Como não dar
publicidade à chegada dos quatro integrantes da delegação coreana
da Kukkiwon que vieram ao Rio de Janeiro ministrar um curso de
mestre instrutor para mestres brasileiros? Os eminentes grão-mestres
internacionais acostumados com não menos que 130 inscritos em cursos
que realizam pelo mundo afora se depararam com minguados 15
inscritos, no seminário que começou nesta segunda-feira, dia 02 de
Junho, no Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca, Zona Oeste
do Rio.
A divulgação do
fiasco por meio do site da entidade, ficou mesmo no primeiro dia e
acabou abafado por outras notícias de competições abertas pelo
Brasil. Nem mesmo o site parceiro, BANG, teve coragem de dar
publicidade às fotografias do evento. A ausência de mestres de 24
Estados dá a exata dimensão do desprestígio da Confederação
Brasileira de Taekwondo perante aqueles que realmente fazem o
taekwondo no Brasil.
Grande parte dos
inscritos são mestres do próprio Rio de Janeiro, que se dispuseram
a salvar a pele de cordeiro que reveste o lobo mau. E diga-se de
passagem: gente da melhor qualidade que não deixou o fiasco ser
maior. Entre eles, nada mais nada menos que o grão mestre Yong Min
Kim, que humildemente se juntou aos seus alunos mestres Renato
Ribeiro, Márcio Louzada e Alan do Carmo (integrantes da Seleção
Brasileira de Poomsae). Estavam lá também Hernandes Marques,
Antonio Guerreiro, Erick Pimentel, Eli Fabiano (da cidade de Volta
Redonda) e Fernando Almeida.
Mas por que somente
15 mestres se inscreveram neste curso? Esta é a pergunta que os
integrantes da delegação coreana devem estar se fazendo? A resposta
de quem conhece as mazelas atuais do taekwondo brasileiro é meio que
óbvia; poucos estão dispostos a depositar R$ 1.100,00 na conta de
uma entidade desacreditada que, entre tantas suspeitas de
ilegalidade, destitui ilegalmente federações e persegue mestres que
se opõem a política ditatorial da entidade.
Fazer marketing de
sucesso de algo que foi um fracasso não cola mais. Há até quem se
emocione com a arte de sofismar do mandatário mor. Porem, contra
fatos não há argumentos que se sustentem.
Por outro lado, o
taekwondo brasileiro segue seu curso próprio. Os mestres do Brasil
dão continuidade ao trabalho que realizam sem se importar com o que
acontece com a oficialidade das federações e da CBTKD, entidades
que vem desagregando cada vez mais taekwondistas por este Brasil
afora. No fundo no fundo, professores e mestres brasileiros não
estão dando bola para o jogo de cartas marcadas. Para quem faz de
verdade o taekwondo brasileiro, jogar no campo oficial se tornou um
luxo desnecessário.