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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Malandragem continua no Brasil

Marcus Rezende


 Recentemente, no facebook, me deparei com uma discussão referente aos valores das taxas de exames cobrados por bancas examinadoras e chancelados pela Confederação Brasileira de Taekwondo. Era uma nota da CBTKD de 12 de Abril deste ano abrindo inscrições para os incautos que quisessem realizar exames de faixa com uma banca de mestres escolhida pela entidade nacional, no dia 4 de Junho passado.
Quando eu falo que a coisa pode ser enquadrada como formação de quadrilha, não é exagero, pois na nota explicativa, a CBTKD oficia que no dia marcado só recolheria as taxas de registro “conforme tabela em vigor”. Porém, expõem escancaradamente e deslavadamente uma tabela de preços com os valores das taxas dos exames que obrigatoriamente teriam de ser pagas (na hora) à banca examinadora. Ou seja, aos escolhidos pela CBTKD. Ou melhor, abrindo o verbo e falando de forma clara: aos caras que iriam botar a GRANA NO BOLSO e bem sonegada do Imposto de Renda. Os valores indecentes, porém, ninguém explica quem foi que estipulou. Ou seja, ninguém quer ser o pai da criança feia.
O camarada, louco para virar “MEXTRE”, chega com o paco de R$ 5 mil e entrega às mãos de um desses escolhidos. O outro, ávido para chegar ao 5º dan, entrega R$ 6,5 a um outro agraciado amigo do poder. Gente que muitas vezes nunca viu o praticante que será examinado. Tudo às claras e sem nenhum constrangimento das partes.
Quero deixar claro outra coisa: não sou contra a cobrança de taxas de exame tampouco questiono os valores que cada um cobra. Esta questão cabe a cada Mestre, a cada Escola, a cada discípulo e dos objetivos que envolvem o repasse destes honorários divididos proporcionalmente entre grão-mestres, mestres e professores.
No desenrolar do debate, caiu-se no tema do certificado da CBTKD ser ou não obrigatório e se não bastaria ao faixa-preta portar somente o da Kukkiwon (reconhecido mundialmente), já que autonomamente o mestre e a sua respectiva Escola podem emitir o documento comprobatório de graduação.
Independentemente de ser necessário ou não o certificado da CBTKD, o problema não está neste pedaço de papel, mas sim na chantagem e na desonestidade existente há anos para obtê-lo. Se fossem sérios e desprovidos de interesse referente as taxas de exame de faixas-pretas, os que dirigiram a entidade até os dias de hoje não criariam dificuldades aos praticantes para se registrarem e receberem o diploma nacional. Bastaria que o faixa-preta apresentasse o requerimento de registro chancelado por um mestre já registrado à entidade para que o pedido fosse acatado, deixando tudo o mais sob responsabilidade de cada mestre.
Mas, não. Aqui no Brasil a coisa é louca mesmo. O cara primeiro tem que ser federado (mesmo a que a Constituição do país diga que ninguém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado), ter o certificado da federação e também o da confederação.
Digamos que o sujeito tenha um certificado de 6º dan da Kukkiwon por meio de outra entidade e queira se registrar à CBTKD. Como vão proceder? Vão exigir que faça um exame para comprovar a graduação? De certo que a única coisa que deveriam exigir, neste caso, é o pagamento da taxa de registro, referente àquela graduação. Mas por aqui, se podem dificultar, porque vão facilitar?
O resultado deste enrosco é simples. Os mestres que tem um pouquinho de discernimento de tamanha desonestidade simplesmente deixam de trabalhar com as entidades e passam a trabalhar sozinhos. E os que não conseguem enxergar fora do quadrado, se submetem à ignomínia, como se outro caminho não existisse.

