Marcus Rezende
O taekwondista
brasileiro começa a ficar estarrecido com a forma cada vez mais
ditatorial da gestão atual da CBTKD. Fico a imaginar quão
aterrorizados devem ficar alguns presidentes de federações
estaduais cujo corpo jurídico inexiste. Possivelmente fiquem
“pianinhos” a todas as ações do chefe-mor.
Como se não
bastassem as desfiliações desconexas perpetradas pela CBTKD, de
algumas entidades e renomados faixas pretas deste país, a
presidência da entidade fez agora uma convocação extraordinária dos
federados para decidir sobre a desfiliação ou não do mestre
Evandro César (foto), do Rio de Janeiro
Veja a nota de convoção marcada para 8 de Abril, às 9:30.
Da mesma forma
que não dá transparência aos gastos que vem realizando com o
dinheiro da entidade, a atual gestão da CBTKD também não expôs aos
taekwondistas brasileiros os motivos pelos quais está cometendo
(temos certeza) esta arbitrariedade.
Segundo o que nos disse Evandro, um
dos motivos está no fato de ele ter ministrado cursos a algumas
entidades contrárias à CBTKD. Porém, Evandro enfatiza que não é funcionário
da CBTKD e que seus cursos são de cunho pedagógico. Ele explica que
os cursos e seminários que realiza Brasil afora tem como finalidade
recolher fundos para custear as passagens dos atletas da seleção
brasileira.
“Em
reunião eu até disse que poderia cancelar os cursos se a CBTKD
garantisse a ida dos atletas no Mundial”, explicou o mestre que teve o pedido negado. Sem alternativa, Evandro
passou a desenvolver seminários de aperfeiçoamento de poomsaes e
regras de arbitragem das competições desta modalidade.
“Através
dos cursos e de outros meios eu custeei parte da ida de quatro
atletas ao Mundial de 2013; as passagens de 3 atletas ao Pan de 2014
e as passagens e estadia de 12 atletas ao Mundial 2014, sem
contar que a minha passagem eu paguei do meu bolso sem usar esse
recurso destinado exclusivamente aos atletas”, relembra o mestre.
Evandro
chefiou os atletas Brasileiros nos campeonatos de poomsaes no ano
passado. No Campeonato Panamericano de Poomsae, os atletas trouxeram quatro medalhas de ouros e uma de prata. Já no Mundial do mesmo ano, Manoela
Pontual (aluna mais antiga dele) trouxe uma inédita medalha de Bronze. Dos 19 atletas que compunham a equipe do Brasil, 14 são treinados por
ele.
Outra alegação para justificar a desfiliação, segundo Evandro, reveste-se no fato de ele ter se credenciado como técnico da seleção brasileira
no Mundial de 2014, sem a autorização da CBTKD.
Segundo o
que explicou, o técnico oficial escolhido pela CBTKD só chegaria ao
local na véspera da competição. Dessa forma, a delegação não teria representante no Congresso Técnico, realizado dois dias antes. “Sem
termos representante, eu assumi o posto e tão logo o técnico chegou
entreguei minha credencial. No entanto, sou acusado disso”, conta.
Evandro revelou que em 2013, no Campeonato Pan-Americano de Cadetes e
Juvenil, a equipe brasileira viajou sem técnico e que ao chegarem ao
local da competição, os jovens, todos menores de idade, foram
surpreendidos com a informação de que a Seleção Brasileira não
estava inscrita no evento.
“A
CBTKD não tinha pago a taxa de anuidade da PATU (Panamerican
Taekwondo Union) e fomos informados disso pelo diretor financeiro da
entidade e que se não fosse paga a taxa no Congresso Técnico,
ninguém participaria. Adivinha quem resolveu isso e pagou duzentos
dólares? Eu , mais uma vez”.
Evandro, nos últimos
anos, juntamente com o seu grupo da TKD Rio, tem realizado um
trabalho espetacular para o taekwondo marcial competitivo do Brasil.
Depois do resultado inédito no último Mundial de Poomsae, quando a
sua principal atleta, Manoela Pontual, chegou à terceira colocação Veja aqui,
ele passou a viajar pelo Brasil ministrando seminários e
contribuindo sobremaneira com a evolução desta modalidade
competitiva.
Teria sido este o
motivo?
Ao que parece, o sucesso de uns acaba diminuindo a luz divina de outros?