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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Quem pode ensinar taekwondo no Brasil

Marcus Rezende

Existe no Brasil, por falta de conhecimento das leis, muita confusão sobre quem pode ou não ensinar a modalidade no país. Alguns acreditam que somente as entidades de administração constituídas têm o direito de trabalhar com o taekwondo em todas as suas vertentes. Ledo engano de quem assim pensa.
Digamos que alguém treine taekwondo com algum professor ou mestre bem conceituado até o 2º Gub (penúltima faixa antes da Preta), e que de repente decida, já com aquela graduação, largar o grupo do qual fazia parte para alçar carreira solo. Mais ainda: digamos que, por ter conquistado uma boa técnica, ele decida colocar uma faixa preta na cintura, alugar um espaço e começar a ensinar o taekwondo que sabe. E indo além, decida também examinar seus alunos às graduações. Quem pode impedi-lo de fazer isso? NINGUÉM!
A lei do país é clara: O cidadão só não pode fazer o que o lei lhe proíbe. O que não está definido em lei, é permitido. O sujeito pode abrir uma academia de cuspe à distância, se quiser. Os estatutos de Confederação, Federações e Associações de taekwondo só servem para reger as próprias organizações; o nome taekwondo não lhes pertence.
Entretanto, da mesma forma que um faixa vermelha pode, se quiser, colocar uma faixa preta na cintura e ensinar taekwondo (pois a lei do país não lhe proíbe de fazê-lo), ele também assume o risco de responder na justiça por esta liberdade que a lei lhe proporciona. É simples. Se ele abre uma academia e diz que é faixa preta sem sê-lo; ou se faz exames de faixa sem que a graduação do taekwondo assim o permita, poderá ter de reparar futuramente os danos morais e materiais causados aos alunos que se sentirem enganados achando que poderiam (por exemplo) ser reconhecidos pela Kukkiwon, organização mundial com sede na Coreia. Todavia, caberá aos que se sentirem prejudicados acionar a justiça. E isso não cabe às federações ou professores e mestres.
O que as entidades poderiam fazer, em vez de só pensarem em organizar campeonatos e lucrar dividendos com exames de faixa, é alertar a sociedade sobre a importância de treinar taekwondo com faixas pretas que possuem ou já possuíram registro na entidade ou que sejam detentores de certificado de entidade internacional reconhecida, como o da Kukkiwon. 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Relembrando campeões até o ano 2000

Marcus Rezende

Em meio às mazelas políticas do taekwondo brasileiro, de vez em quando, é bom darmos luz àqueles que fizeram a história desta modalidade até o ano 2000.
Nos anos 1970, os grandes nomes do taekwondo brasileiro eram Rodney Américo, Flávio Molina, Luiz César (RJ), Edson Bernardes (RS) e André Maurício (DF).
Já no final da década de 70 surgia um menino que seria seis vezes campeão brasileiro e que apresentava um taekwondo contundente. Os adversários sentiam pânico, pois ele batia muito forte para uma categoria que ia até os 68 Kg. Carlos Loddo (DF) não lutava simplesmente para fazer pontos. Ele visava sempre o nocaute. Levava a força da arte marcial para a competição. Até 1986, venceu todos os confrontos nacionais de que participou e foi o primeiro brasileiro a trazer uma medalha para o Brasil, na primeira Copa do Mundo, em Colorado Springs (EUA). E só não foi à final contra o atleta da Coreia porque rompeu os ligamentos do joelho, quando vencia facilmente o adversário egípcio.
Na mesma década, em São Paulo, surgia Milton Iwama, Alysson Yamaguti (que se tornariam em 1993 vice-campeões mundiais) e também Fábio Goulart (medalha de Ouro no Campeonato Pan-Americano de 1990 e Ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1991) e ainda Lúcio Aurélio (PR), que foi bronze no Mundial de 1995.
O Rio Grande do Sul tinha os irmãos Dong e In Kyu Lee e Alexandre Gomes. Em 1987 surgia, na Copa Brasil daquele ano, um menino de 15 anos que, apesar de não vencer aquela competição, encheria os olhos de todos por conta da versatilidade de seus movimentos. César Galvão (Bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1991) era uma máquina. O menino parecia um pião. Ele fez lutas especiais contra o principal adversário, Alexandre Gomes, nos anos seguintes.
Os anos de 1990, foi do estado de São Paulo que saiu o maior número de revelações. Márcio Eugênio, Carlos Costa, Belmiro Giordani e os juvenis Diogo Silva, Márcio e Marcel Wenceslau. De Londrina, no Paraná, Walassi Ayres. Mas a primeira medalha em Mundiais foi do brasiliense Jorge Gonçalves. Ele foi bronze em 1991, na Grécia.
Entre as mulheres, a década apresentou nomes importantes no Rio de Janeiro, como Karina Kouzemenco, Ana Paula França e a guerreira Manoela Pontual. A paulista Leonildes dos Santos traria a Prata no Mundial de 1995.
De Londrina, quase chegando aos anos 2000, destaque para Carmen Carolina (a primeira atleta a representar o Brasil nas Olimpíadas de Sidney) e Natalia Falavigna que dispensa comentários.

