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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dirigentes estaduais na contramão do esporte

Marcus Rezende


 Quando dizemos que o taekwondo brasileiro está às cegas e meio que perdido é porque ficamos sabendo de fatos inacreditáveis para os dias de hoje. O praticante que quer ter um futuro como atleta, considerando que para tanto precise sair da cidade de onde mora - para passar a treinar em outro estado com alguém gabaritado e em condições de fazê-lo sonhar com um futuro melhor dentro deste esporte - acaba tendo muitos problemas.

Quando isso acontece, invariavelmente o atleta passa a ser perseguido pelo todo poderoso dirigente da federação do estado de origem. Isso porque o TAL, além de dirigente, se escolheu treinador dos praticantes. Ele parece acreditar piamente que ninguém vai ao título se não for por ele. Ou é com ele ou com alguém que ele escolhe.
E quando este atleta sai do estado e vai para o centro de treinamento de referência que pode o fazer crescer na modalidade, as represálias começam a surgir. O TAL dirigente de onde saiu o “taekwondista refugiado”, do alto de todo seu poder, decreta que o “fugitivo” a partir daquele momento deverá procurar outra entidade para se filiar, pois, estando fora do estado, não pode fazer parte dos quadros da federação que ele comanda.
Aí, o jovem atleta questiona:
 “Mas eu só estou treinando para me desenvolver...que mal há nisso?”. Mas a arrogância e a burrice, em alguns casos, andam juntas e tapam o raciocínio de alguns dirigentes beócios, que não têm olhos para enxergar e compreender o papel deletério prestado ao já cambaleante taekwondo brasileiro.
Impedido de fazer parte dos quadros de seu estado, o jovem sonhador tenta abrigo em outra federação. Mas começa a se deparar também com dirigentes TAIS com o mesmo perfil. Uns que selecionam atletas no ano anterior ao calendário atual. São os TAIS que entendem ser de responsabilidade das federações a capacitação técnica dos atletas. Fazem da entidade um clube.
Outros TAIS tem o curral tão fechado que transformam a federação do estado em academia de quinta categoria. São os que podemos chamar de CÉREBROS-FECHADOS.
Há TAIS que acumulam o cargo de dirigente com o de técnico de seleção estadual ou nacional. E acham isso normal. 

A verdade é a seguinte: o pobre do sonhador, que só quer se desenvolver, e que pra isso corre atrás de um grupo de qualidade, tem que também se desdobrar para encontrar a legalidade que o deixe competir. E assim caminha o taekwondo Olímpico brasileiro. Mesmo assim, algumas medalhas vêm surgindo de atletas que se desdobram para não cair nas garras desses TAIS que não se convencem de que devem escolher somente um dos ossos para roer.