Marcus Rezende
É preciso entender que já faz um bom tempo que o taekwondo passou a ser dividido em duas modalidades: a olímpica, amplamente divulgada, cuja maior expoente no Brasil chama-se Natalia Falavigna, e a marcial (ainda desconhecida da maioria da população) de cujas bases são retirados parte dos subsídios para o treinamento desportivo.
Para se ter uma idéia do preâmbulo, quando se pergunta ao profissional da mídia em geral sobre as bases e fundamentos da modalidade, a ampla maioria discorre sobre as regras de competição. Poucos sabem, por exemplo, que no taekwondo há saltos, poomsaes, sebons e hanbons e técnicas de defesa pessoal.
O mesmo ocorre com a população. Os que conhecem o taekwondo têm em mente um sujeito de colete, capacete e que luta desferindo bandal e soltando gritos. É certo que, de um tempo pra cá, com as novas regras de competição, com chutes no rosto valendo até quatro pontos, técnicas antes esquecidas (que ficavam somente na conta da marcialidade) saem do dojan marcial para o olímpico, dando novas cores à forma competitiva de lutar. Mesmo assim, é preciso que entendamos que ainda há muito por fazer para uma ampla divulgação do taekwondo marcial. A grande maioria não quer ser competidora, tampouco atleta e muito menos atleta profissional. E é aí que reside o grande erro por parte dos faixas pretas que começam a ensinar a modalidade. Eles partem direto para o ensinamento das bases desportivas do taekwondo, quando deveriam solidificar as da arte marcial. Sobre esta questão, defendo uma idéia que em outra oportunidade vou dividir com os amigos leitores. Por enquanto, quem vai a uma academia assistir a um treino, não consegue entender que a competição é somente uma das partes do aprendizado.
Estamos vivendo um paradoxo, porque por mais divulgação que ocorra com os nossos campeões, as academias continuam vazias. Muito mais vazias que nos anos 70 e início dos anos 80, quando a marcialidade conduzia a modalidade e as competições daquela época.
E é aí onde habita o grande problema a ser resolvido, pois sem praticantes (na base) não se pode falar em futuro do taekwondo competitivo.
Um comentário:
Ainda que sejam poucos, há bons instrutores que promovem festivais de Taekwondo onde a marcialidade nunca é esquecida. Em outubro Gramado (RS) sediará mais um FENATAE, e conta também com integrantes do Hapkido em torneios de formas, quebramentos, chutes em altura e distância, formas em grupos ou musical e demonstrações em equipe... Nem tudo está perdido, ainda existem bons instrutores presenrvando a marcialidade do Taekwondo...
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