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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Entramos em 2013 com os vícios de 40 anos atrás

Marcus Rezende


Estamos entrando em 2013 e até hoje, passados mais de 40 anos de implantação do taekwondo no Brasil, continuamos a vivenciar aberrações praticadas por dirigentes do nosso taekwondo relativas aos exames de faixas, sobretudo aos de dans.
Quando revestidos da capa de autoridade administrativa, quase a totalidade dos dirigentes de nosso taekwondo obrigam a que professores e mestres entreguem seus alunos a uma banca promovida pela entidade (ou melhor, por eles). Causa-me asco verificar que os ingênuos formadores de praticantes e atletas atendem a este chamado obrigatório sem questionar tal legalidade. Mais asco ainda sinto quando os dirigentes (revestidos de seus dans) sustentam suas famílias e compram seus bens materiais com o dinheiro auferido nestes exames de faixas. Renda retirada de praticantes que eles nunca viram na vida. E fazem isso como se fosse algo legal. O LEGAL que eles criaram para ganhar dinheiro. VERGONHA!!!!
Uma entidade de administração deveria primar sobretudo pelo fomento da modalidade e a consequente filiação de parte destes praticantes às entidades de administração desportivas estaduais e nacional. A primazia: desenvolver a modalidade na seara desportiva, dando subsídios publicitários para que professores e mestres consigam ter um quantitativo de alunos condizente com a nova ordem mundial desta modalidade. Os exames de faixa? Isso é e sempre deveria ter sido competência de cada Kwan (escola) e de seus respectivos mestres.
Porém, além de nada fomentarem, e alheios ao que está na Constituição Federal, obrigam aos poucos praticantes que existem, que sejam registrados. Na ignorante avaliação desta gente, praticante não registrado é considerado por eles como praticante ilegal.
Os que ainda possuem um pouco de conhecimento da lei, não dão guarida para essa gente descomprometida com o que é correto. Realizam o trabalho próprio na seara marcial, sem se preocupar se terão atletas campeões estaduais, brasileiros ou olímpicos. Acabam não fomentando, entre os alunos, a vontade que poderiam ter de competir. E isso é ruim para o Brasil. Todavia, em nada atrapalha o trabalho de quem ensina a arte marcial.
Mas quem disse que essa turma de dirigentes está se importando com isso. Enquanto os recursos dos exames de faixa estiverem sendo desviados de quem realmente merece recebê-los, pouco importa se o número de atletas cresce ou não no Brasil.