Marcus Rezende
Vejam como tudo poderia
ser mais simples e dinâmico em uma Federação de Taekwondo se não
fosse a ganância dos que não querem mudanças. Mudar o atual sistema implicaria tirar as migalhas que se recolhem de professores e mestres que
se submetem às regras ilegais que eles criam.
Mas então como teria de
ser? Como as entidades deveriam funcionar de forma salutar em
conjunto com o verdadeiro desenvolvimento do taekwondo brasileiro?
Pra início de
conversa, uma Federação Estadual só pode ser criada a partir da
existência de três associações legalmente constituídas. Ou seja,
se não existissem as associações, as federações não existiriam.
Mas existindo, e seguindo a lógica da coerência, a
missão inicial dela seria a de convencer os taekwondistas do quanto
valeria a pena fazer parte da entidade estadual.
O dono da Academia “A”,
por exemplo, mestre Fulano de tal, receberia o convite e avaliaria o
teor das ideias desta entidade. Digamos que ele achasse interessante
e registrasse sua agremiação e seus alunos. Além disso, digamos
que - ensinando há mais de 30 anos e com dezenas de professores
espalhados pelo estado -, propusesse a sua prole que se filiasse também. Certamente, nesta toada, outras agremiações tenderiam a
fazer o mesmo, influenciados pela adesão de um mestre conceituado no
estado.
O presidente da
federação, dentre diversas ideias, explicaria as propostas de
competições, tanto na seara olímpica, quanto marcial. Além disso,
demonstraria, com outras ideias, que o foco da entidade seria o
fomento por meio, por exemplo, de apresentações em
locais de grande movimentação popular em cidades importantes do
estado. Ele entenderia que, em primeiro lugar, o mais importante é fazer com que mais pessoas queiram praticar a modalidade.
Em reunião com
mestres e professores, ele criaria um ou mais grupos de demonstração
do taekwondo para se apresentarem nesses locais. E em meio as
apresentações, um enorme banner indicaria o site da entidade, pelo
qual o expectador conseguiria localizar uma academia próxima à
residência onde mora.
A Federação
logicamente não se envolveria com a questão dos exames de faixa (o
câncer do taekwondo brasileiro). Entenderia o presidente que esta é
uma atribuição dos mestres. Porém, a federação não se furtaria
em auxiliá-los a se registrarem à Kukkiwon, para
que pudessem de forma independente remeter à coreia os registros de
seus faixas pretas.
Em competições, por
exemplo, a organização do evento não se preocuparia em checar se o
praticante inscrito é ou não detentor da graduação descrita na
ficha de inscrição. Se o mestre ou o professor o inscreveu em
categoria de faixa errada, por má-fé, o problema será dele. Ele é
quem irá responder pelos atos cometidos perante pais e os próprios
alunos. Professores e mestres que cometem este tipo de atitude,
em minha opinião, dão um tiro no próprio pé, por motivos óbvios.
Dessa forma, se
todos os presidentes de federações entendessem o seu real papel,
com certeza a CBTKD também entenderia o dela.
Mas não; preferem
fazer parte do incrível exército comandado por Brancaleone, que
brinca de destruir o taekwondo brasileiro.