Marcus Rezende
O sistema que envolve o taekwondo brasileiro é simplesmente desastroso para o futuro competitivo do país. Já falei sobre isso algumas vezes aqui. Porém, nunca é demais repetir para ver se alguma coisa nova entra na cabeça de nossos dirigentes.
Tudo começa com a não existência de associações representativas. Sem elas não se consegue fazer valer a vontade dos taekwondistas. As poucas que existem no Brasil, em sua quase totalidade, são cartoriais. Ou seja, só possuem o CNPJ. E estão bem presas ao cabresto dos presidentes das federações. Se pudéssemos dar uma olhadinha no cadastro de praticantes federados no Brasil, constataríamos que quase todos treinam em academias. Isso porque as associações de papel, são realmente de papel.
Sendo assim, a base que deveria começar nas entidades filiadas às federações, começa erradamente na própria federação estadual. Dessa forma, sem ter quem possa pressioná-los nas eleições, os presidentes estaduais se mantêm no poder por anos e mais anos. Entronizados nos estados, passam a fazer pressão em cima do presidente da CBTKD, o qual (para permanecer no cargo) também acaba deixando de fazer a política correta, para realizar a mais conveniente aos que nele votam.
Um exemplo claro é a continuidade dos campeonatos brasileiros e copas do Brasil por seleções estaduais. Um anacronismo de mais de 30 anos que só faz o Brasil se distanciar das demais potências mundiais. Olhemos para as modalidades desportivas individuais e busquemos qual delas trabalha com a mesma perspectiva? Dificilmente encontraremos.
Refém desse sistema, os presidentes nacionais, ao longo de todos estes anos, se viram obrigados a ceder a tudo que os presidentes de federações reivindicaram, tanto no aspecto competitivo, como no marcial.
No primeiro, tiraram e continuam tirando a liberdade de o atleta escolher por onde quer desenvolver seu trabalho desportivo. Os poucos competidores que temos se veem obrigados a participar de etapas estaduais cuja finalidade é a simplória e tacanha formação de uma seleção do Estado. Já, na base falsa, o técnico do atleta é jogado para escanteio. Isso porque o presidente da federação é quem escolhe o sujeito que vai treinar aquela equipe.
No aspecto marcial, ganham de presente da CBTKD a chancela para se tornarem donos dos exames de faixa no estado. O conteúdo técnico-marcial, neste contexto, pouco importa.
o sobredito é apenas um resumo de algo bem simples de se resolver, mas que parece ser imensamente complexo à visão da maioria dos dirigentes brasileiros.
E quem pena com isso é o taekwondo brasileiro que, sem unidade, vai se distanciando das grande potências mundiais como modalidade esportiva. UMA PENA!
2 comentários:
É a mais pura verdade-realidade. E como bem citado no texto, basta olharmos bem à frente e observarmos uma outra modalidade, por exemplo o Judô Brasileiro, que acumula títulos, apresenta novos valores a cada competição e o mais importante, fomenta a prática da modalidade, como numa progressão geométrica. Não é tão difícil seguir exemplos que dão certo, a não ser que o egocentrismo e a megalomania exacerbados, aliados à falta de critérios e gestão temerária, coloquem tudoa perder... literalmente.
Quero ver se o Marcus Rezende e o Ricardo Andrade serão homens o suficiente para falar isso na frente dos dirigentes da cbtkd.
Podem aproveitar o curso do kukkiwon.
Será que saindo de trás do pc eles são homens também?
DUVIDO.
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