Páginas

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Abafa o caso

Marcus Rezende


Findada a segunda série do Grand Prix de Taekwondo que ocorreu em Astana, no Cazaquistão, entre 29 e 31 de Agosto, o saldo para os oito brasileiros presentes ao evento (Márcio Wenceslau, Guilherme Dias, Diogo Silva, Guilherme Félix, Hellorayne Paiva, Henrique Precioso, Iris Tang Sing e Júlia Vasconcelos) não foi bom, pois somente Márcio foi à segunda luta. Os demais sucumbiram logo no primeiro combate.
Como se não bastasse, pra piorar, a CBTKD faz silêncio sobre o fato de três destes atletas não terem lutado. Fomos em busca das informações e verificamos que o mais bem posicionado no ranking mundial, o brasiliense Guilherme Dias (da categoria até 58 Kg), que enfrentaria o chinês Huang Cheng Ching, aparece na chave derrotado por desistência.
Fato estranho que mereceria da entidade uma notícia a todos os torcedores brasileiros. Fomos então em busca delas fora do país, pois por aqui a omissão das informações tornou-se prática comum no mundo da Nova CBTKD. E o que soubemos extraoficialmente é que Guilherme Dias não teria passado na pesagem e que Diogo Silva (que enfrentaria o belga Jaouad Achab) não teria lutado por conta de uma lesão.
Porém, o mais absurdo foi o que aconteceu com a atleta peso pesado, Hellorayne Paiva, cujo nome simplesmente não constava na relação dos convidados a lutar em Astana. Ou seja, a atleta nem deveria ter viajado. De quem foi o erro? Da CBTKD que teria prestado informações equivocadas à atleta? Ou da atleta carioca que, mesmo na 63ª do ranking olímpico, não procurou antecipadamente saber se poderia lutar nesta segunda série?
Se forem verdadeiros os fatos, estaremos diante de algo inteiramente inaceitável, já que as despesas dos atletas foram custeadas com recursos da Petrobrás e da Lei Piva. Cabem ao COB e à empresa pública cobrarem informações a respeito do que realmente ocorreu com estes atletas.
Sobre esta competição, uma das mais importantes do calendário internacional, a CBTKD só noticiou a chegada da delegação ao Cazaquistão.
Depois, só silêncio.