Um episódio que virou
assunto dos debates da atualidade nos remete a 2005, ano em que a
Seleção Brasileira de Taekwondo fora escolhida para o Mundial da
Espanha por meio de critérios formalizados pela Comissão Técnica
da CBTKD. Sobre este assunto, dois atletas recentemente tiveram os
seus nomes envolvidos em polêmicas. De forma democrática, o blog
abre espaço para que o atleta paranaense Rodrigo Ferla (foto) possa dar a
sua versão do que ocorreu, quando, mesmo depois de vencer as lutas
seletivas, teve seu nome preterido pela Comissão Técnica da
confederação.
Segundo Ferla, em
2005, a Seleção Brasileira para o Mundial da Espanha já estava
definida em quase todas as categorias, faltando somente três delas
(até 54 Kg, até 62 Kg e até 72Kg). “Tivemos uma concentração
em janeiro de 2005 em São Bernardo e nessa concentração ficou
decidido que a definição seria na concentração de Março e quem
decidiria isso seria o mestre Pan, pois ele era neutro e escolheria
quem estivesse melhor”, conta Ferla.
Rodrigo, que era da
categoria até 72 Kg, disse que a palavra desse técnico estrangeiro,
favorável a escolha dele, não teria sido aceita. Entretanto, contou
que Carlos Negrão lhe confidenciara a decisão tomada pelos membros
em favor dele.
Rodrigo revela anda
que faltando uma semana para o embarque, não haviam decidido o nome
da categoria e que ainda fora submetido a um novo confronto com o
atleta Carlos Costa, outro pretendente à vaga, em um dos treinos da
manhã. “Todos ficaram espantados com a surpresa. Mas fizemos a
seletiva e nessa luta ganhei por 15 x 11”, conta, assinalando que
mesmo assim fora cortado. “Fui falar com o técnico e com o
preparador físico que estava com a equipe e o que alegaram pra
escolha foi que o critério de escolha foi o VO2. E mais: a diferença
de VO2 era de 1%. E digo mais: qual é a interferência de VO2 para
atletas de TKD às vésperas de uma competição?”, questiona
Ferla.
O ex-atleta da
Seleção lembra que no dia seguinte conversara com o vice-presidente
técnico, Marcelino Soares, e que ele havia lhe dito que tomaria essa
decisão. “Passamos a manhã inteira com todos os atletas, e a
comissão técnica, reunidos e antes de ir pro almoço, ele falou pra
mim que iria analisar todos os fatos e que no final da tarde
decidiria a equipe sendo a palavra dele definitiva”, explicou,
creditando a responsabilidade pelo corte sofrido ao
ex-vice-presidente técnico da CBTKD.
Rodrigo acabou
cortado. Segundo ele após uma avaliação negativa do seu VO2
(volume máximo de oxigênio que o corpo consegue “pegar” no ar
que está dentro dos pulmões, levar até os tecidos através do
sistema cariovascular e usar na produção de energia, numa unidade
de tempo). “E essa com certeza foi minha maior tristeza, pois isso
foi uma grande decepção e quase fez com que eu parasse de lutar,
chegando a abandonar o Brasil e indo lutar em Portugal. Então pra
quem escreve e não sabe dos fatos, ai está o que ocorreu”,
finalizou.
Na próxima matéria estaremos colhendo depoimentos do ex-presidente técnico da CBTKD, Marcelino Barros, bem como do preparador físico à época, André DelRio, para entendermos, pela ótica deles, por que este fato ocorreu como narra Ferla.
Na próxima matéria estaremos colhendo depoimentos do ex-presidente técnico da CBTKD, Marcelino Barros, bem como do preparador físico à época, André DelRio, para entendermos, pela ótica deles, por que este fato ocorreu como narra Ferla.