Todos os que se beneficiam com o atrelamento dos exames de faixa-preta e dan são dirigentes ou amigos de dirigentes. Se não estivessem por cima da carne-seca, não se submeteriam ao que eles próprios impõem.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Tem caroço neste angu

Marcus Rezende


A nota explicativa publicada pela CBTKD sobre o corte do bolsa-auxílio de seis atletas da Seleção Brasileira, pagos pela Petrobrás, apresentou os critérios estipulados pela Comissão Técnica. Porém, poderia ser mais completa e também dizer quantos membros desta Comissão Técnica mantiveram seus cargos.
Nesta conjuntura de destruição do esporte amador nacional, a meu ver, já que o caldo entornou, e a estrutura mínima financeira aos atletas minguou, seria muito mais producente cortar o grupo técnico e manter os seis atletas recebendo este auxílio. Isso porque cada atleta já possui uma estrutura multidisciplinar mínima, senão não teriam chegado ao seleto grupo.
Atletas como Diogo Silva, Márcio Wenceslau e Kátia Arakaki (que não estão na lista deste seis atletas, mas que já perderam a bolsa) não são dependentes tecnicamente desta Comissão Técnica (não estou questionado a capacidade de Madureira  e os demais valorosos treinadores). Estou dizendo que cada atleta da seleção já possui a sua própria estrutura multidisciplinar e o dinheiro da Petrobrás os ajudavam a mantê-la.
A situação do esporte brasileiro é de dar pena. A do taekwondo, então, é simplesmente lastimável. A CBTKD não possui um plano emergencial, pois é totalmente dependente das verbas públicas. A receita ordinária da entidade (registros e anuidades de praticantes e atletas; taxas de inscrição e de organização de competições) é apresentada apenas de forma genérica aos presidentes das federações em Assembleias de prestação de contas.
A nota traz uma revelação interessante. 34% da verba da Lei Piva é destinada ao fomento. Agora eu pergunto: QUE FOMENTO? NÃO HÁ FOMENTO NO TAEKWONDO BRASILEIRO. ALGUM PROFESSOR OU MESTRE DE TAEKWONDO CONQUISTOU NOVOS ADEPTOS POR AÇÕES DE FOMENTO DA CONFEDERAÇÃO? Faça-me o favor...
Interessante também na nota são os percentuais da lei Piva para as competições nacionais (17%), e para a manutenção da entidade (19%), isso porque revela que os recursos internos também são utilizados para a mesma coisa.
As contradições são latentes quando se sabe que as competições nacionais são custeadas pelas federações que sediam o evento. Ademais, as inscrições dos atletas, pagam os custos das competições. 
   Se não querem ser questionados, sejam transparentes.

sábado, 22 de junho de 2013

FIM DO DITADOR E A ESPERANÇA DE QUE NÃO SE TROQUE SEIS POR MEIA DÚZIA

Marcus Rezende

O taekwondo brasileiro poderá finalmente se livrar de um mandatário que em dois anos à frente da Confederação Brasileira de Taekwondo nada fez concretamente em favor do crescimento da modalidade.
O Comitê Olímpico Brasileiro decidiu criar uma Comissão Especial Temporária (veja a nota no site do COB) independente para apurar as denúncias de irregularidades dentro da entidade. Desta vez, a CET poderá apurar com calma o que a justiça carioca não quis fazer: se debruçar diante de mais de mil página de um processo recheado de provas contundentes.
Se tudo der certo, e o atual presidente for afastado, os problemas por que passa o taekwondo brasileiro há décadas infelizmente ainda vão estar longe de serem solucionados, pois não temos no momento um substituto com visão desportiva avançada, que entenda que o taekwondo antes de tudo é uma arte marcial e que o atleta do futuro inicia o aprendizado com os conhecimentos básicos da defesa pessoal. E que está no fomento o início de toda a seara desportiva.
Nossos problemas só começarão a ser resolvidos se alguns pontos polêmicos forem sanados de imediato:
  • Autonomia total para que todos os mestres possam realizar seus exames de seus faixas pretas sem a chancela dos presidentes das federações, que, no mais das vezes, se indicam como examinadores e recebem as taxas dos exames de praticantes que nunca viram na vida;
  • Não discriminação dos faixas pretas de outras entidades e que a eles possa ser dada a chance de competir dentro do calendário da CBTKD;
  • Fim de campeonatos por Federações. Depois da prática dos Exames de Faixa, é a tradição de maior atraso do taekwondo nacional. Federação nunca foi equipe. Federação tem outras atribuições;
  • Utilização do ranking para tão somente o posicionamento dos atletas nas chaves das competições nacionais. O ranking não pode garantir vagas somente de alguns;
  • Fim da seletiva de final de ano para escolha de uma seleção para todo o ano seguinte. As seletivas devem ser no ano em curso e para as competições internacionais específicas que vão acontecer naquele ano.
  • Entender que o taekwondo competitivo é um esporte individual e que cada atleta tem sua própria equipe e que a Seleção Brasileira não deve tirá-lo de seus treinadores para preencher o ego de um técnico escolhido pelo presidente da entidade. O atleta só deve ser requisitado em períodos pré competitivos;
  • Não misturar as competições das categorias sub 21 com a Adulto e a Juvenil, pois um jovem de 16 ou 17 anos não deixa de ser um Sub 21; da mesma forma que nesta idade podem competir na categoria adulto;
As ideias acima não são invencionices deste articulador. Mas sim um pensamento calcado na realidade dos esportes individuais no mundo e que traria ao taekwondo brasileiro muito mais dinamismo e estímulo aos treinadores.

