Marcus Rezende
Se levarmos em consideração que em 2016 os atletas que vão representar o Brasil certamente não terão mais de 30 anos, é certo inferirmos que todos os recursos visando preparar atletas para o grande ano não podem ser destinados àqueles que nasceram antes de 1986. Natália, Márcio, Marcel, Diogo, Leonardo, Douglas e outros (todos nascidos antes desta data) deverão ser contemplados com outros incentivos da CBTKD.
Isso não quer dizer que Natália, por exemplo, vá estar velha para às Olimpíadas do Rio. Ela vai estar com 32 anos e provavelmente em forma. Pelo histórico, deve ser a exceção desta previsão que se calca em uma tendência. Portanto, é preciso que se defina o que é recurso para os atletas atuais e o que visa preparar aqueles que realmente vão estar nos Jogos Olímpicos do Rio.
Os novos tempos dentro da CBTKD precisam também ser os tempos de uma renovação de idéias e dinâmicas. Para tanto, é preciso, por exemplo, que a partir de 2011 a Confederação realize no mês de Novembro uma grande Competição Seletiva Pós 1986. Um mega evento aberto a todos os atletas do Brasil, sem distinção e sem entraves burocráticos. Devendo está seletiva se repetir todos os anos até 2015.
A receita é simples e objetiva. Todos os atletas nascidos após está data vão concorrer a uma espécie de bolsa Olímpica para o ano seguinte. Essa bolsa pode vir tanto por parte de empresas públicas quanto privadas. Os três primeiros colocados de cada categoria olímpica (24 atletas), vão ter a oportunidade de receber uma quantia mensal durante o ano inteiro para poder manter seus treinamentos. No ano seguinte vão lutar de novo para defender a manutenção da bolsa. O treinador do atleta contemplado receberá 40% do total. A bolsa, logicamente, terá valores diferenciados conforme a classificação.
Todavia, a Competição Seletiva Pós 1986 não seria definidora de convocação para EOP ou Seleção Brasileira. Essa é outra história, que também precisa ser debatida. Ela é tão somente uma competição na qual vão estar presentes os prováveis representantes do Brasil em 2016.
Eu vejo essa iniciativa de forma muito simples. Em primeiro lugar é preciso um ranking nacional urgentemente para todos os competidores do Brasil.
Os atletas nascidos após 1986 vão ocupar nas chaves dessa seletiva as posições condizentes com as que têm no ranking. Exemplo: categoria até 58 kg. 1º do ranking: Márcio Wenceslau (nascido antes de 1986), não pode disputar a seletiva. 2º do ranking: Reginaldo Santos (nascido antes de 1986), também não pode disputar. 3º do ranking: Zezinho das Candongas (nascido depois de 1986). Este, sim, pode e será colocado na posição nº 1 da chave. E assim por diante.
Para uma ação como está seria preciso que a Confederação, nos primeiros dias de janeiro, definisse a data do evento e, até março, preparasse o projeto de bolsa a ser encaminhado às empresas com tendência a investir no esporte olímpico. O COB poderia certamente indicar a quais empresas o projeto teria mais chances de emplacar. O valor desta ação (que contemplaria, pelo menos duas viagens internacionais por ano) seria de cerca de R$ 2.200.000.
Pode parecer muito. Mas não é. É uma mixaria se pensarmos no que está sendo investindo, por exemplo, no Taekwondo mexicano. Temos seis anos pela frente. Parece muito tempo. Mas não é nada quando o trabalho precisa galopar para o surgimento de novos valores. O TEMPO URGE.