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domingo, 30 de janeiro de 2011

EOP é uma coisa e Seleção Brasileira é outra

Marcus Rezende

Eu costumo ver as coisas de forma muito pragmática. Não consigo realmente perceber na prática a eficácia de certos malabarismos que visam definir quais serão os atletas da EOP em 2012. É seletiva de lá, seletiva de cá, escolhem-se dois do Brasileiro; outros dois da Copa do Brasil, pega-se o fulaninho vencedor da sub 21, junta tudo e põem para enfrentar aqueles que já estão na EOP. Beleza. Até poderia ser assim, se isso não fosse definir os representantes do Brasil durante todo o ano seguinte. EOP é uma coisa, Seleção Brasileira é outra.

O quê? Esse Marcus Rezende está maluco, diriam alguns.

Observem. Definir 32 atletas para uma EOP/2012, os quais vão receber do COB uma ajuda de custo durante todo o ano, sem problemas. No entanto, isso não pode representar retirar a chance à vaga na seleção, no ano seguinte, de ótimos atletas que, por algum motivo, não ficaram entre os 32. Só para dar um exemplo: Licínio Soares e André Bilia (perderam ano passado). Não podem tentar a vaga para o Mundial de 2011 porque os nomes foram definidos no ano anterior. Alguém duvida da capacidade destes dois atletas? Ou seja, os caras já em 2010 ficam sabendo que estão fora em 2011 e que só têm chance de representar o Brasil em 2012. É desalentador ou não? Vão ficar lutando durante o ano de 2011 para tentar, no final do ano, a vaga para o próximo.

Quero dizer o seguinte: mesmo existindo 32 contemplados com os recursos da Lei Piva, eles têm que confirmar a condição de representantes do país em seletivas planejadas para eventos internacionais. E isso no ano da competição internacional.

Se perderem a seletiva, não perdem a condição de atletas da EOP. Mantêm-na até o final do ano. SIMPLES.

A Comissão Técnica da Seleção não pode acreditar que somente 32 atletas têm chances. É importante entenderem que quanto mais o leque se amplia, mais se abrem oportunidades.

Vejamos. Vamos entrar em 2012 já com a definição dos atletas que irão às Olimpíadas. Márcio, Diogo, Douglas, Leonardo, Natalia e Kátia (provavelmente sejam estes) vão lutar este ano pelas quatro vagas que o Brasil pode alcançar. O único evento importante da WTF em 2012 é a Copa do Mundo. Então por que não fazer uma seletiva para a escolha da Seleção que vai a esta competição no próprio ano, respeitando, logicamente, as prioridades de quem estará nas Olimpíadas?

Continuo insistindo: há duas dinâmicas distintas a serem trabalhadas. A primeira, no que se refere à EOP. A segunda, à Seleção Brasileira.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Nomes novos na CBTKD

Marcus Rezende


Apesar de nada ainda ter sido publicado oficialmente, ao que se sabe, o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes, indicou quatro nomes que podem dar “up grade” à CBTKD. São eles: Juliano Tomé, Jadir Fialho, Ricardo Andrade e Frederico Mitooka.
Juliano, ao que parece, está assumindo a administração da Confederação. Seria uma espécie de superintendente com o compromisso de deixar tinindo a parte administrativa da entidade. O jovem advogado, ao que pude verificar quando tive a oportunidade de conhecê-lo, é muito organizado e inteligente. Vai ajudar em muito.
Outro nome importante escolhido, este para a área técnica, foi o de Jadir Fialho, o qual deve assumir a coordenação do Projeto da Petrobrás. Jadir há muitos anos desenvolve trabalhos na área social e já foi até premiado pela ONU. À frente da Direção Técnica da Federação do Rio, conseguiu desenvolver um belo trabalho, ganhando assim a confiança de Carlinhos.
De Ricardo Andrade sou até suspeito de falar, porque é irmão. Mas posso afirmar que não conheço no Brasil ninguém mais organizado e meticuloso. Além disso, já atuou como técnico da Seleção por oito anos. É pós-graduado em treinamento desportivo e tem bastante experiência internacional. Conhece muito bem os principais atletas do Brasil e pode contribuir muito no processo de refinamento da preparação às vagas olímpicas.
Quanto a Frederico Mitooka o que tenho a dizer é que Carlinhos está dando oportunidade a um jovem impetuoso (no bom sentido) e promissor. Um sujeito que desenvolve um belo trabalho de alto rendimento com a equipe que dirige na cidade de Piracicaba. Alguns de seus atletas fazem parte da Seleção Brasileira. Frederico vai contribuir demais com a Comissão Técnica.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Camping de Londrina não será uma boa

Marcus Rezende

O Camping de 14 dias programado para início desta segunda semana de janeiro, em Londrina, em minha opinião já começa a detonar a preparação de atletas focados e com programação cíclica voltada para as grandes competições.
Mesmo os treinadores dos atletas sabendo antecipadamente do camping, não há como desenvolverem uma planilha de treinos, já que a programação técnica e física da Seleção será definida por outras pessoas e sem previa informação.
Pelo que conheço de Carlos Fernandes, ele vai respeitar o que já estava programado desde o ano passado. No entanto, vai ficar de olho no custo-benefício deste empreendimento e analisar até que ponto tal despesa valeu a pena.
Quem costuma ler meus artigos sabe o quanto lamento e sou contrário a este tipo de programação. Retirar dos atletas a autonomia de se prepararem com seus treinadores em suas cidades, para deixá-los confinados por tanto tempo só é benéfico para quem ainda não entrou em sintonia com a realidade de um esporte individual. Mas fazer o quê? Querem ter uma seleção reunida, ali, bonitinha, treinando em conjunto. Acordando cedo, ouvindo conselhos, treinando em dois ou três períodos, jantando e indo para a cama no mesmo horário.
É lamentável que entendam a preparação de atletas de taekwondo desta forma. Muito melhor seria se interagissem com os treinadores e utilizassem os recursos na individualização dos trabalhos, como faz a Natalia. Acredito que ela não participe do camping. Não iria correr o risco de destruir o seu trabalho.

Não estou questionando a capacidade dos técnicos da seleção. A questão é outra.
Os intercâmbios internacionais, por exemplos, tinham que também ser individualizados.

Só para dar um exemplo, não necessariamente sendo desta forma: para o Márcio, um intercâmbio no México poderia ser interessante. Já para o Leonardo e Douglas, a França ou a Alemanha já seria mais producente. Para o Diogo e Kátia, de repente, a Coréia. O gasto seria, na média, aproximadamente o mesmo que se levassem todos a um único país.
E para encerrar, reforçando o que publiquei no Blog anterior. A Comissão Técnica precisa definir a dedo quem vai representar o Brasil nos Jogos Panamericanos e nas Seletivas Olímpicas.