Páginas

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

STJD pode antecipar fim de carreira de Diogo Silva

Marcus Rezende

Foto: Uol
Diogo Silva (foto) e Thiago Simões foram sabatinados pela Comissão Disciplinar da CBTKD no dia 7 de Outubro e agora serão julgados pelo STJD da entidade. Mas quando será este julgamento? Quais os prazos que devem ser cumpridos pela órgão julgador da entidade?
Vamos pensar politicamente nesta situação. Primeiro colocam dois excelentes atletas na berlinda por terem expressado o pensamento visando um taekwondo melhor para todos os praticantes. Ato contínuo, ambos são denunciados e acusados de incitar os atletas ao ódio e a violência e acabam enquadrados em um dos artigos do estatuto da entidade.
Os dois se submetem à Comissão Disciplinar, mas saem da reunião sem saber quando serão ouvidos e julgados pelo STJD.
No momento, apenas silêncio em relação aos próximos passos. Enquanto nada acontece, vida que segue; nada impede que os atletas continuem a participar de todos os circuitos e competições nacionais e internacionais.
Mas vai que o STJD, não cumprindo os prazos, resolva divulgar o julgamento somente no decorrer do ano de 2014 e com um veredito que os condene. Quais seriam as consequências? Eu, particularmente, não tenho dúvida de que ambos serão condenados, pois do contrário, o maior interessado sairia desta história desmoralizado, e o ego desta figura não suportaria um resultado que não o que vislumbrou desde que Diogo foi a TV dizer umas boas verdades contra a atual administração da CBTKD.
Não estamos falando de qualquer atleta. Estamos falando de Diogo Silva, um lutador carismático com fácil entrada na mídia e que tem uma história de vida de guerreiro. E também de outro promissor atleta, Thiago Simões. Um jovem bem articulado e que não vai deixar barato uma injustiça como está cair sobre sua cabeça.
Sendo o resultado uma punição que os tire das competições de 2014, possivelmente o presidente da CBTKD, questionado, vá dizer à imprensa que nada tem a ver com o caso e que a decisão partiu de um órgão independente da Confederação. “Vai falar com presidente do STJD...eu não tenho nada com isso”, diria.
A imprensa vai querer saber do presidente do Tribunal e dos auditores uma explicação. Vão querer entender quais as verdadeiras motivações deste julgamento e os holofotes vão recair sobre o presidente do STJD, Alexandre Celso Prado Costa. A imprensa vai questioná-lo e, inclusive pode querer saber se ele já teve relações próximas com o presidente da entidade. Vai descobrir, então que Alexandre já fez parte da folha de pagamento da CBTKD em 2012. Ele tinha cargo dentro da administração de Carlos Fernandes e foi remunerado com verba da Lei Piva, como consta no extrato bancário da Caixa Econômica Federal de Agosto daquele ano. No dia 24 daquele mês ele recebeu R$ 4.069,21.
A mídia poderá inclusive pesquisar se há parente do presidente do STJD travando relações comerciais com a empresa particular do presidente da entidade. Seria no mínimo constrangedor se isto se confirmasse. Mas quem sabe? Tudo é possível em se tratando desta administração. Já puseram um auditor que não era auditor para auditar as contas de um mandato inteiro.
Fico a imaginar os desdobramentos desta história, caso estes dois atletas sejam prejudicados no direito de competir. 
Vamos aguardar.
Errata: Os atletas Diogo Silva e Thiago Simões já foram ouvidos pelo STJD e o resultado deverá sair em alguns dias.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Diogo Silva no banco dos réus

Marcus Rezende

Diogo Silva está no banco dos réus do novo STJD da CBTKD. Tribunal este que tomou o lugar do anterior antes do fim do período de quatro anos, que se encerraria em 2014. Fernandes não quis reconhecer o órgão eleito em 2010, presidido por Jardson Bezerra e resolveu criar um novo.
Segundo o site da Confederação, Diogo Silva e Thiago Simões estão sendo denunciados por infração disciplinar pela Procuradoria do novo órgão, sem no entanto informar quem teria sido o autor da denúncia. A alegação para a punição dos atletas é a de que ambos incitaram os praticantes da modalidade, publicamente, ao ódio e a violência. Diogo e Thiago foram ouvidos por esta Comissão no dia 7 de Outubro. Agora, os dois serão julgados em segunda instância pelo STJD.
Tudo começou quando Diogo disse em entrevista ao Globoesporte.com que a gestão de Carlos Fernandes é “ditatorial” e que o dirigente se apoiava nas verbas da Petrobrás. Além disso, o medalhista de Ouro no Pan do Rio ficou ao lado de um desafeto de Carlos Fernandes, o ex-vice-presidente técnico da entidade, Marcelino Barros, que também está sendo desfiliado, juntamente com a entidade da qual é vice-presidente, a Federação de Taekwondo do Estado do Minas Gerais.
Diogo liderou um movimento de atletas chamado “Mostre a Sua Cara”, no intuito de destituir o presidente da confederação do cargo. Entre outras críticas, Diogo desaprova a forma com que os recursos públicos destinados aos atletas da Seleção Brasileira estão sendo gerenciados pela entidade.
Nesta mesma entrevista, o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes se defendeu usando uma frase que Romário utilizou para se referir a Pelé: “Com a boca fechada é um poeta” e chamou Diogo de mentiroso e ingrato.
A verdade tem que ser dita. Carlos Fernandes não aceita ser contrariado. Quem o critica acaba caindo na alça de mira de sua metralhadora jurídica. Ele, ao que parece, está muito bem blindado. Resguardado por um custoso staff jurídico que o vem livrando de ações que borbulham nas varas civeis do Rio de Janeiro, agora, também, ao que parece, tem a favor um STJD na medida para o projeto político de se manter no poder indefinidamente.
O alento, no entanto, é saber que, por força da nova lei esportiva, os taekwondistas se livrarão em médio prazo de um gestor vaidoso que não aprendeu a conviver com opinião contrária.

Leia também no site tkdlivre.com o artigo de José Afonso Nunes: Gestão que controla o Taekwondo "Olímpico" Brasileiro segue sua gana de "in" justiça