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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Tem caroço neste angu

Marcus Rezende


A nota explicativa publicada pela CBTKD sobre o corte do bolsa-auxílio de seis atletas da Seleção Brasileira, pagos pela Petrobrás, apresentou os critérios estipulados pela Comissão Técnica. Porém, poderia ser mais completa e também dizer quantos membros desta Comissão Técnica mantiveram seus cargos.
Nesta conjuntura de destruição do esporte amador nacional, a meu ver, já que o caldo entornou, e a estrutura mínima financeira aos atletas minguou, seria muito mais producente cortar o grupo técnico e manter os seis atletas recebendo este auxílio. Isso porque cada atleta já possui uma estrutura multidisciplinar mínima, senão não teriam chegado ao seleto grupo.
Atletas como Diogo Silva, Márcio Wenceslau e Kátia Arakaki (que não estão na lista deste seis atletas, mas que já perderam a bolsa) não são dependentes tecnicamente desta Comissão Técnica (não estou questionado a capacidade de Madureira  e os demais valorosos treinadores). Estou dizendo que cada atleta da seleção já possui a sua própria estrutura multidisciplinar e o dinheiro da Petrobrás os ajudavam a mantê-la.
A situação do esporte brasileiro é de dar pena. A do taekwondo, então, é simplesmente lastimável. A CBTKD não possui um plano emergencial, pois é totalmente dependente das verbas públicas. A receita ordinária da entidade (registros e anuidades de praticantes e atletas; taxas de inscrição e de organização de competições) é apresentada apenas de forma genérica aos presidentes das federações em Assembleias de prestação de contas.
A nota traz uma revelação interessante. 34% da verba da Lei Piva é destinada ao fomento. Agora eu pergunto: QUE FOMENTO? NÃO HÁ FOMENTO NO TAEKWONDO BRASILEIRO. ALGUM PROFESSOR OU MESTRE DE TAEKWONDO CONQUISTOU NOVOS ADEPTOS POR AÇÕES DE FOMENTO DA CONFEDERAÇÃO? Faça-me o favor...
Interessante também na nota são os percentuais da lei Piva para as competições nacionais (17%), e para a manutenção da entidade (19%), isso porque revela que os recursos internos também são utilizados para a mesma coisa.
As contradições são latentes quando se sabe que as competições nacionais são custeadas pelas federações que sediam o evento. Ademais, as inscrições dos atletas, pagam os custos das competições. 
   Se não querem ser questionados, sejam transparentes.