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sexta-feira, 7 de junho de 2013

15 participantes no curso da Kukkiwon: abafa o caso

Marcus Rezende


Como não dar publicidade à chegada dos quatro integrantes da delegação coreana da Kukkiwon que vieram ao Rio de Janeiro ministrar um curso de mestre instrutor para mestres brasileiros? Os eminentes grão-mestres internacionais acostumados com não menos que 130 inscritos em cursos que realizam pelo mundo afora se depararam com minguados 15 inscritos, no seminário que começou nesta segunda-feira, dia 02 de Junho, no Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
A divulgação do fiasco por meio do site da entidade, ficou mesmo no primeiro dia e acabou abafado por outras notícias de competições abertas pelo Brasil. Nem mesmo o site parceiro, BANG, teve coragem de dar publicidade às fotografias do evento. A ausência de mestres de 24 Estados dá a exata dimensão do desprestígio da Confederação Brasileira de Taekwondo perante aqueles que realmente fazem o taekwondo no Brasil.
Grande parte dos inscritos são mestres do próprio Rio de Janeiro, que se dispuseram a salvar a pele de cordeiro que reveste o lobo mau. E diga-se de passagem: gente da melhor qualidade que não deixou o fiasco ser maior. Entre eles, nada mais nada menos que o grão mestre Yong Min Kim, que humildemente se juntou aos seus alunos mestres Renato Ribeiro, Márcio Louzada e Alan do Carmo (integrantes da Seleção Brasileira de Poomsae). Estavam lá também Hernandes Marques, Antonio Guerreiro, Erick Pimentel, Eli Fabiano (da cidade de Volta Redonda) e Fernando Almeida.
Mas por que somente 15 mestres se inscreveram neste curso? Esta é a pergunta que os integrantes da delegação coreana devem estar se fazendo? A resposta de quem conhece as mazelas atuais do taekwondo brasileiro é meio que óbvia; poucos estão dispostos a depositar R$ 1.100,00 na conta de uma entidade desacreditada que, entre tantas suspeitas de ilegalidade, destitui ilegalmente federações e persegue mestres que se opõem a política ditatorial da entidade.
Fazer marketing de sucesso de algo que foi um fracasso não cola mais. Há até quem se emocione com a arte de sofismar do mandatário mor. Porem, contra fatos não há argumentos que se sustentem.

Por outro lado, o taekwondo brasileiro segue seu curso próprio. Os mestres do Brasil dão continuidade ao trabalho que realizam sem se importar com o que acontece com a oficialidade das federações e da CBTKD, entidades que vem desagregando cada vez mais taekwondistas por este Brasil afora. No fundo no fundo, professores e mestres brasileiros não estão dando bola para o jogo de cartas marcadas. Para quem faz de verdade o taekwondo brasileiro, jogar no campo oficial se tornou um luxo desnecessário.