INFELIZMENTE NOS FALTA QUEM POSSA CONDUZIR O TAEKWONDO BRASILEIRO COM UMA VISÃO DESPORTIVA HOLÍSTICA. 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

E no estádio alguém pergunta: O que está acontecendo?

A matéria abaixo foi publicada no site MasTaekwondo.com por Beatriz Rodriguez, que avalia uma matéria do New York Times sobre o Taekwondo nas Olimpíadas de Londres 2012.

Tentei manter, ao máximo, o texto na íntegra, dando apenas alguns retoques para uma melhor compreensão do leitor do blog;


O que está acontecendo? é o título de um artigo publicado no New York Times, logo após os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, o que significa, segundo a WTF, um estrondoso sucesso de Taekwondo em sua história.
A Globalização do Taekwondo teve sua melhor evidência em Londres 2012, com medalhas de ouro distribuídas entre oito países diferentes, ainda com supremacia coreana neste esporte, mostrado em eventos olímpicos anteriores.

No entanto, este artigo toca em um ponto importante e que não devemos deixar de lado, especialmente nestes tempos em que ouvimos e lemos sempre, que um dos objetivos de curto prazo é transformar o Taekwondo WTF em um esporte de massas, com uma impressionante cobertura da mídia e, assim, conseguir mais patrocinadores. O que acontece com esse público a quem você quer alcançar? Você entende os detalhes e protocolos do esporte extremamente difíceis para não-especialistas?

Vamos fazer viagem de volta ao ginásio Excel, sede de esportes de combate em Londres 2012. Os estandes estão totalmente lotado e todo mundo está atento ao que acontece na área de combate. No entanto, Sara Basharmal, uma espectadora, está confusa porque não entende por que o árbitro sempre separa os dois atletas e grita em um idioma que ela não consegue decifrar. Parece que são instruções aos lutadores para em seguida deixá-los lutar outra vez. "Eu acho que é porque ele acha que foi um erro e, em seguida, percebi que ... e deu um ponto ... Ou não foi?" Diz Sara.

Por outro lado, Andrew Whenman, não entende o que significam as "letras e sinais que aparecem nos placares." Alguns se parecem com um "T" e outros sinais não entendo. "

"Não, eu realmente não entendo nada", diz Muriel Varella, quando questionado sobre sua opinião sobre a batalha entre um brasileiro e um iraniano que acaba de terminar.
(A luta em questão é de Diogo Silva contra Mohammad Bagueri, que terminou em um empate.) Em seguida, um painel de três juízes declarando o vencedor com base nos movimentos técnicos do atleta durante o combate. "Você viu o que aconteceu?-Ela diz a seu marido -, o juiz disse que o cara do Irã ganhou. Ele responde: se houve um empate, não teria que ter uma quinta rodada, para que o júri decidisse"?
Sem rodeios, o artigo do New York Times expressa que se há um esporte projetado para causar confusão máxima entre as pessoas comuns que frequentam os Jogos Olímpicos, este esporte é o Taekwondo.
Vamos analisar em detalhes alguns dos aspectos que podem confundir as pessoas que não conhecem este esporte ancestral nascido na Coréia.

É um esporte que tem protocolo longo e muitos rituais. Basicamente, existem dois atletas no tatame usando capacetes de proteção e coletes onde o atleta tenta chutar para marcar os pontos. Ocasionalmente, os atletas tentam bater na cabeça. Como quase todos os outros esportes, o taekwondo tem o seu próprio vocabulário, seus costumes e suas idiossincrasias. No entanto, a maioria dos outros desportos são fáceis de compreender, pelo menos de forma rudimentar.