Havia outros grandes atletas brasileiros que também conquistaram medalhas internacionais neste período. Porém, paramos por aqui, com a lembrança destes guerreiros. Alguns ainda estão em plena atividade, para demonstrar que já nos anos 80 o Brasil despontava em competições internacionais.

domingo, 26 de maio de 2013

Presidente da CBTKD sempre de olho no blog

Marcus Rezende


É muito legal quando postamos uma crítica à CBTKD e imediatamente temos uma resposta. Vejamos no caso da última postagem em relação ao site da confederação que estava fora do ar havia dias. Bastou tocarmos na ferida, no dia 24 de Maio que ele voltou no dia seguinte. Todo desatualizado, é verdade, mas pelo menos ali, bonitinho, no ar. Isso é sinal de que o presidente da entidade é nosso assíduo leitor e percebe que ERRAR TENTANDO ACERTAR tem limites.
Neste episodio, na verdade, não pegou bem, para a SUBIDA DE LADEIRA E PEGADA CONTINUADA, o meio de comunicação oficial de uma modalidade olímpica ter ficado indisponível na internet por dias, seja por que motivo fosse. 
De minha parte, tenho como única intenção contribuir com o taekwondo brasileiro de uma forma altruísta. Sempre tenho tentado demonstrar por meio do blog o quanto esta administração erra nas diversas ações de sua responsabilidade. Gostaria, sinceramente, de poder assinalar um ato positivo desta gestão. Porém, não consigo encontrar um.
Muitas vezes são indícios de má-fé deslavada que aparecem; outras vezes, tomadas de decisões em detrimento das leias máximas do país. Recentemente, para espanto de muitos, começamos a ver o presidente da entidade fazendo parte de bancas de exames de faixas. Quem acha natural o presidente máximo de uma confederação de um esporte olímpico se juntar a um punhado de mestres para examinar alunos alheios, precisa rever os conceitos de ética que possuem. Aí vão dizer, Os grão-mestres JRKim e YMKim faziam a mesma coisa. Quanta diferença. Os dois formaram o taekwondo brasileiro e já eram examinadores de seus próprios alunos desde a década de 70. Este que está aí formou quem e o quê?
Muitas vezes, o que fica latente nesta administração, além dos atos que denotam má-fé, é a pouca vivência desportiva de seus gestores e o pouco conhecimento de como conduzir um esporte especificamente individual.
Um dia vai aparecer alguém que vai colocar o bonde no trilho certo. Aí, os caras vão ver que os resultados surgem com ações simples e sem invencionices.
O pior é que quem eu vejo com talento, vivência desportiva, cultura e inteligência para pegar este enrosco e colocá-lo em ordem, ainda está dentro dos dojans querendo nos dar alegria colocando medalhas no peito.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

ESSA PEGADA VAI CONTINUAR


Marcus Rezende

   A atual gestão da CBTKD gosta de se gabar de que realiza um trabalho revolucionário no taekwondo brasileiro. O atual presidente estufa o peito em entrevista para dizer que “O taekwondo brasileiro não pode mais regredir...tem que agora subir ladeira...” e acentua que este crescimento está se dando também na área administrativa. COMO ASSIM?
Pior é quando o representante maior do taekwondo brasileiro solta frases como: “Eu acho que podemos errar não na intenção de querer errar; sim na intenção de querer acertar”.
O amadorismo na casa mãe taekwondista é absurdamente grande, sobretudo porque não podem reclamar de falta de grana. Os caras recebem dinheiro do Governo e ainda têm a Petrobrás bancando os atletas da seleção brasileira e as respectivas viagens deles ao exterior. Mesmo assim, sem precisar se preocupar com esta receita, não conseguem melhorar a imagem desgastada da entidade.
Agora, para completar o amadorismo, tiraram o site do ar e passaram a publicar as informações oficiais por meio do site BANG. Isso nunca aconteceu em nenhuma das gestões anteriores. Não há como seriamente realizar e aceitar uma ação como esta. Até se compreende um problema técnico que tire por algumas horas um site do ar. Mas por vários dias e sem a menor explicação? É inaceitável. 
 QUANDO SERÁ QUE O GIGANTE VAI ACORDAR PARA A REALIDADE? DEPOIS NÃO ENTENDEM POR QUE NENHUMA EMPRESA PRIVADA QUER ASSOCIAR O NOME À CBTKD.
Depois, no tranco, em 25/05/2013, voltaram ao ar.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

