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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Natália Falavigna opina em entrevista ao Correio

Marcus Rezende

Quando eu escrevo que cada atleta é uma Seleção em particular, os homens do poder e outros que se encostam para usufruir das benesses, acham que não. Creem que o sistema atual tem de ser mantido como está e que o sucesso é uma questão de tempo. Vão envelhecer, os resultados não vão chegar e a distância, que hoje já é cavalar, vai aumentar ainda mais.
Esta semana, quem veio a público referendar de forma subliminar o que já venho falando há 11 anos, foi a maior expoente do taekwondo nacional, Natália Falavigna. Em entrevista ao Correio Braziliense, a medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim falou o que pensa e desqualificou os treinadores que vem sendo escolhidos pela CBTKD, deixando claro que vai se preparar para Londres da mesma forma de sempre: COM SUA PRÓPRIA EQUIPE.
Natália, apesar de dizer que a CBTKD deveria ter técnicos mais bem qualificados, mostrou nas entrelinhas que em seu treinamento ninguém vai meter a colher. Então, por que a entidade nacional não aproveita a deixa e muda radicalmente essa estrutura fracassada e sem resultados dignos para o montante de dinheiro público investido? O técnico deve realmente ser alguém muito bem qualificado, mas isso não implica dizer que ele deva ser o responsável pelo trabalho em particular de cada um. Ele é alguém que, conhecendo bem todos os atletas, terá ótimas condições de auxiliá-los na hora dos combates.
Por que não aproveitam esta seletiva fechada para abandonar o velho sistema e escolher simplesmente aqueles que serão apoiados durante o ano de 2012, deixando que eles, com o aporte financeiro (e com outros apoios que venham a conseguir) escolham com que equipe vão treinar. Pode ser no Japão, no Nepal, no interior do Acre, não importa. Ou se consolidadam ou perdem espaço nas seletivas do calendário anual, onde teriam que participar. A própria Natália, teria que participar, se quisesse ser escolhida como a atleta da categoria para aquela competição específica.
Em paralelo, a confederação sairia à caça de quem pode ser preparado para 2016. Repito, não entendam o “PREPARADO” como responsabilidade de a entidade PREPARAR. Uma jovem, hoje, por exemplo, que não tenha chance de enfrentar uma Natália Falavigna, se tiver apoio para se dedicar aos treinamentos, pode ser que consiga vencê-la.

Ainda há tempo de mudar.