Aqui discutimos o taekwondo nacional em todos os seus aspectos: desportivo, marcial e olímpico. Estaremos publicando artigos sobre ideias até o momento não implantadas em nosso taekwondo, bem como entrevistas com profissionais de diversas áreas do esporte e de outras artes marciais.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Professores sem CREF fora das Olimpíadas Escolares
A exigência, além de ilegal, é totalmente contrária a uma maior participação de praticantes em tais olimpíadas escolares. O COB não se toca sobre um fato deveras importante: os professores de taekwondo no Brasil não são formados em Educação Física, tampouco ensinam somente em colégios. Os que ministram aulas em instituições de ensino não perfazem a totalidade dos professores e mestres desta modalidade.
Os verdadeiros fomentadores do taekwondo brasileiro trabalham em academias e Clubes. O COB não está atento às mais recentes decisões tomadas por juízes federais desconsiderando a obrigatoriedade de o professor de artes marciais se registrar em tais Conselhos. No entanto, engessa quem ensina a modalidade na hora das competições escolares. Esquece-se que sem esse professor ensinando, o taekwondo brasileiro vai para o espaço. Será que temos tantos professores faixas-pretas formados em Educação Física para ensinar a modalidade de forma satisfatória por todo o Brasil?
Na outra ponta, a falta de auto-estima dos dirigentes brasileiros é de causar tristeza. Frente à uma decisão como a que consta no tal regulamento escolar, teriam que entrar com um Mandado de Segurança para garantir a participação dos professores desses estudantes em tal evento.
A CBTKD fica inerte a esse absurdo. Aonde vamos chegar com isso?
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Fábio Goulart critica treinadores ausentes ao curso de Gato
Fábio foi no mínimo deselegante ao expressar o pensamento de que os ausentes não compareceram porque acham que não têm nada o que aprender com o excelente preparador.
Achei uma afirmação infeliz, sobretudo de um sujeito que é referência para muita gente no Brasil e que hoje ocupa um cargo importante dentro da CBTKD.
Eu mesmo gostaria imensamente de ter podido participar, mas não tinha como largar o meu trabalho, da mesma forma que diversas outras pessoas não puderam pelos mais variados motivos.
Na verdade eu não consigo imaginar de onde o Fábio tirou a idéia de que muitos treinadores não foram ao Seminário por se acharem auto-suficientes e não terem nada o que aprender com o excelente preparador físico.
Agora, se eu tivesse na posição de Supervisor Técnico da CBTKD, envidaria esforços para que cursos como esse fossem itinerantes e rodassem por todo o Brasil e acontecessem aos finais de semana, visando assim a democratização do conhecimento.
Apesar de não estar mais militando nas frentes competitivas, senti-me mais atingido, porque parecia que o ataque era dirigido aos cariocas.
Se não foi essa a intenção do nosso campeão, essa foi a impressão que ele deixou passar.
sábado, 17 de abril de 2010
Regras para crianças: até que em fim
As regras eram bastante simples. A partir dos 6 anos, os competidores seriam divididos por faixa e por idade. Já de cara, um dos grandes vilões das competições infantis seria afastado: o WO, pois dificilmente isso ocorreria.
A arbitragem seria peça fundamental para o sucesso do evento, pois o Árbitro Central, por exemplo, tinha a missão de ficar atento à força do chute aplicado, punindo com perda de um ponto aquele que atingisse o seu oponente. Nessa campo, destaco a capacidade do árbitro Vinícius Garbelloti em conseguir captar perfeitamente as regras e as repassar exemplarmente aos demais árbitros da competição.
Os juízes laterias, em número de 3, por sua vez, marcavam em papeletas os toques aplicados com a devida técnica, mas sem o impacto. A figura do placar eletrônico também foi abolida, pois nenhuma criança precisa ficar sabendo que perdeu por 7 ou 8 x 0.
Ao fim da disputa, o resultado era informado de imediato ao Àrbitro Central que, de imediato, proferia o resultado. Simples, sem traumas e sem ninguém machucado.
Sofri muita resistência por parte de diversos técnicos pelo Brasil afora, os quais justificavam a importância de crianças lutarem como adultos como forma de se prepararem para quando estivessem com 14 anos na categoria juvenil.
Procurava explicar a estas pessoas o equívoco que cometiam, respaldado em estudos científicos. Tentava expor a eles que era aos 14 anos que se deveria começar a verdadeira preparação, para que aos 17 anos ele estivesse pronto para a categoria adulto.
Torço para que a CBTKD desenvolva uma regra que proteja as crianças que praticam taekwondo e que não as tratem como atletas, pois ainda não o são. E que não inventem um mostrengo e piorem ainda mais as coisas para as nossas crianças.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Encontro com meu ídolo
César de camiseta esverdeada. Na ponta esquerda, o mestre João Henrique (um dos mais antigos do TKD brasileiro) e na outra ponta (ao lado de César), meu amigo Carlos Fernandes, presidente da Federação do Rio
Depois de 30 anos revi uma das pessoas que mais admirei dentro do taekwondo. Seu nome Luiz César Silva. Aos 16 anos, quando comecei a treinar com o mestre Jung Roul Kim, na Rua da Carioca (centro do Rio), me deparei com essa figura. Ele simplesmente fazia o que queria com as pernas e com quem estivesse a sua frente.
A técnica de César era de impressionar. Ele treinava 8 horas todos os dias e foi o motivador da excelência em meus treinamentos. Foi ele quem me fez compreender a importância de se treinar diariamente e de executar não menos que mil chutes por dia.
O encontrei na II Etapa do Campeonato Carioca, na cidade de Volta Redonda. Fiquei imensamente feliz em vê-lo novamente.
Minha admiração por esse grande lutador era maior porque nos combates dentro da academia ele era incapaz de se aproveitar de sua superioridade, mesmo com praticantes mais graduados que ele.
Em 1981 ele se afastou do taekwondo Môo Duk Kwan por divergir da política implementada pelo mestre Jung Roul Kim. Foi uma perda irreparável para o taekwondo brasileiroMP gaúcho proíbe criança de lutar como adulto
O trabalho junto ao MP gaúcho é do mestre Juliano Tomé, um especialista em direito desportivo que vem contribuindo enormemente com algumas lutas em favor do taekwondo brasileiro. Ele é um dos que também lutam contra a ilegalidade dos exames de faixas.
Venho lutando para que os dirigentes mudem o foco das competições para crianças, retirando os placares eletrônicos, os chutes fortes nos protetores, concebendo apenas (no frente a frente) a exposição da técnica sem o contato. Competição sem contato físico evita a pesagem; as categorias são feitas por idade. Evita que alguns professores cometam o absurdo, por exemplo, de expor uma criança com 35 quilos a ficar em jejum para perder peso.
Espero que a decisão do promotor gaúcho reflita em outras federações e que a CBTKD possa se sensibilizar e decretar, por meio de sua direção técnica, o fim das competições das categorias mirim e infantil nos moldes em que lutam adolescentes e adultos.
As categorias de peso mirim e infantil foram inventadas há mais de 20 anos sem nenhum critério técnico.