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domingo, 26 de dezembro de 2010

COMPETIÇÃO SELETIVA PÓS 1986

Marcus Rezende


Se levarmos em consideração que em 2016 os atletas que vão representar o Brasil certamente não terão mais de 30 anos, é certo inferirmos que todos os recursos visando preparar atletas para o grande ano não podem ser destinados àqueles que nasceram antes de 1986. Natália, Márcio, Marcel, Diogo, Leonardo, Douglas e outros (todos nascidos antes desta data) deverão ser contemplados com outros incentivos da CBTKD.

Isso não quer dizer que Natália, por exemplo, vá estar velha para às Olimpíadas do Rio. Ela vai estar com 32 anos e provavelmente em forma. Pelo histórico, deve ser a exceção desta previsão que se calca em uma tendência. Portanto, é preciso que se defina o que é recurso para os atletas atuais e o que visa preparar aqueles que realmente vão estar nos Jogos Olímpicos do Rio.

Os novos tempos dentro da CBTKD precisam também ser os tempos de uma renovação de idéias e dinâmicas. Para tanto, é preciso, por exemplo, que a partir de 2011 a Confederação realize no mês de Novembro uma grande Competição Seletiva Pós 1986. Um mega evento aberto a todos os atletas do Brasil, sem distinção e sem entraves burocráticos. Devendo está seletiva se repetir todos os anos até 2015.

A receita é simples e objetiva. Todos os atletas nascidos após está data vão concorrer a uma espécie de bolsa Olímpica para o ano seguinte. Essa bolsa pode vir tanto por parte de empresas públicas quanto privadas. Os três primeiros colocados de cada categoria olímpica (24 atletas), vão ter a oportunidade de receber uma quantia mensal durante o ano inteiro para poder manter seus treinamentos. No ano seguinte vão lutar de novo para defender a manutenção da bolsa. O treinador do atleta contemplado receberá 40% do total. A bolsa, logicamente, terá valores diferenciados conforme a classificação.

Todavia, a Competição Seletiva Pós 1986 não seria definidora de convocação para EOP ou Seleção Brasileira. Essa é outra história, que também precisa ser debatida. Ela é tão somente uma competição na qual vão estar presentes os prováveis representantes do Brasil em 2016.

Eu vejo essa iniciativa de forma muito simples. Em primeiro lugar é preciso um ranking nacional urgentemente para todos os competidores do Brasil.

Os atletas nascidos após 1986 vão ocupar nas chaves dessa seletiva as posições condizentes com as que têm no ranking. Exemplo: categoria até 58 kg. 1º do ranking: Márcio Wenceslau (nascido antes de 1986), não pode disputar a seletiva. 2º do ranking: Reginaldo Santos (nascido antes de 1986), também não pode disputar. 3º do ranking: Zezinho das Candongas (nascido depois de 1986). Este, sim, pode e será colocado na posição nº 1 da chave. E assim por diante.

Para uma ação como está seria preciso que a Confederação, nos primeiros dias de janeiro, definisse a data do evento e, até março, preparasse o projeto de bolsa a ser encaminhado às empresas com tendência a investir no esporte olímpico. O COB poderia certamente indicar a quais empresas o projeto teria mais chances de emplacar. O valor desta ação (que contemplaria, pelo menos duas viagens internacionais por ano) seria de cerca de R$ 2.200.000.

Pode parecer muito. Mas não é. É uma mixaria se pensarmos no que está sendo investindo, por exemplo, no Taekwondo mexicano. Temos seis anos pela frente. Parece muito tempo. Mas não é nada quando o trabalho precisa galopar para o surgimento de novos valores. O TEMPO URGE.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Olimpíadas 2012: não há muito o que pensar