CBTKD elege novo STJD descumprindo prazo do mandato anterior


Marcus Rezende

O atual gestor da CBTKD convocou e elegeu o STJD da entidade no dia 15 de Maio. Isso depois de dizer na TV que não reconhece o órgão, tampouco os poderes dele.
Bem, entre tantas ilegalidades ao longo de quase três anos à frente da confederação, “o todo poderoso do taekwondo brasileiro” comete agora mais uma à coleção, convocando a eleição do STJD fora do prazo. Ele não deve ter conhecimento, mas se tem, desconsiderou como isso deve ocorrer. Quem deve convocar a eleição é o presidente do próprio STJD, cujo mandato só termina no final de Dezembro. Ou seja, o dono do taekwondo brasileiro vai passando, sem o menor sentimento de culpa, o rolo compressor, acreditando totalmente na impunidade.
A pressa em convocar e antecipar tal eleição, provavelmente deva-se ao mandado de garantia despachado pelo presidente do STJD, Jardson Bezerra, em favor das Federações de Taekwondo de Minas Gerais, São Paulo e Rondônia. O mandado foi registrado e acatado pelo Cartório de Pessoas Jurídicas do Rio de Janeiro. Por isso, suspeita-se que a confederação tenha tratado de realizar a eleição de um novo STJD, desconsiderando a decisão do presidente do órgão, o qual vem se posicionando contrário às decisões da confederação.
Pelas normas legais, a convocação de uma eleição para o STJD é de atribuição do próprio presidente do órgão em fim de mandato. Ele solicita às classes de atletas, árbitros, federações, confederações e OAB a indicação dos auditores que comporão a casa judiciária deste desporto.
Porém, no Taekwondo, para não perder o costume, o próprio presidente é quem vem dando as cartas e fazendo a composição de um tribunal que talvez não lhe traga problemas futuros.
Vamos ver no que vai dar esta bagaça!!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

TAEKWONDO BRASILEIRO: Um buraco de cartas embaralhadas


Marcus Rezende

Como acreditar que o taekwondo olímpico brasileiro possa ter alguma chance frente às grandes forças do taekwondo mundial, se o que vem sendo feito pela Confederação Brasileira de Taekwondo são operações de destituição de federações constituídas legalmente e sem uma justificativa plausível?
A confederação desfiliou, entre outras, as federações de São Paulo e de Minas Gerais e alçou ao comando dos dois estados duas novas frentes institucionais, deixando os atletas paulistas e mineiros sem saber o que fazer.
O mais triste neste episódio é perceber como a coisa se deu absurdamente fácil. Na minha visão, os homens de frente destas duas entidades dariam muito rapidamente uma resposta a altura da ilegalidade cometida e mostrariam a todos os taekwonsistas do país que não se pode brincar com a democracia, tampouco com a ordem legal constituída.
Todavia, quando se fala em legalidade, não se pode dissociá-la das barras da Justiça. E o que fizeram estes dois dirigentes estaduais até o momento? De concreto, NADA. A inércia destas duas figuras importantes do taekwondo brasileiro mostrou aos demais presidentes de federações quem realmente tem a força, ATÉ O MOMENTO.
Imagine você ter o apartamento invadido por pessoas que chegam e dizem que o imóvel agora não é mais seu, pois os demais inquilinos se reuniram em assembleia patrocinada pelo síndico do prédio e decidiram por colocar um novo morador no imóvel? Imagine, em ato contínuo, você esperneando, gritando, falando pra todo mundo a injustiça sofrida, mas ficando a espera de que alguém apareça pra fazer alguma coisa que lhe devolva o imóvel? 

Porém, como mencionei acima: ATÉ O MOMENTO. E torço para ter a felicidade de engolir este julgamento. 

Como em uma guerra, tal vitória sobre pesos pesados do taekwondo brasileiro, fez o medo tomar conta de quem dirige entidades por este país... Atualmente ninguém ousa fazer críticas ou se contrapor aos ditames do presidente entronizado no início do mês de Março. O mais curioso é que antes, alguns presidentes de federações costumavam fazer ameaças aos presidentes anteriores, os deixando um tanto quanto reféns. Hoje a coisa se inverteu e é exatamente o contrário que vem ocorrendo. O atual presidente com seu aparato jurídico é quem dá as as cartas embaralhadas desse buraco que se tornou o taekwondo brasileiro. E o buraco está muito fundo mesmo para o taekwondo tupiniquim.  Cá em cima está o taekwondo dos países cujas entidades agregam praticantes de todas as vertentes em vez de afastá-los.
Por estas bandas, apesar de o dinheiro público estar jorrando na casa-mãe taekwondista, não se vê qualquer ação visando o fomento da modalidade. MAS QUEM DISSE QUE É PRA FOMENTAR E CRESCER?
Eu, que não tenho mandato nem voto, vou dando a minha contribuição opinando sobre o que acredito ser o correto para o taekwondo do meu país. E vou me entristecendo e me indignando com algumas outras figuras que, também, fora do poder, fingem que nada está acontecendo, e que só ficam à espera de que uma BOQUINHA surja dentro do sistema.