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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Taekwondo fora dos Jogos Escolares da Juventude


Marcus Rezende


  Quando soube que o taekwondo não participaria mais das Olimpíadas Escolares (hoje, Jogos Escolares da Juventude), resolvi entender qual teria sido o real motivo da retirada da modalidade olímpica de uma das mais importantes competições do calendário desportivo nacional.
Com alguns documentos colhidos pude logo entender o por quê.
Publiquei uma matéria no site Tkdlivre de nome Lambança pode ter contribuído para a saída do taekwondo das Olimpíadas Escolares. Nela, o leitor mais interessado poderá conhecer todos os detalhes do que, provavelmente, tenha sido o motivo.
A situação é impressionantemente inacreditável. Tudo aconteceu nas Olimpíadas Escolares de 2011, que ocorreram em Dezembro daquele ano. A Delegação do Paraná deixou que um atleta da Seleção Brasileira Junior se mantivesse inscrito na competição. Porém, faixas pretas não podem disputar as Olimpíadas Escolares; somente atletas menos graduados.
O que aconteceu? Na hora das lutas, o atleta foi reconhecido por técnicos de outros estados e pelo coordenador da Seleção Junior de Taekwondo, Junior Maciel. De imediato, Maciel e mais seis técnicos tentaram impedir o jovem de disputar. Entretanto, a chefe da delegação do Paraná, Márcia Tomadon, solicitou à Comissão Disciplinar da competição que punisse todos eles por estarem gerando constrangimento ao menino.
O pior de tudo, meus amigos, e que acabou contribuindo para a punição dos técnicos, foi a postura do presidente da Federação Paranaense de Taekwondo, Fernando Madureira (técnico da Seleção Brasileira principal de taekwondo), em defesa do jovem atleta. Ele enviou uma declaração dizendo que atleta da Seleção Brasileira Junior ainda não era faixa preta pela Federação, mas era registrado à CBTKD como tal, para que pudesse disputar as competições nacionais. 
  Diante da declaração de Madureira, a Comissão Disciplinar das Olimpíadas Escolares puniu os técnicos.
Veja se isso é possível? O dirigente afirma que o jovem não é faixa-preta, porém reconhece seu registro de 1º Dan junto à confederação. Simplesmente algo lastimável.
Pergunte a qualquer professor ou mestre deste país, que não exerça a função de dirigente, se conseguiria registrar um faixa vermelha-ponta preta na CBTKD como faixa-preta? NUNCA!
Dias depois, o caso foi parar no COB. Lá, a verdade apareceu: o jovem realmente estava registrado como faixa-preta. O Comitê Olímpico Brasileiro quis ouvir explicações do presidente provisório em exercício da CBTKD, Carlos Fernandes. O PPE reconheceu a falsidade da declaração assinada por Madureira e pediu reconsideração à punição dos seis técnicos. No entanto, sequer teceu comentários sobre o ato no mínimo imoral do presidente da Federação Paranaense de Taekwondo.
É o que venho afirmando há bastante tempo. Os caras estão brincando de administrar. Não conseguem separar os interesses pessoais da impessoalidade que precisam exercer à frente das entidades que presidem.
O taekwondo do Brasil está penando na mão desta gente.