Marcus Rezende
Chega a ser divertido
opinar sobre as intervenções do ilustríssimo presidente da
Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Fernandes, o dirigente
taekwondista para cujas decisões administrativas com a utilização
do dinheiro público advindo da Lei Piva florescem processos que o
tornam suspeito de malversação destes recursos desde que assumiu o comando da
confederação.
Mas isso é coisa
para a Justiça resolver. Esta Justiça lenta que tarda, mas, mesmo
que muitas vezes falhe, também nos surpreende com decisões que nos
fazem acreditar que podemos ainda sonhar com A VERDADE DOS FATOS.
Porém o que me traz
aqui é a participação do ilustríssimo em entrevista concedida ao
site da entidade.
Com uma fotografia que
demonstra bem o perfil de um sujeito que costuma olhar para o lado em vez de encarar a verdadeira realidade, Carlos Fernandes resolve
abrir o coração e se pronunciar sobre os aspectos técnicos da
CBTKD e também do que pensa a respeito de tudo o que é obrigação
dele prezar. Mas que só agora quis dar luz.
Em sua entrevista
pessoal, ele inicia dizendo que nunca interferiu no trabalho da
Comissão Técnica, mas que está sempre de prontidão. Porém, a
decisão final é dela. Seria interessante esse tipo posicionamento
se os resultados fossem positivos para o Brasil.
Mas eu gostei mesmo
quando ele repetiu o que venho particularmente defendendo desde 2002, e que exponho aqui neste blog desde que o criei: “O Ranking
tem que valer mais para as posições de chaves e não para
blindagem”. É ou não uma afirmação hilária, vinda de
quem está à frente da CBTKD por todo este tempo? E complementa: “Na
minha opinião tem que haver mais seletivas para conquistar as vagas
para disputar as competições internacionais”. Meu
Deus...É ele mesmo quem está dizendo isso?
Óó...Agora ele pensa
dessa forma..? Estava dormindo? Não via o que se passava na seara
técnica? Não tinha projeto para o taekwondo brasileiro? Acordou do
sonho e resolveu expor a opinião? E mesmo pensando desta
forma, não podia fazer nada, pois seus comandados pensavam
diferente dele? Mas a pergunta que ele não respondeu: Esta Comissão
vai continuar afundando o taekwondo brasileiro com o projeto de
seleção única, que ocorre desde 2003 e que sempre blindou os
atletas?
Quem lê a
auto-entrevista do senhor presidente pode pensar que ele esteve, nesse
período, em outro país, distante de tudo. E que ao chegar se
deparou com uma seleção única para o ano todo, com um ranking
definidor de quem vai ou não competir no final do ano para se manter
blindado nesta seleção. E também descobriu que o Brasil já não
faz seletivas para os campeonatos internacionais desde 2003. E que
agora também está pensando em uma participação dos técnicos
particulares.
É, senhor Carlos
Fernandes, seria mais digno dizer que veio errando durante todo este
período e que agora vai tentar fazer as coisas certas, as quais vem
sendo clamadas faz muito tempo.
Mas a galera que o lê
não é tão boba como pode parecer.