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sábado, 23 de agosto de 2014

A incrível história de Grilo Bryan Falante

Marcus Rezende

Qualquer semelhança com personagens da vida real é mera coincidência.
Era uma vez um grilo Bryan falante que resolvera comandar um grupo de grilos que praticavam o salto em distância. Estes grilos eram comandados, há muitos anos, por um velho grilo, responsável pela implantação da modalidade no Reino dos Grilos. Mas a falta de ideias deste velho dirigente vinha deixando os grilosdesportistas do salto em distância descontentes.
Sem muita dificuldade, o grilo Bryan falante expulsou o velho grilo e tomou o poder. De quebra, reuniu um conselho de outros grilos subservientes e expulsou aqueles que se opuseram às suas primeiras decisões.
Era uma época em que o Rei dos Grilos havia resolvido apoiar os saltadores. Ele estava disposto a liberar um apoio financeiro de mais de 10 milhões de CriCris, moeda corrente naquela comunidade. O grilo Bryan falante procurou um dos melhores grilo-juristas da região e propôs a ele um contrato CriCrimilionário para que o defendesse das armações que já planejava perpetrar ante os valores que receberia.
Cercou-se também de pseudos-grilosempresários. Um deles forneceria um solado de visgo importado para os grilos saltadores, fundamental para o treinamento e aperfeiçoamento da marcação dos saltos.
Este griloempresário revendia este equipamento normalmente por Mil CriCris. O grilo Bryan falante precisava de 500 jogos, e pediu que o griloempresário os vendesse por 3 Mil CriCris, cada um. O griloempresário abriu um olhão e logo o questionou. “Mas grilo Bryan falante, isso é de um primarismo abissal. Esse tipo de jogada já é muito conhecida e perigosa. Os grilos políticos faziam isso antigamente e hoje já sofisticaram o modo de superfaturar...”
Mas o grilo Bryan falante não quis saber de conversa. “É pegar ou largar...Se não quiser, arrumo outro griloempresário que faça a jogada”. Sem opção, o griloempresário aceitou a incumbência e vendeu os jogos pelos CriCris acertados.
Grilo Bryan falante ao receber o material, como antigo saltador que era, saiu pulando de folha em folha, entregando aos grilosdesportistas da comunidade o material que tanto eles precisavam. De um lado a outro se ouvia:
“Esse Grilo Bryan falante é fera, mesmo. Viu... até hoje ninguém fez o que esse grilo fez pelos grilos saltadores desta comunidade”...
Mas de uma coisa o Grilo falante não sabia. No Reino dos Grilos havia uma maldição para todo aquele que usasse desonestamente CriCris ofertados pelo Rei do Reino dos Grilos. O CriCri desonesto fazia o grilo usurpador cair em desgraça de uma forma ou de outra.
E a maldição iniciou-se com a griladoria federal, guarda do Reino que fiscalizava a utilização de CriCri público. As diversas jogadas do grilo Bryan falante começaram a ser descobertas. Grilos mais chegados a ele começaram a pular feito loucos, tentando não cair nas garras da griladoria.
Todavia, grilo Bryan falante não dava o braço a torcer e dizia a todos em alto em bom som: “A griladoria vai perder é tempo. Tudo o que eu faço em favor dos grilos saltadores está correto. Toda essa palhaçada esta sendo orquestrada por grilos expulsos da comunidade. Além do mais, meus grilo-juristas ganham tudo pra mim. Estou tranquilo”.

Um belo dia, ao chegar à sede dos Grilos AsSaltadores, deparou-se com a solidão, pois os grilos puxa-sacos haviam roído a corda e, literalmente, pulado fora.   

