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sábado, 17 de abril de 2010

Regras para crianças: até que em fim

Em dezembro de 2002 eu estava ajudando a CBTKD a organizar o Open Cidade Maravilhosa de 2003 e consegui convencer o presidente Yong Min Kim de que crianças e jovens na puberdade não deveriam lutar como adultos. Ele me deu carta branca para tocar o projeto que eu tinha em mente. Com muito zelo e carinho idealizei as regras de competição para crianças até 14 anos.
As regras eram bastante simples. A partir dos 6 anos, os competidores seriam divididos por faixa e por idade. Já de cara, um dos grandes vilões das competições infantis seria afastado: o WO, pois dificilmente isso ocorreria.
A arbitragem seria peça fundamental para o sucesso do evento, pois o Árbitro Central, por exemplo, tinha a missão de ficar atento à força do chute aplicado, punindo com perda de um ponto aquele que atingisse o seu oponente. Nessa campo, destaco a capacidade do árbitro Vinícius Garbelloti em conseguir captar perfeitamente as regras e as repassar exemplarmente aos demais árbitros da competição.
Os juízes laterias, em número de 3, por sua vez, marcavam em papeletas os toques aplicados com a devida técnica, mas sem o impacto. A figura do placar eletrônico também foi abolida, pois nenhuma criança precisa ficar sabendo que perdeu por 7 ou 8 x 0.
Ao fim da disputa, o resultado era informado de imediato ao Àrbitro Central que, de imediato, proferia o resultado. Simples, sem traumas e sem ninguém machucado.
Sofri muita resistência por parte de diversos técnicos pelo Brasil afora, os quais justificavam a importância de crianças lutarem como adultos como forma de se prepararem para quando estivessem com 14 anos na categoria juvenil.
Procurava explicar a estas pessoas o equívoco que cometiam, respaldado em estudos científicos. Tentava expor a eles que era aos 14 anos que se deveria começar a verdadeira preparação, para que aos 17 anos ele estivesse pronto para a categoria adulto.
Torço para que a CBTKD desenvolva uma regra que proteja as crianças que praticam taekwondo e que não as tratem como atletas, pois ainda não o são. E que não inventem um mostrengo e piorem ainda mais as coisas para as nossas crianças.

Um comentário:

Professor Junior disse...

Concordo plenamente. Só acrescentaria mais um ítem: complementando a preocupação em não ter wo, crianças até 10 anos, acredito eu, que poderiam sempre ter o resultado de empate, como estímulo a competitividade, porque empatar não é perder. A criança que empata, não desestimula e volta a querer competir, diferente da que perdeu.
A partir de 11 anos poderia ter vencedor e perdedor.