Marcus Rezende

Mesmo com o sistema de definição de seleção brasileira degringolado há muito tempo, por sorte ainda temos algumas estrelas. Portanto, diante de tal conjuntura, todas as fichas deveriam ser depositadas em cinco nomes:Natalia Falavigna, Márcio Wenceslau, Diogo Silva, Leonardo Santos e Kátia Arakaki.O foco agora é tentar classificar o máximo de atletas para os Jogos Olímpicos de Londres, ano que vem. Em paralelo, desenvolver novos processos de fomento e de alto rendimento condizentes com o tamanho do Brasil visando 2016.
A primeira tentativa será em Julho, na Qualificação Olímpica Mundial, em Baku, Azerbaijão. Em minha opinião, a CBTKD deveria investir todas as fichas nesses nomes. Todavia, para esta primeira investida (16 a 19 de Julho - foi modificado para 30/06 a 03/07), Leonardo ficaria de fora se preparando para janeiro de 2012 na qualificação pan-americana. Creio que Natalia já se classifique este ano. Para os outros a parada mundial é duríssima. Restaria então a segunda oportunidade. Em minha avaliação, apesar de na qualificação Mundial Diogo e Márcio reunirem mais chances que Leonardo, na Pan-Americana nosso peso-pesado já aparece em melhores condições que Diogo.
Ainda que Márcio e Diogo não consigam a classificação na fase Mundial, a prioridade para tentar a vaga em Janeiro de 2012 (corrigindo: novembro de 2011), no México, continuaria sendo de Márcio. E com ele Leonardo e Kátia. Talvez seja esta a receita para conseguirmos levar os 4 atletas às Olimpíadas de Londres.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

16 categorias: 16 Seleções Brasileiras

Marcus Rezende

Por que algumas pessoas complicam o que deveria ser algo tão simples quando se fala em Seleção Brasileira? Cada atleta de alto rendimento do Brasil tem seus próprios treinadores. Cada atleta, na verdade, vamos ser francos, é uma seleção, pois a sua medalha tem a mesma força da medalha do vôlei, futebol, basquete etc. Ou seja, são 16 possibilidades nas competições normais e 8 nas Olímpicas. Pelo menos em 2016 o Brasil terá quatro vagas garantidas sem precisar participar de seletivas, por ser o país sede. Portanto, grosso modo, podemos entender que cada categoria representa uma equipe.
Por meio do trabalho individualizado de cada um deles é que chegam à Seleção. Então por que mudar a dinâmica dessas pessoas (quando alcançam a posição de titulares das vagas) fazendo-as treinar concentradas, todas juntas, por períodos de 10 a 15 dias todo o mês?
Alguns diriam: Os atletas não têm estrutura, não tem preparadores físicos, não têm equipamentos etc. Não se pode subestimar a capacidade de quem, mesmo com as dificuldades inerentes à falta de apoio desportivo, consegue vencer competições nacionais.
O que a CBTKD tem que fazer inicialmente é envidar esforços para a qualificação de mais treinadores e criar centros de treinamento para o taekwondo. No entanto, não seriam CTs para técnicos impostos pela CBTKD, mas sim de livre acesso aos atletas da Seleção e de seus treinadores, ou mesmo dos que estão em nível de Seleção Brasileira ou dos que compõem o que chamam de EOP. O atleta que não possuísse local adequado para treinar faria uso desse equipamento.
Seria muito mais inteligente e menos custoso para a CBTKD se os técnicos oficiais da Seleção Brasileira criassem uma agenda de visitas a estes atletas. Bem mais barato é deslocar dois ou três, do que 32 atletas (todo mês). Na verdade, o deslocamento de atletas, além de ser caro, é contraproducente.
Os CTs poderiam ser em Porto Alegre, Londrina, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Recife e Fortaleza. Ainda assim, são poucos. O ideal seria um CT em cada estado. Agora há dinheiro para isso.
Com R$ 160 por mês, ou quase R$ 2 milhões por ano, a CBTKD pagaria de forma escalonada 32 atletas (e eles pagariam a seus respectivos treinadores e preparadores físicos) e toda a comissão técnica. Esta quantia é irrisória quando vislumbramos a quantidade de medalhas que se disputa em cada competição. Os 32 atletas estariam garantidos durante aquele ano, recebendo a ajuda de custo. No entanto, estariam disputando as vagas para os eventos internacionais em pauta.
Os atletas só se reuniriam nas datas precedentes às competições internacionais, dispensando-se as ineficazes concentrações. Seriam treinamentos públicos onde a mídia poderia ser chamada.

domingo, 5 de dezembro de 2010

MAIS EDUCAÇÃO com a HO: crianças fazem primeiro exame


A Escola HO - Highway One (Niterói/RJ) promoveu o seu último exame de faixa do ano tendo como destaque os alunos do Colégio Estadual Guilherme Briggs, os quais fazem parte do Projeto Mais Educação, do MEC. Eles prestaram o seu primeiro exame e apresentaram um desempenho acima das expectativas. Os meninos se superaram. Os professores Marcelo Peluso, José Paulo Gurgel, Wellington Marques e Sérgio Garritano (responsáveis pelos cerca de 300 alunos do colégio) fizeram um excelente trabalho.