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Juiz diz que CBTKD fraudou estatuto

Marcus Rezende

O Juiz Gustavo Quintanilha da 6ª Vara Civil do Rio de Janeiro decidiu por anular a reforma do Estatuto da CBTKD, promovida pelo atual presidente da entidade, senhor Carlos Fernandes, em Novembro de 2011.
Sendo assim, pela decisão,  a CBTKD tem 30 dias para reunir seus filiados em nova Assembleia e sanar os vícios decorrentes deste Estatuto, considerado ilegal, sob pena de ter de pagar R$ 50 mil à Federação de Taekwondo do Estado de Minas Gerais, autora da ação.
O Juiz reconhece a ilegalidade decorrente da famigerada Assembleia Geral Extraordinária de 11 de Novembro de 2011; o estatuto registrado não foi o mesmo votado nesta AGE. “Observa-se que a parte ré cometeu fraude ao registrar o estatuto...”, confirmou o magistrado, acrescentando que por ser um documento particular, “inserir nele informações inverídicas, adulterando seu conteúdo e fazendo constar decisões que nunca ocorreram , é fraude; e os que a praticaram podem responder por isso civil e criminalmente”.
O Juiz acha lamentável a CBTKD querer defender o sigilo dos e-mails solicitados pela FETEMG. “As informações são do interesse de todos os filiados”. Quintanilha considera que ficou evidente que os gestores da entidade deliberadamente decidiram adulterar o documento, antes de registrá-lo. E acrescenta: “...acharam que passariam despercebidas – aumentando seus poderes , reduzindo direito dos filiados e tornando as regras diferentes do que desejava a maioria”.
Uma das esdrúxulas modificações neste estatuto, perpetradas pelo senhor presidente, foi a de impor que somente brasileiros natos poderiam concorrer ao cargo de presidente da entidade. Sobre este absurdo, o magistrado assinalou: “Lembro aos dirigentes da CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TAEKWONDO que quem decide quem é brasileiro e quais são seu direitos é Constituição da República do Brasil e as leis, e não eles”.
E finaliza a antecipação de tutela em favor da FETEMG intimando pessoalmente o senhor Carlos Fernandes a cumprir a decisão sob pena de responder por crime de desobediência, se deixar de providenciar todos os atos para o cumprimento da decisão. A CBTKD ainda foi condenada a pagar as custas judiciais e honorários de sucumbência em 10% do valor da causa

sábado, 16 de agosto de 2014

Descobrindo um renascer para o taekwondo do Brasil

Marcus Rezende




O jornal O Globo publicou nesta sexta-feira, dia 15 de Agosto, uma matéria em cujas linhas se apresentam as graves suspeitas de falcatruas dos homens que comandam a Confederação Brasileira de Taekwondo. E o alvo principal de toda esta engrenagem é o presidente da entidade, Carlos Fernandes.
Nesta matéria, o jornalista Antônio Werneck, do Jornal O Globo, se debruça sobre provas dos dois inquéritos da Polícia Federal contra a entidade que comanda o taekwondo brasileiro e joga a primeira pá de cal das muitas que provavelmente sepultarão uma gestão que nem deveria ter começado.
O Globo apresenta a história da empresa Renascer Atacadista Distribuidora LTDA, com sede em Bonsucesso a qual participou e venceu uma licitação para aquisição de placas de áreas de competição. Cada uma delas custou a bagatela de R$ 96. Foram compradas 4.500. Façam aí as contas. As investigações demonstraram que no mercado brasileiro elas podem ser encontradas por R$ 40 e na Coreia, por exemplo, por US$ 8 (cerca de R$ 18).
Apesar de a CBTKD negar qualquer envolvimento com tal empresa e que a Renascer venceu a licitação porque apresentou o melhor preço, o certo é que quando a coisa for aprofundada, muito se terá de explicar.
O quebra-cabeça vai se formar à medida que os nomes de todos os envolvidos começarem a aparecer. Por exemplo: quem responde por esta empresa? Que relação os sócios dela têm com membros da entidade? Então é assim? Uma empresa de bebidas e alimentos entra no site da entidade, no link dos editais, e resolve participar de uma licitação para a compra de pisos de competição? Como é isso?
O Delegado Federal, Tácio Muzzi, que investiga o caso, ao que parece, tem tudo bem amarrado para comprovar as suspeitas de fraude nesta e em outras licitações da CBTKD.
A matéria de O Globo, certamente pautará outras mídias que darão ao caso uma maior repercussão. E isso pode acelerar uma decisão de afastamento preventivo do presidente da entidade.