No taekwondo há cerimônias intermináveis. Exemplo: ​​quando um treinador pede tempo para analisar as ações ou revisões dos vídeos. É demorado. Enquanto isso, tudo o que os telespectadores vêem é o árbitro caminhando para o treinador que pediu a revisão. Ele inclina-se na frente dele e ele dá ao juiz uma espécie de cartão colorido. O árbitro caminha de volta para o centro e retira o cartão. Em seguida, caminha em direção a uma mesa onde estão três personagens. O juiz entrega o cartão, mas não antes de fazer reverência apropriada. Em seguida, essas três pessoas, a cuja função no evento o público desconhece, decidem atender ou não o pedido do técnico.

Joonbi! - Grita o juiz central... e Shijak, diz complementando, momento em que os atletas voltam a lutar.

"Eu acho que eles estão dando instruções para iniciar", diz Whenman, que havia dito anteriormente que ele não entendia os sinais em placares eletrônicos.

George Meredith Hardy, que atuou como Produtor Geral do Esporte no ExCel, diz que parte do trabalho de alto-falante no ginásio estava tentando explicar (ao público) e telespectadores o que realmente estava acontecendo na aréa de luta. "Queríamos educar os espectadores e certificarmo-nos de que eles entendiam o que estava acontecendo na luta. No entanto, os presentes não entendiam as particularidades e desafios do taekwondo. Hardy continuou: "porque às vezes você vê um chute que dá a certeza de um ponto ao atleta que o executou, porém, nada."

Esta confusão deve levar-nos a questionar se o Taekwondo é realmente um esporte emocionante de assistir, não para os conhecedores, mas para as pessoas em geral.

A WTF tem sido muito pró-ativa em questões de inovação. Lembre-se que nos últimos oito anos, as reformas introduzidas no esporte o levou a um nível muito elevado, no entanto, sem dúvida, há espaço para melhorias.

Em relatórios recentes, o masTaekwondo.com detalhou o longo caminho percorrido pelo Taekwondo para se tornar um esporte popular e bem sucedido na área esportiva, social e cultural.

O sucesso em Londres em 2012 deveu-se em grande parte ao sistema de pontuação e proteção eletrônica, embora para Andrew Whenman, ter sido algo incompreensível. Este sistema praticamente acaba com decisões subjetivas dos árbitros. Além disso, os três pontos por pontapé (simples) na cabeça ainda desafiou os atletas.

Todo mundo estava feliz e satisfeito com os resultados e as mudanças positivas, dizendo que as novas regras, traziam ​​lutas mais emocionantes e com finais espetaculares. No entanto, não foi suficiente para emocionar Sara, Andrew e Muriel, que representam a grande maioria das pessoas que são meros espectadores Taekwondo e fãs de esportes.

O próximo desafio para o nosso esporte é gerar entusiasmo e compreensão. A WTF está apostando no Grand Prix. Esperemos que chegue ao topo e que uma senhora, na Colômbia; um homem em Jacarta e um jovem na Guatemala, possam igualmente ao ver Jade Jones, Brigitte Yague ou Carlo Molffeta desferirem um neryo Chagui ou mondollyo Chagui, entendam da mesma forma quando vêem Messi marcar um gol, Federer fazer uma jogada espetacular ou James colocar uma cesta incrível em finais da NBA.




sábado, 8 de junho de 2013

Como confiar em quem não dá sobrenome a seus comandados

Marcus Rezende

   Se tivesse conseguido trazer o Mundial de 2015 para o Brasil, a Confederação Brasileira de Taekwondo não teria feito nada de tão espetacular, haja vista os grandes eventos esportivos até 2016 e o interesse midiático de uma competição desse porte em solo brasileiro. Mas nem o apelo da Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas foram suficientes para sensibilizar os dirigentes da WTF. No mínimo lembraram que seria temerário confiar em quem não consegue colocar em um evento da Kukkiwon mais de 15 pessoas.

