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sábado, 20 de agosto de 2016

Maicon Siqueira leva o bronze na Olimpíada e crava o nome entre os melhores do mundo

Marcus Rezende

Maicon Siqueira passa a ser agora a maior referência do taekwondo brasileiro
     Quando no início de 2015 o treinador da Equipe Two Brothers, da cidade de São Caetano, Reginaldo dos Santos me dizia que um jovem atleta estava despontando para se firmar como um dos melhores pesos-pesados do mundo, ele sabia o que estava afirmando.
Ele se referia a Maicon Siqueira, atleta descoberto nos Jogos Regionais de São Paulo. Na oportunidade dos Jogos, Maicon perdeu. No entanto, a derrota não vedou os olhos do futuro treinador, tampouco o do irmão Clayton. Os dois garimpeiros de campeões viram na velocidade e explosão de Maicon um talento a ser lapidado.

   Na ocasião, Reginaldo dizia com eloquência que o jovem iria surpreender e lutar fortemente pela vaga brasileira na Olimpíada do Rio. Em seis meses de trabalho, Maicon já despontava no circuito internacional, desbancando alguns dos grandes atletas do ranking olímpico e mundial.  E não deu outra... No início de 2016, ele conquistava o seu lugar como o peso-pesado do Brasil.

  Quem viu esse jovem atleta de 23 anos lutando com os melhores do mundo nesta Olimpíada, pode reconhecer o talento deste guerreiro e que a medalha foi mais do que merecida.
  Ele foi bronze, mas poderia perfeitamente ter conquistado a medalha de Ouro, dada a consistência técnica de seus movimentos.

   Quando se tem a orientar um atleta com a desenvoltura de Maicon, com competências técnicas tão bem trabalhadas - e do outro lado um adversário também gabaritado e provido de uma estrutura própria de países que não brincam de indicar dirigentes para se sentarem como técnicos – o detalhe tático entre um round e outro pode fazer uma grande diferença.

   Mesmo não podendo contar com o seu técnico, que assistia nas cadeiras da Arena Carioca 3, Maicon foi um grande guerreiro. Focou no que queria e cumpriu aquilo que lhe foi determinado. A medalha de bronze passa a ser um marco para o taekwondo masculino de um Brasil cuja mídia, a partir desta segunda-feira, dia 22 de Agosto, volta a dedicar o tempo de seu noticiário esportivo, quase que exclusivamente, ao futebol.

Infelizmente sempre foi assim. Não é agora que vai mudar. 

Parabéns Maicon pelo grande feito. Curta esse momento único e eterno em sua vida. 
Ficamos por aqui na esperança de que a estrutura do taekwondo brasileiro se modifique.

Parabéns também aos irmãos Reginaldo e Clayton Santos pelo belíssimo trabalho. A medalha também é de vocês!

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Quem leva o Ouro até 58 Kg

Marcus Rezende

É difícil afirmar quem vai levar a medalha de Ouro na categoria até 58 kg, dado o equilíbrio técnico existente entre alguns atletas. De um lado está Farzan Fallah, do Iran. 
Farzan Fallah, Iran


Do outro, Tae hun Kim, da Coreia, primeiro e segundo do ranking, respectivamente. Ambos vão ter que estreitar a chave, passando por pedreiras, para lutarem pelo Ouro na final. E qual será esse caminho tortuoso?
Tae-Hun Kim,Coreia


O iraniano, em sua primeira luta, terá de passar pelo marroquino Omar Hajjani, 80º no ranking Olímpico, enquanto Kim enfrentará uma revelação: o tailandês Tawin Hanprab, de 18 anos.



Tawin Hamprab 18 anos
Jesus Tortosa, Espanha
Com boa envergadura, e utilizando a perna direita de forma rápida e precisa, este garoto exigirá do coreano alguns cuidados para não ser surpreendido.

 O iraniano, por sua vez, que deve facilmente vencer o marroquino, encontrará dificuldade no segundo combate quando terá pela frente o vencedor da luta entre Jesus Tortosa (Espanha) e Shuai Zhau (China). Eu apostaria no espanhol. Mas ambos são muito bons. 


Shuai Zhao da China
Na parte baixa da chave, Kim (Considerando sua vitória sobre o garoto da Tailândia) vai aguardar o confronto entre o veterano da Austrália, Khalil Safwan e o belga Ketbi Si Mohamed. Acredito que ambos não sejam páreo para o coreano. 
Ketbi da Belgica pode surpreender

Khalil Safwan,Austrália
Voltando a parte de cima, considerando hipoteticamente que o iraniano vença o espanhol, ele ficaria a espera de um dos atletas dos confrontos entre o mexicano Carlos Navarro e o líbio Yousef Shriha (o Mexicano deve vencer) e o brasileiro Venilton Teixeira e o baixinho israelense Atias Aron. O brasileiro tem mais chances. Neste cenário, o iraniano esperaria o confronto entre Brasil e México. Apesar de torcer para o brasileiro, não acho que ele passe por Navarro. O mexicano tem um jogo tático mais estruturado, apesar de o brasileiro ser muito técnico.


Venilton Teixeira do Brasil
Carlos Navarro do México
Voltando a briga de baixo, onde se encontra o coreano,  quatro atletas na parte intermediária da chave vão brigar para enfrenta-lo. Ruy Bragança (Portugal) pega Oscar Munoz (Colômbia), medalha de bronze na última Olimpíada, em Londres. Ruy deve vencer, acredito, pois está voando. 


Oscar Munoz - Bronze em Londres
Ruy Bragança de Portugal
Um deles vai esperar o vencedor da luta entre o magistral Levent Tuncan (Alemanha) e o vara-pau Luís Pie (República Dominicana).Vou ousar, apostando no Alemão. Se dessa forma acontecer, teremos um confronto sensacional entre Ruy e Tuncan para saber quem enfrentaria o coreano. Difícil dizer quem venceria. Eu torceria por Tuncan, apesar de entender que nenhum dos quatro mencionados acima sejam páreo para Kim, que deve chegar à final contra o iraniano.
Luis Pie, o gigante magro



O alemão magistral Levent Tuncan
E quem levaria o Ouro? O coreano de 22 anos, bicampeão mundial na categoria até 54kg (2013 e 2015) ou o iraniano de 20 anos, campeão Mundial de 2015 no peso até 58 kg.
No último confronto entre os dois, deu Kim por 3x2. Mas Farzan o venceu também no confronto imediatamente anterior.
Omar Hajjani do Marrocos

Mas tudo isso é especulação deste humilde blogueiro, querendo dar pitacos em uma competição que sempre nos surpreende. Na verdade, queremos é que Venilton passe por cima do mexicano e derrube Farzan para chegar à final olímpica.                                    
Yousef Shriha da Líbia

Atias Ron de Israel