Veja a matéria de O Globo

E neste Domingo a partir das 7 da manhã, no SporTV 3, Taekwondo nos Jogos Olímpicos da Juventude

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Erro repetido por mestres brasileiros

Marcus Rezende

Quando os mestres coreanos chegaram ao Brasil, nos anos de 1970, Chong Hong Hi (que presidia a Federação Internacional de Taekwondo) e que idealizou a chegada destes mestres a diversos países do mundo, deixou definida uma ideia de como deveriam proceder no que se refere ao recebimento de taxas de exames de faixa - pensando em um futuro mais tranquilo a estes instrutores.
A orientação básica era a de que - a partir do momento em que surgissem os primeiros instrutores brasileiros – deveriam repassar a eles parcela destes honorários.
Choi idealizou uma tabela de 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 e 100%, do 1º ao 8º dan, respectivamente. Ele fez isso sob a premissa lógica de que os coreanos não teriam a mesma saúde para ensinar, quando tivessem com 60 e 70 anos e que precisariam criar uma cadeia moral indissolúvel que assegurasse uma espécie de aposentadoria àqueles que depois de muitos anos não teriam mais saúde para tanto esforço.
Como isso deveria ocorrer? Nos primeiros anos, os coreanos receberiam 100% de todos os exames de seus próprios alunos. Ao formarem os primeiros faixas pretas (1º dan) passariam a receber 70% do total das taxas de exame dos alunos de seus faixas pretas. Assim, quando estes faixas-pretas brasileiros chegassem ao 2º dan, o mestre coreano passaria a ganhar dele 60%. Isso já poderia ter ocorrido a partir de 1973.  Mas só foi acontecer no final dos anos de 1980 e de forma totalmente desordenada e sem um propósito lógico.
Para um melhor entendimento da proposta criada por Choi e que não foi implementada no Brasil, imaginemos um de nossos grão-mestres coreanos 9º dan, com 20 alunos brasileiros 7º Dans. Vamos pensar apenas em um deles, o qual hipoteticamente possuísse um aluno 5º dan que, por sua vez, também tivesse um aluno 4ª Dan; e este último um 1º Dan.
Pensemos então na hipótese deste menos graduado levar para um exame de faixa uma quantidade de alunos, cujo valor total das taxas totalizasse R$ 10 mil. Como seria essa divisão, em meio a esta cadeia de professores, mestres e grãos mestres? O 1º dan receberia 30% (R$ 3 mil). Sobrariam R$ 7 mil. O professor dele, 4º Dan, ficaria com 60% do que sobrasse (R$ 4.200). Sobrariam R$ 2.800. O professor seguinte, que no exemplo hipotético é o 5º dan, auferiria 70% da sobra (R$ 1.960). E o restante deste montante (R$ 840) iria para o velho mestre, o último da cadeia. Pouco? Pense no seguinte: este seria apenas um braço desta cadeia. Quantos braços nossos grãos mestres coreanos criaram ao longo destes mais de 40 anos de taekwondo no Brasil?
Ou seja, aquele primeiro coreano introdutor do taekwondo, hoje idoso, que formou diversos outros grão-mestres, teria, todo mês, percentuais pequenos de diversas cadeias de mestres formados por ele ao longo dos anos. Pense...em uma cadeia norteada pela moral desde o início, quem teria coragem de quebrar com a ética? Quem deixaria de separar para o velho mestre aquele percentual pequeno de sua cadeia? Dificilmente alguém quebraria tal pirâmide do bem.

Mas isso não ocorreu. O imediatismo prevaleceu. E qual o cenário hoje? Os velhos coreanos com grupos espalhados sem a unidade idealizada por Choi e cada qual realizando o seu próprio trabalho, cometendo os mesmos erros dos velhos introdutores, como se a velhice não fosse chegar um dia a eles também.