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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Diogo Silva no banco dos réus

Marcus Rezende

Diogo Silva está no banco dos réus do novo STJD da CBTKD. Tribunal este que tomou o lugar do anterior antes do fim do período de quatro anos, que se encerraria em 2014. Fernandes não quis reconhecer o órgão eleito em 2010, presidido por Jardson Bezerra e resolveu criar um novo.
Segundo o site da Confederação, Diogo Silva e Thiago Simões estão sendo denunciados por infração disciplinar pela Procuradoria do novo órgão, sem no entanto informar quem teria sido o autor da denúncia. A alegação para a punição dos atletas é a de que ambos incitaram os praticantes da modalidade, publicamente, ao ódio e a violência. Diogo e Thiago foram ouvidos por esta Comissão no dia 7 de Outubro. Agora, os dois serão julgados em segunda instância pelo STJD.
Tudo começou quando Diogo disse em entrevista ao Globoesporte.com que a gestão de Carlos Fernandes é “ditatorial” e que o dirigente se apoiava nas verbas da Petrobrás. Além disso, o medalhista de Ouro no Pan do Rio ficou ao lado de um desafeto de Carlos Fernandes, o ex-vice-presidente técnico da entidade, Marcelino Barros, que também está sendo desfiliado, juntamente com a entidade da qual é vice-presidente, a Federação de Taekwondo do Estado do Minas Gerais.
Diogo liderou um movimento de atletas chamado “Mostre a Sua Cara”, no intuito de destituir o presidente da confederação do cargo. Entre outras críticas, Diogo desaprova a forma com que os recursos públicos destinados aos atletas da Seleção Brasileira estão sendo gerenciados pela entidade.
Nesta mesma entrevista, o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes se defendeu usando uma frase que Romário utilizou para se referir a Pelé: “Com a boca fechada é um poeta” e chamou Diogo de mentiroso e ingrato.
A verdade tem que ser dita. Carlos Fernandes não aceita ser contrariado. Quem o critica acaba caindo na alça de mira de sua metralhadora jurídica. Ele, ao que parece, está muito bem blindado. Resguardado por um custoso staff jurídico que o vem livrando de ações que borbulham nas varas civeis do Rio de Janeiro, agora, também, ao que parece, tem a favor um STJD na medida para o projeto político de se manter no poder indefinidamente.
O alento, no entanto, é saber que, por força da nova lei esportiva, os taekwondistas se livrarão em médio prazo de um gestor vaidoso que não aprendeu a conviver com opinião contrária.

Leia também no site tkdlivre.com o artigo de José Afonso Nunes: Gestão que controla o Taekwondo "Olímpico" Brasileiro segue sua gana de "in" justiça