Marcus Rezende
Qualquer semelhança
com personagens da vida real é mera coincidência.
Era uma vez um grilo
Bryan falante que resolvera comandar um grupo de grilos que
praticavam o salto em distância. Estes grilos eram comandados, há
muitos anos, por um velho grilo, responsável pela implantação da
modalidade no Reino dos Grilos. Mas a falta de ideias deste velho
dirigente vinha deixando os grilosdesportistas do salto em distância
descontentes.
Sem muita
dificuldade, o grilo Bryan falante expulsou o velho grilo e tomou o
poder. De quebra, reuniu um conselho de outros grilos subservientes e
expulsou aqueles que se opuseram às suas primeiras decisões.
Era uma época em que
o Rei dos Grilos havia resolvido apoiar os saltadores. Ele estava
disposto a liberar um apoio financeiro de mais de 10 milhões de
CriCris, moeda corrente naquela comunidade. O grilo Bryan falante
procurou um dos melhores grilo-juristas da região e propôs a ele um
contrato CriCrimilionário para que o defendesse das armações que
já planejava perpetrar ante os valores que receberia.
Cercou-se também de
pseudos-grilosempresários. Um deles forneceria um solado de visgo
importado para os grilos saltadores, fundamental para o treinamento e
aperfeiçoamento da marcação dos saltos.
Este griloempresário
revendia este equipamento normalmente por Mil CriCris. O grilo
Bryan falante precisava de 500 jogos, e pediu que o griloempresário
os vendesse por 3 Mil CriCris, cada um. O griloempresário abriu um
olhão e logo o questionou. “Mas grilo Bryan falante, isso é de um
primarismo abissal. Esse tipo de jogada já é muito conhecida e
perigosa. Os grilos políticos faziam isso antigamente e hoje já
sofisticaram o modo de superfaturar...”
Mas o grilo Bryan
falante não quis saber de conversa. “É pegar ou largar...Se não
quiser, arrumo outro griloempresário que faça a jogada”. Sem
opção, o griloempresário aceitou a incumbência e vendeu os jogos
pelos CriCris acertados.
Grilo Bryan falante
ao receber o material, como antigo saltador que era, saiu pulando de
folha em folha, entregando aos grilosdesportistas da comunidade o
material que tanto eles precisavam. De um lado a outro se ouvia:
“Esse Grilo Bryan
falante é fera, mesmo. Viu... até hoje ninguém fez o que esse
grilo fez pelos grilos saltadores desta comunidade”...
Mas de uma coisa o
Grilo falante não sabia. No Reino dos Grilos havia uma maldição
para todo aquele que usasse desonestamente CriCris ofertados pelo Rei
do Reino dos Grilos. O CriCri desonesto fazia o grilo usurpador cair
em desgraça de uma forma ou de outra.
E a maldição
iniciou-se com a griladoria federal, guarda do Reino que fiscalizava
a utilização de CriCri público. As diversas jogadas do grilo Bryan
falante começaram a ser descobertas. Grilos mais chegados a ele
começaram a pular feito loucos, tentando não cair nas garras da
griladoria.
Todavia, grilo Bryan
falante não dava o braço a torcer e dizia a todos em alto em bom
som: “A griladoria vai perder é tempo. Tudo o que eu faço em
favor dos grilos saltadores está correto. Toda essa palhaçada esta
sendo orquestrada por grilos expulsos da comunidade. Além do mais,
meus grilo-juristas ganham tudo pra mim. Estou tranquilo”.
Um belo dia, ao
chegar à sede dos Grilos AsSaltadores, deparou-se com a solidão, pois
os grilos puxa-sacos haviam roído a corda e, literalmente, pulado fora.