Marcus Rezende
Se o taekwondista
brasileiro fosse um sujeito mais esclarecido, a maioria das
federações estaduais que pouco fazem pelos mestres e professores de
taekwondo do estado em que atuam e a própria CBTKD estariam
realmente falidas. Mas como não é assim, ainda há quem se submeta
ao escárnio das bancas examinadoras promovidas por esta entidade.
A falência a que me
refiro já deu as caras. A aparente organização que demonstram
possuir, se dá em razão do financiamento público cuja tendência é
minguar logo após as Olimpíadas.
E nesta toada, o
negócio é arrecadar a grana em exames de faixa de quem quer
ostentar altas graduações.
No site paralelo da
confederação, podemos apreciar o recente convite feito aos faixas
pretas do estado do Acre, para que participem do exame de faixa que
deve ocorrer em 28 de Dezembro.
A CBTKD faz
questão de ressaltar que só receberá as taxas de registro da
entidade, conforme a tabela. Porém, apresenta os singulares valores das taxas
de exame de primeiro a sétimo dan (de R$ 860 a R$ 6 mil), sem
definir quem vai levar o dinheiro.
A CBTKD esclarece
que a banca examinadora é ela quem escolhe. Ou seja, o dindim da
famigerada taxa vai para os mestres que compõem esta banca.
Enquanto alguns
incautos se submetem a isso, a despeito de estarem obedecendo uma
legalidade imposta, os mestres mais esclarecidos, obviamente, já há
muito tempo, não dispensam um centavo de seus alunos a estes
dirigentes que teimam em achar que mandam no pedaço.
Centenas de
profissionais do taekwondo por este Brasil afora estão se lixando
para estas entidades. Não sentem a menor falta de se registrarem a
elas, pois já perceberam que o trabalho que realizam não muda em
nada. As federações até poderiam ser importantes. Mas não são
porque não sabem ser.
Com a evolução
das comunicações e a troca imediata de informações, muitos
mestres perceberam que não dependem destes caras para manter o seu
trabalho; que podem constituir a própria escola de taekwondo e
certificar seus alunos com uma identidade própria. Muitos ainda já
travam contato direto com entidades internacionais para um respaldo
mais abrangente.
Diriam alguns
dirigentes: E o sonho Olímpico dos praticantes?
Responderiam os
mestres e professores: Quem os têm?
O sujeito que
procura uma academia de Taekwondo quer aprender a se defender e não
se tornar medalhista olímpico.
Se nos
detivermos, por exemplo, aos grupos do facebook descobriremos muitos
mestres e professores independentes trabalhando sem se importar com
estas entidades. Essa é uma tendência natural. Cabe aos administradores do taekwondo brasileiro avaliarem o quadro e se reinventarem.