A verdade é que a desorganização e o NADA ACONTECE da gestão atual da CBTKD, que vive de factoides, tirou do Brasil a chance de organizar um evento desse quilate. Em 1996, mestre Yong Min Kim organizou a Copa do Mundo de Taekwondo no Maracanãzinho (RJ). Foi um belo evento e de arquibancadas cheias.
Mas pensando melhor, ainda bem que o Mundial não veio pra cá. Pelo menos por enquanto. Evitou-se assim passarmos mais uma vergonha. Depois de escolhido a Rússia como sede do Mundial de 2015, é que pensei melhor: como imaginar que uma entidade séria como a WTF entregaria os destinos de um campeonato mundial nas mãos de uma entidade que chega, por exemplo, a divulgar os nomes dos membros de sua comissão organizadora preliminar de forma incompleta. Assim saiu no site Bang “...dentre os membros destacamos, efetivos, o Dr. Valdemir Medeiros, Srta. Carla Flores, Srta. Vanessa Melo e da Diretoria e coordenadorias o Grão Mestre Flávio Bang, Mestre Jadir, Sr. Paulo, Sr. Gilson.”
Uma entidade que deixa que se divulgue nomes de pessoas sem o sobrenome, já demonstra por este ato não ter a mínima organização. Vejam bem: Mestre Jadir (que deve ser o Fialho); Sr. Paulo (que possivelmente seria o Rocha) e Sr. Gilson (talvez seja o Baracho, presidente da Federação de Taekwondo do Rio). Que entidade séria divulga os nomes de seus coordenadores desta forma? 
  Falta de zelo que denota pouco trato com coisas básicas que fazem enorme diferença na hora de uma avaliação.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

15 participantes no curso da Kukkiwon: abafa o caso

Marcus Rezende


Como não dar publicidade à chegada dos quatro integrantes da delegação coreana da Kukkiwon que vieram ao Rio de Janeiro ministrar um curso de mestre instrutor para mestres brasileiros? Os eminentes grão-mestres internacionais acostumados com não menos que 130 inscritos em cursos que realizam pelo mundo afora se depararam com minguados 15 inscritos, no seminário que começou nesta segunda-feira, dia 02 de Junho, no Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
A divulgação do fiasco por meio do site da entidade, ficou mesmo no primeiro dia e acabou abafado por outras notícias de competições abertas pelo Brasil. Nem mesmo o site parceiro, BANG, teve coragem de dar publicidade às fotografias do evento. A ausência de mestres de 24 Estados dá a exata dimensão do desprestígio da Confederação Brasileira de Taekwondo perante aqueles que realmente fazem o taekwondo no Brasil.
Grande parte dos inscritos são mestres do próprio Rio de Janeiro, que se dispuseram a salvar a pele de cordeiro que reveste o lobo mau. E diga-se de passagem: gente da melhor qualidade que não deixou o fiasco ser maior. Entre eles, nada mais nada menos que o grão mestre Yong Min Kim, que humildemente se juntou aos seus alunos mestres Renato Ribeiro, Márcio Louzada e Alan do Carmo (integrantes da Seleção Brasileira de Poomsae). Estavam lá também Hernandes Marques, Antonio Guerreiro, Erick Pimentel, Eli Fabiano (da cidade de Volta Redonda) e Fernando Almeida.
Mas por que somente 15 mestres se inscreveram neste curso? Esta é a pergunta que os integrantes da delegação coreana devem estar se fazendo? A resposta de quem conhece as mazelas atuais do taekwondo brasileiro é meio que óbvia; poucos estão dispostos a depositar R$ 1.100,00 na conta de uma entidade desacreditada que, entre tantas suspeitas de ilegalidade, destitui ilegalmente federações e persegue mestres que se opõem a política ditatorial da entidade.
Fazer marketing de sucesso de algo que foi um fracasso não cola mais. Há até quem se emocione com a arte de sofismar do mandatário mor. Porem, contra fatos não há argumentos que se sustentem.

Por outro lado, o taekwondo brasileiro segue seu curso próprio. Os mestres do Brasil dão continuidade ao trabalho que realizam sem se importar com o que acontece com a oficialidade das federações e da CBTKD, entidades que vem desagregando cada vez mais taekwondistas por este Brasil afora. No fundo no fundo, professores e mestres brasileiros não estão dando bola para o jogo de cartas marcadas. Para quem faz de verdade o taekwondo brasileiro, jogar no campo oficial se tornou um luxo desnecessário.