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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tentando ajudar o taekwondo do meu país

Marcus Rezende

Temos daqui até as Olimpíadas 6 anos para tentarmos de verdade disputar medalhas olímpicas. Isto porque para os Jogos de Londres, em minha opinião, somente a Natalia, atualmente, reúne atributos já solidificados.
Dos atletas de alto nível do país, Natalia é a única que vem pautando seu trabalho na certeza de que em 2012 novamente estará podendo repetir o feito de 2008.
Mesmo que já tardiamente, o Brasil ainda poderá ter chances em 2016 se começar o trabalho agora. As chances só existem porque teremos todas as categorias sem precisar disputar nenhuma seletiva classificatória, pois se isso fosse necessário, lamentavelmente os seis anos seriam poucos.
Se continuarem a pensar que o caminho está unicamente no trabalho junto às Seleções Juvenis, imaginando que esses meninos, e tão somente eles, é quem vão representar o Brasil, vamos amargar mais uma decepção. A receita para o que deve ser feito é simples. E não é invenção, é calcada em realidade.
Passos que considero importantes:
- A CBTKD tem que urgentemente criar uma campanha para aumentar o número de praticantes no Brasil. Isso é basal;
- Criar urgentemente um ranking objetivando a formação dos cabeças-de-chave em competições nacionais; é a chance do faixa-preta desconhecido e sem ranking ter a chance de lutar nas seletivas com atletas brasileiros conhecidos. O resultado disso é o indubitável ganho técnico desse atleta sem pontuação no ranking;
- O regulamento de ranking divulgado recentemente não atende totalmente às necessidades de balizamento dos principais nomes do Brasil. Precisariam, de imediato, no mínimo, juntar os resultados de 2009 e 2010 e já lançarem a pontuação que correrá em 2011. Isso dará orgulho aos atletas que já representaram o Brasil, colocando-os em posição de destaque nas chaves de todas as competições. Ou seja, é a certeza de que os principais atletas não vão se enfrentar de cara; é a certeza de que os atletas inexperientes lutarão com os melhores (seria a CBTKD proporcionando experiência internacional aos iniciantes dentro do próprio Brasil) Agora, se o ranking não for para determinar o posicionamento dos atletas nas chaves, esse ranking já vai nascer morto.
- Fim de uma Seleção para o ano inteiro. Um erro cavalar. Não entendo como continuam fazendo isso.
- Seletivas abertas para decidir as vagas para as competições internacionais (Etapa aberta e etapa fechada). Na aberta, em vez de dificultar a participação de agremiações e seus atletas, estimula-la e facilitá-la. Na fechada, com os 3 primeiros colocados da aberta, faze-la em forma de rodízio. A Competição aberta pode ser um Open tradicional, o Interclubes ou mesmo outra a fazer parte do calendário de todos os anos. A Fechada seria o evento para a televisão, pela certeza de grande lutas.
- O Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, em hipótese alguma, poderiam ser seletivos. Isso seria a manutenção do que considero um dos grandes erros da CBTKD. Todavia, os vencedores ganhariam pontos no ranking nacional. É preciso convencer os presidentes das federações de que a função da entidade estadual não é a de formar seleções estaduais. Suas responsabilidades são outras. Como é difícil entenderem isso. Querem por que querem participar de uma festa que deve pertencer às equipes, aos treinadores do Brasil e aos atletas.
- Deixar que o atleta da Seleção Brasileira trabalhe com liberdade com o seu próprio grupo multidisciplinar, a exemplo do que faz Natalia Falavigna. Os técnicos da Seleção ficariam na incumbência de conhecer as características dos atletas, para ajuda-los na hora da competição internacional.
Medidas simples e eficazes que podem acontecer adicionadas a outras iniciativas.
É isso aí. Só tentando ajudar o taekwondo do meu país.

3 comentários:

Studio Ney Mauricio Personal Training disse...

Caro Marcus,
Seu blog deveria ser mais acessado por quem dirige o esporte nacional, não apenas o Taekwondo. Espero que seus seguidores possam ajudar a expandir suas ideias em todo o território nacional.
Abraço,
Ney Farias
Karate-do

Ricardo Andrade disse...

Realmente, Ney Maurício tem toda razão. Mas a grande indagação, o grande questionamento e por conseguinte, o grande problema é que a onisciência e onipotência dos dirigentes e seus asseclas, faz com que sistemas utilizados por outras modalidades, com comprovado sucesso e reconhecida eficácia, não "sirvam" para o taekwondo brasileiro. Termino deixando uma frase do grande jurista Ruy Barbosa: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".

Túlio Escobar disse...

Quanto mais eu leio estas postagens, mais me da vontade de conhecer o sr. Fico feliz em saber que existam pessoas assim. Deixo aqui registrado a minha total admiração pelo seu trabalho e pelas suas criticas construtivas ao tkd nacional. Espero que um dia esse cenário mude.