Marcus Rezende
No dia 19 de Julho
acompanhava pela internet o Mundial de Taekwondo (que ocorreu em
Puebla, no México, entre 15 e 21 de Julho) e ao mesmo tempo
publicava informações do que ocorria no evento, até mesmo para
estimular que outras pessoas também assistissem. Eis senão quando,
por meio da conversa privada do facebook, uma pessoa muito bem
relacionada ao atleta da Seleção Brasileira, até 87 Kg, Douglas
Marcelino, me passa a informação de que Douglas teria acabado de
ser nocauteado em sua segunda luta e que a delegação brasileira não
teria levado médico e que ele fora atendido por uma massoterapeuta.
Em seguida, pediu que seu nome não fosse revelado. Sem problemas, levando-se em conta a
credibilidade que a fonte lhe transmite.
Daí, eu publiquei a
seguinte informação pelo Facebook: MUNDIAL
DE TAEKWONDO: INFORMAÇÕES DE UMA FONTE QUE PEDIU ANONIMATO DÃO
CONTA DE QUE O BRASIL NÃO LEVOU MÉDICO PARA ACOMPANHAR A SELEÇÃO
BRASILEIRA; EM SEU LUGAR FOI UMA MASSOTERAPEUTA. O ATLETA DOUGLAS
MARCELINO FOI NOCAUTEADO EM SUA SEGUNDA LUTA E NÃO HAVIA MÉDICO
BRASILEIRO PARA ACOMPANHÁ-LO.
A
informação acima gerou diversas interpretações por parte dos que
interagiam comigo e acabou chegando à imprensa. De minha parte,
somente me restringi ao que expus acima, apesar de a fonte ter me
passado muito mais informações.
Resolvi escrever este texto depois que assisti a um vídeo produzido
pelo mestre Marcos Roberto, do Taekwondo Notícias, com uma
entrevista do atleta que se mostrava aborrecido com o que fora
publicado na imprensa a respeito do que ocorrera de verdade e que
fora ensejada pela minha publicação no Facebook e que segundo o
atleta foi “totalmente contrário do que aconteceu”.
De minha parte, vamos ponto por ponto:
INFORMAÇÕES
DE UMA FONTE QUE PEDIU ANONIMATO DÃO CONTA DE QUE O BRASIL NÃO
LEVOU MÉDICO PARA ACOMPANHAR A SELEÇÃO BRASILEIRA. Perfeita a
informação. Realmente não levaram. Foi confirmada pelo atleta na
entrevista.
EM
SEU LUGAR FOI UMA MASSOTERAPEUTA. Na verdade era uma fisioterapeuta.
O
ATLETA DOUGLAS MARCELINO FOI NOCAUTEADO EM SUA SEGUNDA LUTA. A
palavra nocaute realmente é muito forte. Normalmente imagina-se o
sujeito estatelado no chão. Porém, o nocaute não se dá somente
desta forma. Na verdade, ele sofreu um chute no rosto; a luta foi
paralisada e o médico da competição decidiu por desclassificá-lo,
o que, neste caso, define a vitória do oponente por Nocaute
Técnico.
NÃO
HAVIA MÉDICO BRASILEIRO PARA ACOMPANHÁ-LO. Triste verdade.
O mais curioso é
que o atleta acabou revelando o que eu considero realmente grave. Ele
diz na entrevista que estava se sentindo bem e que poderia voltar ao
combate (e o vídeo da luta mostra realmente isso). Segundo ele, o
médico da organização que o atendeu considerou que estivesse com
o nariz fraturado e assim não envidou esforços para estancar o
sangramento. O Árbitro Central, então, após o tempo médico de um
minuto, foi informado de que o atleta brasileiro não poderia mais
voltar ao combate. Daí, como autoridade máxima da contenda, considerou o atleta
centro africano vencedor por nocaute técnico.
Ou seja, se o Brasil
estivesse com o seu próprio médico, o brasileiro teria retornado à
luta. Perceberam a gravidade? Esse fato, sim, é o mais relevante de toda esta história.
Douglas Marcelino foi prejudicado pela própria entidade. E isso, no
fundo no fundo, é o mais revoltante, o mais relevante e o mais
grave.
É bom que se
ressalte: o publicado não foi “totalmente contrário do que
aconteceu”, como disse o atleta. E outra: a expressão:“Não
aconteceu nada do que foi veiculado nos meios de comunicação”
acaba dando uma ideia diferente do que ocorreu, pois o certo seria
dizer: Não aconteceu exatamente como foi divulgado.
Porém, apesar de algumas imprecisões nas informações, se o
fato não ocorresse, talvez não ficássemos sabendo que a delegação
brasileira viajara à competição mais importante do calendário internacional sem um médico .