Enfim, há muito o que andar. Mas o primeiro passo, com certeza, só acontecerá quando a CBTKD definir que todos os mestres brasileiros estão autorizados a examinar seu alunos sem dar satisfação alguma aos presidentes de federações. 
FALTA CORAGEM E VERGONHA NA CARA!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

ESPN divulga gravação comprometedora

Marcus Rezende

Estava preparando um material de análise sobre o Mundial do México. Porém, vou deixar para uma outra oportunidade, pois a matéria trazida ao ar esta semana pelo canal de TV fechada ESPN foi a bomba que faltava para detonar de vez a cabeça do presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo e jogar respingos de lama no Comitê Olímpico Brasileiro.

Trata-se da divulgação de uma gravação realizada na sede da entidade entre uma “testemunha, especialista em prestações de contas do dinheiro disponibilizado pela Lei Piva” e o Superintendente da CBTKD, Valdemir Medeiros.
A gravação, em partes,  eu já conhecia há algum tempo, porém não havia sido divulgada. Desta vez, de forma competente e criteriosa, o vice-presidente da Federação de Taekwondo de Minas Gerais está fazendo ecoar pela mídia. Denúncias estas que Marcelino acredita ser do conhecimento do COB.
Eu, particularmente, encaminhei parte destas denúncias ao Ministério Público Federal.
A gravação divulgada pelo ESPN traz o seguinte diálogo:
Valdemir Medeiros: O Carlos quer que converse todos estes assuntos aqui reservado. Nós estamos contratando uma nova auditoria, devolveu aqueles R$ 11.000,00, a gente vai ter que ir lá no COB saber como é que vai ser o procedimento. Agora com relação a “esta nova”, a dúvida é a seguinte, você vai tirar com a Dra. Eliane também, o valor que ele deu, primeiro, tá sendo contratado para fazer 2010 e 2011, isso vai, mais um contrato novo, o contrato é de hoje. Isso vai caracterizar reembolso.
Testemunha: E o 2012 também já tá, se a gente olhar no extrato plus o 2012 já foi dado baixa também. Isso tá em balanço, tá em, sabe, é muito pior, Valdemir.
Valdemir Medeiros: Mas não dá para ficar errado porque o Ministério Público está em cima
Testemunha: Mas a minha sugestão...
Valdemir Medeiros: Se deixar do jeito que está o Carlos está fora daqui a um mês, não pode se eleger mais.
Testemunha: Não, tudo bem. Mas veja só...
Valdemir Medeiros: O que a gente tá fazendo é consertando a cag...
Testemunha: O COB autorizou, liberou, deu baixa, sinal de que não tinha nada errado...
Valdemir Medeiros: Deixa eu falar para você como é que é!
Testemunha: quer dizer, esta é a minha visão de prestadora, tá? não tenho nada a ver com isso.
Valdemir Medeiros: Lá em 2003, que eu nem fazia parte da Confederação importaram, compraram uns tatames para o sulamericano. O que aconteceu? O COB adiantou o dinheiro na conta exclusiva e foi pago, cadê? Não prestaram conta deste dinheiro. Não tem uma nota no COB, entendeu? Ai eu tô...Agora, o que faz aqui neste caso, devolve o dinheiro e dá baixa em tudo. Neste caso eu acho que a gente...a Confederação tem que fa...Eu vou conversar com ela lá...A Confederação vai fazer um ofício explicando em face disso, disso e disso, solicitando o cancelamento dessa ação. Tá intacto, operação perfeita.
Testemunha: E aí na hora ele vai falar o quê? Que é tudo de 2013, porque o ano é de 2013. Como que isso entra no processo, como que vai ser feito isso?
Valdemir Medeiros: É, ele assinaria um laudo, um parecer em 2013, e falando a verdade, que foi auditado em 2010 e 2011, foram reauditados em 2010 e 2011
Testemunha: E, aí, aí é o COB que vai dizer se pode fazer isso ou não, realmente eu não tenho, assim, eu não tenho, não sou capacitada para responder isso.
Valdemir Medeiros: Se for um acordo de cavalheiros, começaria a fazer o trabalho agora...
Testemunha: entendi...
Valdemir Medeiros: acordo de cavalheiros.
Testemunha: Inclusive explicar para a Dra. Eliane que foi o departamento jurídico que orientou assim, entendeu? Que vocês, que vocês viram que não tinha outro jeito para poder minimizar o problema, tem que explicar tudo para eles lá.
Valdemir Medeiros: Olha só...Fez auditoria e não era auditor, fez a consultoria...
Testemunha: E não é consultor?
Valdemir Medeiros: Não é consultor. Por...vai tomar...
Testemunha: Vem cá, pra ser consultor tem que ser o quê? Tudo bem que pra ser auditor...
Valdemir Medeiros: CRA (Conselho Regional de Administração)

A CONCLUSÃO É SUA, LEITOR!


segunda-feira, 8 de julho de 2013

Campeonato Brasileiro Adulto: alteração de data.

Marcus Rezende

Veja se o título desta matéria não é a cara desta nova CBTKD?
Assim saiu no site da entidade: De acordo com a Federação Paraense do Desporto Taekwondo esta alteração de data do campeonato, que se realizará na capital do Pará, é inevitável, pois “todos os ginásios de Belém entraram em reforma para as Olimpíadas Escolares e não estarão à disposição a tempo para a data de 7 e 8 de setembro”.
Está se falando do Campeonato Brasileiro de Taekwondo. Um evento entregue à federação anfitriã um ano antes e divulgado no site da entidade desde o início do ano.
Quem pode acreditar, então, na agenda desta entidade? Quem se arrisca a comprar antecipadamente uma passagem aérea mais barata sem medo de ter de transferir o voo e pagar um valor absurdo pela remarcação?
E para completar o que representa bem a cara desta entidade, ainda anunciam que não sabem onde vão realizar a competição.

FAÇA-ME O FAVOR....

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Tudo em nome da UNIDADE

Marcus Rezende

  Quando o site Tkdlivre em uma de suas matérias pediu muita calma à comunidade taekwondista - antes de comemorar o fato de o Comitê Olímpico Brasileiro ter decidido criar uma Comissão Especial Temporária para investigar as acusações de corrupção da gestão do presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Fernandes - era porque temia que o COB estivesse, naquele momento, por conta do calor das manifestações por todo o país, fazendo um Teatro.
  O principal articulador do site, José Afonso Nunes, não estava enganado. Na última terça-feira, o COB mostrou realmente ao lado de quem se posiciona. E este lado parece não ser o dos atletas e praticantes de taekwondo brasileiro, mas sim dos que dirigem esta modalidade no país. Nem mesmo a exposição do atleta Diogo Silva foi suficiente para sensibilizar tão respeitáveis dirigentes.
  Afonso faz um artigo contundente, expondo as contradições do COB. Ele questiona por que o Comitê Olímpico pode exigir da CBTKD mudanças em seu estatuto, mas não investigar denúncias contundentes de malversação do dinheiro público investido?
  O trabalho exposto no Tkdlivre é minucioso e primoroso.Vale a pena ler, entender e perceber que pelo andar da carruagem, dificilmente, pelo lado do COB, alguma investigação será feita.
  O Teatro foi apresentado, as cortinas se fecharam, porém os atores estão sempre de prontidão. Cabe agora às federações desfiliadas ilegalmente correrem atrás do prejuízo se quiserem voltar ao seio da legalidade olímpica nacional; pois o oponente não está dormindo no ponto.

Artigo do Tkdlivre.com