
Virginiano da cidade de Assaí, Jair tem formação em Segurança Pública e é psicólogo. Formou-se faixa preta em 1978, mas ainda ostenta o 5º Dan. Em 1980 mudou-se para Rondônia , ingressou no serviço público e implantou a modalidade no estado. Ficou no Norte do país por 28 anos e, um ano depois de se aposentar, voltou para Londrina e montou a própria academia. Em menos de dois anos já tinha quase 100 alunos. Ao mesmo tempo desenvolvia um belo trabalho com pessoas com Síndrome de Down.
O preâmbulo sobredito é para que o leitor conheça um pouco do que vem realizando este intelectual que hoje é perseguido por expressar o que pensa. Situação somente vista nos anos da ditadura.
Jair disse que recebeu a notificação para apresentação de defesa preliminar com um misto de surpresa e de alegria. Alegria por descobrir que o que escreve repercurte. “Eu não acreditava e ainda não acredito que eles pudessem levar tão a sério o projeto ditatorial dentro da entidade. Assessorados por tantos advogados já deveriam ter entendido que tentar silenciar os críticos atinge frontalmente o princípio da liberdade de expressão, um dos bens mais preciosos do estado democrático de direito”, disse, afirmando que as tais medidas têm gerado antipatia dos praticantes.
Jair disse que já está com sua defesa preparada. “O fato é que não tenho medo da desfiliação, pois estou bem fundamentado nos meus argumentos e provas... não posso esperar um julgamento técnico da Comissão Disciplinar, já que não é composta por pessoas isentas, mas por parceiros políticos do presidente”, avalia o mestre, assegurado na certeza de que a justiça comum não deixará passar tamanho descalabro. Sobre o que pensa da atual administração, Jair Queiroz diz com todas as letras: “Foi a administração dos resultados pífios, apesar de muita grana, mas a sua marca principal (que não é uma marca, mais sim uma mancha) é a assustadora e vergonhosa ditadura que foi implantada nas suas entranhas”, assinalou, lembrando dos tempos de Yong Min Kim que, apesar dos erros, alguns deles, segundo o mestre, até justificáveis pelo pouco conhecimento da língua e das leis.
Jair Queiroz recorre a psicologia para tentar entender o pensamento e ações de dirigentes opressores: “A sanha de poder absoluto, que tantas vezes a história registrou, no fim sempre revela um perfil desequilibrado dos seus protagonistas. São pessoas egoístas, egocentristas e, não raro, narcisistas”, explica, deixando aos leitores a conclusão psicológica de que tais pessoas não aceitam pontos de vistas discordantes: “Isso ameaça o seu mundo interno, limitado ao próprio ego. Não tenho a pretensão de propor uma tese sobre o tema, mas chamar a atenção”, conclui o mestre, intelectual e pensador.