Marcus Rezende
Fotos: Fed.Mexicana/eluniversal.com/meiotiempo.com
Para representar o
México nas Olimpíadas de Londres, prevaleceu o critério do atleta
mais bem preparado e em melhores condições técnicas no ano do
evento. Dessa forma, Damian Villa (até 58 Kg) e Idulio Islas (até
68 kg), que conquistaram a vaga na seletiva panamericana, acabaram
perdendo a condição de titulares do posto para Diego Garcia e Erick
Osornio, respectivamente.
Segundo a imprensa
mexicana, a troca dos atletas deveu-se a uma punição que ambos
receberam por mau comportamento. Porem, o presidente da Federação
Mexicana, Juan Manuel Lopez, em entrevista ao site Terra, afirmou
que isso não existiu. Os dois foram substituídos por questões
técnicas.
Bem, a única
conclusão que se pode chegar é que no taekwondo do México não há
privilégios. A vaga é de quem estiver melhor no momento. Bem
diferente do que vem ocorrendo no Brasil há 10 anos, com seleções
formadas em ano anterior para disputar todo o calendário do ano
seguinte com a segurança de que não perderão a vaga.
Diego Garcia (esquerda) tem 22
anos e venceu este ano o Mundial Estudantil e a Federação Mexicana
então resolveu apostar as fichas neste “azarão”. Dos quatro
atletas, em minha opinião, só vejo chances de medalha em apenas um
deles: Maria Espinoza. Os outros três vão encontrar pela frente
adversário muito mais fortes.
Na categoria até
68Kg, a mesma do brasileiro Diogo Silva, quem estará representando o
país também não será o vencedor da Seletiva panamericana, Idúlio
Islas, mas sim Erick Osórnio (direita) que tentou a classificação na
Seletiva Mundial ano passado e não obteve êxito. Ele perdeu para o
iraniano Mohammed Bagheri por 4x 1 e disputou a última vaga com o
brasileiro Diogo Silva. Diogo o venceu por 5 x 3 e se Erick cair na
chave do brasileiro, creio que Diogo o vença de novo.
A mais leve da equipe é
Janethe Alegria de 21 anos que vai lutar na categoria até 49 Kg.
Iniciou na carreira competitiva em 2007. Foi medalha de ouro no
aberto da Alemanha em 2009. No Mundial de 2011, na Coreia, não se
saiu bem e o insucesso se repetiu na Seletiva Mundial para as
Olimpíadas no mesmo ano. A vaga só ocorreu na classificatória
panamericana. Esta atleta gosta de usar a perna da frente (esquerda).
Possui boa movimentação, mas carece de domínio de algumas
competências técnicas necessárias para se passar por atletas do
calibre da chinesa Jingyu Wu, a espanhola Brigitte Yague e a chinesa
taipei Chun Shun Yang.
As chances de medalha
estão depositadas em Maria Espinoza, acima de 67 Kg. A sagitariana,
de 24 anos, nascida em 29 de Novembro de 1988, começou a competir
pelo país em 2003, quando venceu o Panamericano juvenil, no Rio de
janeiro. Ela foi medalha de Ouro no Mundial de 2007 e nos Jogos
Panamericanos do Rio, no mesmo ano, fazendo uma inesquecível final
contra a brasileira Natalia Falavigna, vencendo-a na prorrogação, no Golden Point. Nas
Olimpíadas de Pequim conquistou o auge da carreira com a Medalha de
Ouro. Possui no currículo ainda oito títulos em campeonatos
internacionais abertos. É favorita ao pódio e poderá cruzar o
caminho de Natalia.
Espinoza não possui
preferência quanto a base de posicionamento na hora do combate.
Porém, utiliza muito mais a perna da frente em bandais (com uso de
semipulos) e escoras.