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quarta-feira, 25 de março de 2015

Como ousas brilhar mais que o Rei?

Marcus Rezende


O taekwondista brasileiro começa a ficar estarrecido com a forma cada vez mais ditatorial da gestão atual da CBTKD. Fico a imaginar quão aterrorizados devem ficar alguns presidentes de federações estaduais cujo corpo jurídico inexiste. Possivelmente fiquem “pianinhos” a todas as ações do chefe-mor.

Como se não bastassem as desfiliações desconexas perpetradas pela CBTKD, de algumas entidades e renomados faixas pretas deste país, a presidência da entidade fez agora  uma convocação extraordinária   dos federados para decidir sobre a desfiliação ou não do mestre Evandro César (foto), do Rio de Janeiro Veja a nota de convoção marcada para 8 de Abril, às 9:30.
   Da mesma forma que não dá transparência aos gastos que vem realizando com o dinheiro da entidade, a atual gestão da CBTKD também não expôs aos taekwondistas brasileiros os motivos pelos quais está cometendo (temos certeza) esta arbitrariedade.
Segundo o que nos disse Evandro, um dos motivos está no fato de ele ter ministrado cursos a algumas entidades contrárias à CBTKD. Porém, Evandro enfatiza que não é funcionário da CBTKD e que seus cursos são de cunho pedagógico. Ele explica que os cursos e seminários que realiza Brasil afora tem como finalidade recolher fundos para custear as passagens dos atletas da seleção brasileira.
“Em reunião eu até disse que poderia cancelar os cursos se a CBTKD garantisse a ida dos atletas no Mundial”, explicou o mestre que teve o pedido negado. Sem alternativa, Evandro passou a desenvolver seminários de aperfeiçoamento de poomsaes e regras de arbitragem das competições desta modalidade. 
“Através dos cursos e de outros meios eu custeei parte da ida de quatro atletas ao Mundial de 2013; as passagens de 3 atletas ao Pan de 2014 e as passagens e estadia de 12 atletas ao Mundial 2014, sem contar que a minha passagem eu paguei do meu bolso sem usar esse recurso destinado exclusivamente aos atletas”, relembra o mestre.
Evandro chefiou os atletas Brasileiros nos campeonatos de poomsaes no ano passado. No Campeonato Panamericano de Poomsae, os atletas trouxeram quatro medalhas de ouros e uma de prata. Já no Mundial do mesmo ano, Manoela Pontual (aluna mais antiga dele) trouxe uma inédita medalha de Bronze. Dos 19 atletas que compunham a equipe do Brasil, 14 são treinados por ele.
Outra alegação para justificar a desfiliação, segundo Evandro, reveste-se no fato de ele ter se credenciado como técnico da seleção brasileira no Mundial de 2014, sem a autorização da CBTKD. 
    Segundo o que explicou, o técnico oficial escolhido pela CBTKD só chegaria ao local na véspera da competição. Dessa forma, a delegação não teria representante no Congresso Técnico, realizado dois dias antes. “Sem termos representante, eu assumi o posto e tão logo o técnico chegou entreguei minha credencial. No entanto, sou acusado disso”, conta.
Evandro revelou que em 2013, no Campeonato Pan-Americano de Cadetes e Juvenil, a equipe brasileira viajou sem técnico e que ao chegarem ao local da competição, os jovens, todos menores de idade, foram surpreendidos com a informação de que a Seleção Brasileira não estava inscrita no evento. 
“A CBTKD não tinha pago a taxa de anuidade da PATU (Panamerican Taekwondo Union) e fomos informados disso pelo diretor financeiro da entidade e que se não fosse paga a taxa no Congresso Técnico, ninguém participaria. Adivinha quem resolveu isso e pagou duzentos dólares? Eu , mais uma vez”.
   Evandro, nos últimos anos, juntamente com o seu grupo da TKD Rio, tem realizado um trabalho espetacular para o taekwondo marcial competitivo do Brasil. Depois do resultado inédito no último Mundial de Poomsae, quando a sua principal atleta, Manoela Pontual, chegou à terceira colocação Veja aqui, ele passou a viajar pelo Brasil ministrando seminários e contribuindo sobremaneira com a evolução desta modalidade competitiva.
Teria sido este o motivo?

Ao que parece, o sucesso de uns acaba diminuindo a luz divina de outros?