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sábado, 20 de junho de 2009

O forte interior paulista diante do anacronismo do taekwondo brasileiro

Foto: site MasTaekwondo Brazilian TKD Team, da cidade de Piracicaba, treinada por Frederico Mitooka (último à direita), Cláudio Aranda (preparador físico - ao lado) e supervisionada por Fernando Madureira (à esquerda

Marcus Rezende

Queiram ou não, há uma nova realidade surgindo no país e que vem do interior de São Paulo. E esta nova realidade deve começar a dar a tônica de onde virá o real desenvolvimento do taekwondo brasileiro. Quem não acompanhar esta realidade, vai ficar para trás.
Falo do apoio de prefeituras do interior de São Paulo e empresas à formação de equipes de alto rendimento, como, por exemplo, a Brazilian taekwondo Team, da cidade de Piracicaba.
Da mesma forma o São Caetano e São Bernardo do Campo, entre outras cidades paulistas. Os melhores lutadores do Brasil estão nestas equipes.
Daí é certo afirmar que o Campeonato Brasileiro por federações já perdeu o sentido. Logo, logo, estas equipes vão estar pressionando a CBTKD a mudar o atual sistema. Desde o ano 2000 que venho alertando para o anacronismo de se manter competições nacionais por federações. Isso não acrescenta nada para o taekwondo nacional, a não ser massagear o ego de presidentes de federações e técnicos por eles indicados. Além disso: é financeiramente inviável, quando a federação arca com responsabilidades de transporte, alimentação e estadia. As entidades estaduais teimam em querer treinar as equipes estaduais para representa-las, quando isso cabe, na verdade, ao treinador de cada atleta. A missão de uma federação é outra: fomentar o esporte. O brasileiro por federações (em todos os níveis) parece ser o regozijo somente de dirigentes, que utilizam o evento para se mostrarem importantes nos Congressos Técnicos e nos cerimoniais enfadonhos.
À medida que estas equipes do interior de São Paulo se fortalecem, surge a pressão automática para que essas agremiações não fiquem restritas aos campeonatos de São Paulo. Aqueles que investem nessas equipes querem projeção e status nacionais.
Tal pressão eu senti na pele, em 2001, quando era técnico do Vasco da Gama. Os dirigentes não entendiam o por que de o Vasco não poder disputar nacionalmente e riam do sistema competitivo do taekwondo.
Os Jogos do Interior de São Paulo estão se tornando a principal competição nacional. Por mais que os presidentes de federações façam pressão para que Campeonato Brasileiro por Federações seja seletiva para eventos internacionais, tal anacronismo não se sustenta mais e o taekwondo brasileiro ainda vem sobrevivendo competitivamente perante outros países por conta do trabalho isolado dessas equipes. Mas a falta de política nacional, em torno do alto rendimento, está deixando o Brasil pra trás

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