Marcus Rezende
Ficar falando dos
motivos para o pífio desempenho do Brasil neste Mundial de
Taekwondo, ocorrido no México, entre 15 e 21 de Julho, é chover no
molhado. Os motivos do baixo rendimento dos atletas venho comentando
desde que os incentivos da Lei Piva, em 2002, começaram a bater às
portas de uma CBTKD que nunca teve grana para nada. A política de
fomento da modalidade praticada pela confederação sempre foi nula e
o taekwondo competitivo do Brasil sempre foi dependente de alguns
poucos talentos. Muito pouco para a grandeza deste país.
Em 2005, Natalia
Falavigna foi campeã mundial e Márcio Wenceslau vice. Nem por isso,
os méritos do sucesso de ambos poderiam ser creditados à política
desenvolvida pela entidade à época (a mesma dos dias de hoje: seleções formadas para o ano
inteiro), mas sim ao histórico destes dois atletas.
A verdade é que o
taekwondo no Brasil minguou e os treinadores (além de não terem reconhecimento nenhum) cansaram de preparar
atletas e serem atrapalhados, ora pela federação do seu estado, ora
pela própria CBTKD, através dos técnicos que a entidade escolhe.
A CBTKD continua com
a mesma política desportiva da época de JRKim e YMKim: a de
contemplar competições por federações. A diferença mesmo está
nas acusações de malversação do dinheiro público investido na
entidade que recaem sobre o atual presidente.
O retrogrado
Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil se mantêm. Isso porque é a
oportunidade de os presidentes das entidades estaduais, por um
momento, se tornarem chefes de equipes e escolherem um amiguinho para
técnico dos atletas classificados e de quebra colocarem os treinadores destes atletas para escanteio.
Há também o fato de os treinadores brasileiros, que não compartilham com a política de
exames de faixa da entidade estadual, não poderem levar seus atletas
às competições estaduais e nacionais por serem taxados de ilegais.
O problema também não está somente na teoria de que se deve dar
todas as facilidades aos atletas que já estão mundialmente
ranqueados. Estes não deveriam ser blindados dentro da seleção.
Porém, por estarem no topo desta lista de atletas internacionais,
deveriam ter prioridade no recebimento de verbas para poderem
continuar treinando e viajando. De onde viria esta verba? Da Lei
Piva, ora. Ou do Ministério dos Esportes. É nesta hora que a CBTKD
precisa lutar por seus ranqueados, porém sem protegê-los dentro do
processo seletivo.
Como pode hoje Diogo Silva e Márcio Wenceslau não terem recursos financeiros para irem ao Aberto da Alemanha? Todavia, o processo seletivo deveria ser sagrado e universal, contemplando todos os taekwondistas brasileiros.
Dentre tantas coisas que faltam ao taekwondo brasileiro, a principal delas é o FOMENTO. Mas para que se tenha fomento, os
dirigentes, tanto os da atual gestão, quanto os que querem entrar,
precisam se desprender da ideia de que só por meio deles é que se
pode chegar a faixa-preta.
MAS ESSA GALERA NÃO QUER LARGAR O OSSO,
mesmo sabendo que essa politica cancerosa de exames de faixa só
diminui o número de praticantes federados e confederados.
Enfim, há muito o
que andar. Mas o primeiro passo, com certeza, só acontecerá quando
a CBTKD definir que todos os mestres brasileiros estão autorizados a
examinar seu alunos sem dar satisfação alguma aos presidentes de
federações.
FALTA CORAGEM E VERGONHA NA CARA!