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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Camping de Londrina não será uma boa

Marcus Rezende

O Camping de 14 dias programado para início desta segunda semana de janeiro, em Londrina, em minha opinião já começa a detonar a preparação de atletas focados e com programação cíclica voltada para as grandes competições.
Mesmo os treinadores dos atletas sabendo antecipadamente do camping, não há como desenvolverem uma planilha de treinos, já que a programação técnica e física da Seleção será definida por outras pessoas e sem previa informação.
Pelo que conheço de Carlos Fernandes, ele vai respeitar o que já estava programado desde o ano passado. No entanto, vai ficar de olho no custo-benefício deste empreendimento e analisar até que ponto tal despesa valeu a pena.
Quem costuma ler meus artigos sabe o quanto lamento e sou contrário a este tipo de programação. Retirar dos atletas a autonomia de se prepararem com seus treinadores em suas cidades, para deixá-los confinados por tanto tempo só é benéfico para quem ainda não entrou em sintonia com a realidade de um esporte individual. Mas fazer o quê? Querem ter uma seleção reunida, ali, bonitinha, treinando em conjunto. Acordando cedo, ouvindo conselhos, treinando em dois ou três períodos, jantando e indo para a cama no mesmo horário.
É lamentável que entendam a preparação de atletas de taekwondo desta forma. Muito melhor seria se interagissem com os treinadores e utilizassem os recursos na individualização dos trabalhos, como faz a Natalia. Acredito que ela não participe do camping. Não iria correr o risco de destruir o seu trabalho.

Não estou questionando a capacidade dos técnicos da seleção. A questão é outra.
Os intercâmbios internacionais, por exemplos, tinham que também ser individualizados.

Só para dar um exemplo, não necessariamente sendo desta forma: para o Márcio, um intercâmbio no México poderia ser interessante. Já para o Leonardo e Douglas, a França ou a Alemanha já seria mais producente. Para o Diogo e Kátia, de repente, a Coréia. O gasto seria, na média, aproximadamente o mesmo que se levassem todos a um único país.
E para encerrar, reforçando o que publiquei no Blog anterior. A Comissão Técnica precisa definir a dedo quem vai representar o Brasil nos Jogos Panamericanos e nas Seletivas Olímpicas.

4 comentários:

Dani Sampol disse...

Pois é.... grandes potencias do taekwondo como o mexico e espanha cosntantemente estão concentrados em camping nos centros de treinamentos internos ou em camping internacionais. Por isso eles tem mais medalhas que o Brasil que gosta de fazer treinamento individualizado, com seus proprios treinadores.
cada um fala uma lingua diferente ai na "hora H leva fumo" e quem dormiu na hora certinha, acordou na hora certinha e treinou concetradinho, leva a medalha pra casa. Todas a equipes com medalhas olimpicas de OURO, treinam concentradas nos CTS. A propia Diana Lopez neste exato momento esta treinando no centro olimpico dos USA com o resto da equipe.
Mas se O Brasil não tá afim de imitar "o melhor" tudo bem, agente apoia, o importante é a força de vontade mesmo que não dê um resultado muito satisfatorio.

Marcus Rezende disse...

Eu lhe pergunto: A Natalia se concentrou para ir ao pódium ou treinou de forma individualizada?
Veja o tamanho dos países que vc citou. Stevie Lopes desenvolve trabalho próprio com o irmão. É simplesmente Penta campeão Mundial e Bi Olímpico. O atleta precisa ter é responsabilidade e bons treinadores a sua volta. Mas cada um pensa como quer.

ferla taekwondo disse...

De acordo com sua opinião, concordo em parte com vc.Muitas concentrações é ruim para todos pricipalmente para o atleta. Na minha época ainda era treino mais forte em cima de treino mais forte puxado por técnico estrangeiro sem nenhum planejamento,o treino era puxado pelo q vinha na cabeça na hora. Enfim as concetrações estão diminuindo em comparação a anos atrás quando ficava até 1 mês reunidos.
Mas não há como negar q tem q haver encontros de atletas com técnicos para haver troca de informações. Esse camping q se realiza em Londrina é uma boa pela data, início de ano, para definir metas com os atletas, fazer avaliação física na qual pode se comparar daqui um tempo e ter um parâmetro para saber se houve melhoras ou não. Por esse motivo esse camping é uma boa, mas não ficar fazendo a cada 2 meses.
Quanto a opens, se houver dinheiro em caixa suficiente tem q levar os atletas a lutarem todos opens q for possível só assim ele consegue ver na prática o resultado dos treinos e o q precisa melhorar. A excelência vem pela prática. E deveria levar os novos talentos, futuras promessas não somente a EOP.
Fica aqui minha opinião e meu registro. Abraço

Marcus Rezende disse...

Grande Ferla, vc está certíssimo. Quando me oponho às concentrações desse tipo (mesmo que em datas interessantes - início de temporada) é porque considero a individualidade do atleta o mais importante. Esse camping, por exemplo, vai até o dia 22/01, certo? Depois os caras voltam para casa e retornam à Piracicaba no dia 6/02. Como será o treinamento da galera nesse intervalo? O programado pela Comissão Técnica ou pelo treinador particular do atleta? São 15 dias de intervalo. E o trabalho de praparação atlética? O Brasil é muito grande e somos infelizmente um país subdesenvolvido. O dinheiro, hoje, disponível, seria muito mais bem empregado se o fosse diretamete para o atleta e o corpo multidisciplinar que o cerca.
Mas acredito que as coisas comecem a mudar. Muito do que ocorre ainda se dá por conta de vaidades.
Obrigado por sua participação. Sucesso e um grande abraço!