O que passo a relatar abaixo é um fato que jamais pensei fosse acontecer e que não posso deixar de compartilhar com aqueles que acompanham o meu Blog. Um relato do descaso e da falta de consideração.
Convidado pela CBTKD a fazer parte do Projeto da Petrobrás como Analista de Resultados, encaminhei por Sedex 10 toda a documentação exigida no dia 18 de Março ao Instituto Passe de Mágica (entidade receptora do dinheiro da Petrobrás e responsável pelo pagamento dos salários dos atletas e da comissão técnica da Seleção Brasileira de Taekwondo). Entre retirada de passaporte, cópias de RG, CPF, certidão de casamento, nascimento de filhos (todas autenticadas), Carteira de Trabalho, currículo atualizado, fotografias recentes, abertura de conta-corrente no Banco do Brasil, havia também a necessidade de uma declaração da empresa na qual trabalho, informando meu salário e a minha carga horária. Importante ressaltar que o IPM rejeitou a declaração, dizendo que estava incompleta. O que demonstrava claramente que tinham ciência de minha situação profissional e de minha carga horária de trabalho. Fiz os acertos requisitados e reenviei. Realizei o exame médico para a admissão, mas não valeu. Era obrigatório que ele fosse feito em clínica conveniada com o IPM. Assim o fiz por meio de documento encaminhado pelo Instituto, no qual já constava a data de minha admissão: 6 de Abril.
Tudo feito, dei seguimento à labuta. Dentre os trabalhos que realizava, iniciei uma desgastante pesquisa sobre os principais atletas do ranking mundial, analisando suas principais características técnicas e táticas. Acompanhei as chaves do Campeonato Mundial para poder incrementar o trabalho já iniciado e municiar os técnicos da Seleção Brasileira que estavam na Coréia. Virei duas noites seguidas para poder encaminhar o máximo de informações sobre os adversários dos brasileiros na contenda Mundial. Tal empreitada foi elogiada pelos técnicos Fernando Madureira e Carmen Carolina.
No dia 5 de Maio, liguei para o IPM para pedir minha carteira de trabalho que, de posse do Instituto estava já havia um mês. Aproveitei o ensejo para confirmar o pagamento do primeiro salário que sairia no dia seguinte. Confirmação feita e carteira enviada, qual não foi minha surpresa quando fui ao banco receber... Não havia depósito.
Liguei para o IPM. Foi quando um de seus funcionários me disse: VOCÊ NÃO PODE SER CONTRATADO, POIS A CARGA HORÁRIA DE SUA OUTRA EMPRESA É INCOMPATÍVEL COM A CARGA HORÁRIA DE 100 HORAS DO IPM.
Absorto e chocado com a informação, fiz minhas ponderações sem muito me alongar em discussão. Apesar de uma coisa nada ter a ver com a outra (quantas pessoas não têm dois empregos?) não podiam ter tido a consideração de me dizer isso antes?
A argumentação não procedia, segundo o superintendente da CBTKD, Juliano Tomé. Juliano enviou ao Instituto pareceres jurídicos dando conta de que minha contratação era perfeitamente possível.
Todavia, os prejuízos já haviam sido consignados: moral (diante de familiares e amigos) e material (devido a algumas dívidas contraídas e planejamentos de despesas cancelados).
Mas tudo bem. Vivendo e aprendendo.