Marcus Rezende
Diogo Silva está no banco dos réus do novo STJD da CBTKD. Tribunal este que tomou o lugar
do anterior antes do fim do período de quatro anos, que se
encerraria em 2014. Fernandes não quis reconhecer o órgão eleito
em 2010, presidido por Jardson Bezerra e resolveu criar um novo.
Segundo o site da
Confederação, Diogo Silva e Thiago Simões estão sendo denunciados
por infração disciplinar pela Procuradoria do novo órgão, sem no
entanto informar quem teria sido o autor da denúncia. A alegação
para a punição dos atletas é a de que ambos incitaram os
praticantes da modalidade, publicamente, ao ódio e a violência.
Diogo e Thiago foram ouvidos por esta Comissão no dia 7 de Outubro.
Agora, os dois serão julgados em segunda instância pelo STJD.
Tudo começou quando
Diogo disse em entrevista ao Globoesporte.com
que a gestão de Carlos Fernandes é “ditatorial” e que o
dirigente se apoiava nas verbas da Petrobrás. Além disso, o
medalhista de Ouro no Pan do Rio ficou ao lado de um desafeto de
Carlos Fernandes, o ex-vice-presidente técnico da entidade,
Marcelino Barros, que também está sendo desfiliado, juntamente com
a entidade da qual é vice-presidente, a Federação de Taekwondo do
Estado do Minas Gerais.
Diogo liderou um
movimento de atletas chamado “Mostre a Sua Cara”, no intuito de
destituir o presidente da confederação do cargo. Entre outras
críticas, Diogo desaprova a forma com que os recursos públicos
destinados aos atletas da Seleção Brasileira estão sendo
gerenciados pela entidade.
Nesta mesma
entrevista, o presidente da CBTKD, Carlos Fernandes se defendeu
usando uma frase que Romário utilizou para se referir a Pelé: “Com
a boca fechada é um poeta” e chamou Diogo de mentiroso e ingrato.
A verdade tem que
ser dita. Carlos Fernandes não aceita ser contrariado. Quem o
critica acaba caindo na alça de mira de sua metralhadora jurídica.
Ele, ao que parece, está muito bem blindado. Resguardado por um
custoso staff jurídico que o vem livrando de ações que borbulham
nas varas civeis do Rio de Janeiro, agora, também, ao que parece,
tem a favor um STJD na medida para o projeto político de se manter
no poder indefinidamente.
O alento, no
entanto, é saber que, por força da nova lei esportiva, os
taekwondistas se livrarão em médio prazo de um gestor vaidoso que
não aprendeu a conviver com opinião contrária.
Leia também no site
tkdlivre.com o artigo de José Afonso Nunes: Gestão
que controla o Taekwondo "Olímpico" Brasileiro segue sua
gana de "in" justiça