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domingo, 3 de maio de 2015

Resumo de uma trajetória sob suspeição

Marcus Rezende


Quando os presidentes das federações estaduais assinaram o manifesto em favor do presidente da CBTKD, Carlos Fernandes, publicado em site que outrora contou com algum prestígio (e que hoje se presta a ser somente o porta-voz da entidade) passaram a apoiar também todos os atos que estão sob investigação no Ministério Público Federal e Polícia Federal. De quebra ainda se contrapuseram às decisões judiciais recentes de primeira e segunda instância cujo teor anulou os atos da CBTKD, desde o dia em que aprovaram fraudulentamente o estatuto da entidade, segundo o desembargador da 3ª Câmara do Rio de Janeiro, Peterson Barroso Simão.

Sendo assim, tais presidentes, ao assinarem tal manifesto, de certa forma, mantêm o apoio às desfiliações das federações de MG, SP, RO e RJ, mesmo com a decisão do desembargador em favor da Federação de Minas Gerais (autora da ação) e da revogação de todos os atos cometidos pela confederação desde a aprovação do novo estatuto.

Acredito que os taekwondistas estejam esperando que os presidentes sustentem este apoio quando os inquéritos da Polícia Federal começarem a pipocar em cima da entidade. Há um que cuida das fraudes nas auditorias realizadas com recursos da Lei Piva. Outro que trata das suspeições de licitações fraudulentas com superfaturamentos, a partir de convênios com o Ministério dos Esportes.

Segundo informações coletadas , mas que não podemos detalhar para não atrapalhar as investigações, o que vem sendo apurado remonta à época do presidente Jung Roul Kim, pouco antes de ele perder o mandato: um contrato valioso aprovado pelo Ministério dos Esportes, cujos valores foram sendo repassados à CBTKD ao longo do período. Com este dinheiro, foram realizados os procedimentos licitatórios, os quais estão sob investigação.

Além disso, não podemos nos esquecer de outras denúncias apresentadas pelo vice-presidente da desfiliada Federação de Minas Gerais, Marcelino Barros. Entre elas a de uma auditoria dos anos de 2010 e 2011, realizada por Márcio Silmar, um engenheiro eletrônico, que foi contratado pela confederação como auditor. Isso ocorreu logo depois que uma assembleia afastou Jung Roul Kim da presidência da CBTKD, abrindo caminho para Carlos Fernandes assumir o cargo interinamente.
Os laudos do engenheiro eletrônico Silmar (o mesmo que foi apresentador de cerimônias quando Anderson Silva foi apresentado como embaixador do taekwondo) contratado como auditor, sem que houvesse licitação, foram apresentados à Justiça para que o presidente já deposto internamente, fosse também afastado judicialmente.
Silmar utilizou uma empresa com endereço no Centro do Rio cuja sede era em Itabira, interior de Minas Gerais, cujos proprietários desconheciam a tal auditoria promovida por ele. Marcelino conseguiu apurar tudo isso e apresentar as provas  que fazem parte de um dos inquéritos. 
 Estão sentindo o tamanho do problema???

E o que dizer da tal da Renascer. Uma empresa de bebidas que venceu a licitação para vender tatames importados à CBTKD? A empresa trouxe o equipamento de fora do país sem que possuísse autorização para importar. Este caso foi amplamente divulgado na imprensa.
Diversos depoimentos estão sendo colhidos para a finalização dos inquéritos. E já tem gente abrindo o bico e confirmando todas as desconfianças.

É por essas e outras que o sujeito na posição de presidente de uma entidade estadual precisa ter um pouco mais de cuidado ao assinar apoio sem restrições àquele que está sob intensa investigação.