Eles têm desenvolvido uma dinâmica de trabalho dentro da instituição de ensino que possibilita que os alunos treinem até quatro vezes na semana, o que tem feito a diferença. Supervisionando o belo trabalho dos quatro professores está o mestre Ricardo Andrade, Diretor Geral da HO, que também desenvolve de forma voluntária um trabalho em outro Projeto: o Pró-Criança.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

RANKING MUNDIAL: Apenas quatro brasileiros entre os 20 da categoria

Atualizado o ranking mundial, poucos são os brasileiros que se mantém entre os 20 primeiros do mundo no taekwondo. Entre os que se sustentam até a vigésima posição duas mulheres e dois homens: Natália Falavigna na 7ª e Kátia Arakaki na 18ª; Diogo Silva em 13º e Douglas Marcelino em 14º. Os demais brasileiros estão em posições ruins e precisam urgentemente participar de competições internacionais. É claro que em Janeiro a posição deve se modificar em vista da participação brasileira no Campeonato Pan-Americano, no México, entre 8 e 12 de Dezembro. Mesmo assim, o posicionamento dos nossos atletas está muito abaixo do que se espera em vista do investimento que está por vir. A curiosidade está na posição de nosso grande atleta Marcel Wenceslau (134º). Mas é certo que, voltando às competições, voltará ao lugar que sempre mereceu ficar.Eis as posições de outros brasileiros: Márcio Wenceslau (22º), Henrique Moura (36º), Leonardo Santos (56º), André Bilia (60º), Reginaldo Santos (72º), André Almeida (78º); Cristiano Valeriano (79º), Fernanda Mattos (25ª), Raphaela Pereira (36ª), Fernanda Souza (39ª), Talisca Reis (59ª); Débora Nunes (59ª), Rafaela Araújo (61ª), Lívia Miranda (71ª).

CURIOSIDADE: Se serve de consolo, na categoria até 49 kg (feminino), a Coréia só aparece na 30ª posição. No entanto, na de cima, há quatro à frente de Kátia Arakaki.

Fonte: WTF

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nova Assembléia para afastar presidente da CBTKD


CLIQUE NA IMAGEM E VEJA O TEOR DO NOVO EDITAL

Apesar de ter sido publicado, o Edital de convocação de uma Assembléia Geral Extraordinária foi retirado do site da CBTKD, logo após o retorno à entidade (por decisão judicial) do grão-mestre Jung Roul Kim. Todavia, a AGE está oficialmente marcada para o dia 24 de novembro, às 9h.
Desse vez, o grupo de presidentes que quer o afastamento do presidente, para que a auditoria interrompida seja finalizada, vai ratificar a decisão. Os auditores querem concluir se houve ou não gestão temerária por parte do presidente.
O edital anterior que afastara o presidente continha um erro material. O fato foi levado à Justiça pelos advogado do grão-mestre Jung Roul Kim e a decisão de retorno imediato foi aceito. A juíza que analisou o caso explicou em sua decisão que o edital anterior não deixou claro que o objetivo da Assembléia era também o de afastar o presidente.
Dessa vez, a Ordem do Dia explicita o que se pretende fazer.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

As capitanias hereditárias do taekwondo brasileiro

Marcus Rezende

Caso Carlos Fernandes realmente assuma a CBTKD, há um assunto do qual terá que posteriormente se debruçar para resolver com lucidez. Trata-se do poder dos mestres brasileiros examinarem seus faixas pretas, independentemente do aval da federação a que pertença ou de outro estado. Se será necessário um regulamento para isso, que fique claro tal liberdade. Não é possível que a situação dos estados seja vista como se vivêssemos ainda em capitanias hereditárias. Ou seja, um mestre precisar pedir autorização a uma federação para poder examinar dentro de outro estado é ilegal, imoral e se configura em enorme retrocesso.

Há quem defenda que os exames devam ser monitorados pelas federações. Pois bem, respeito quem assim pensa. Todavia, para mim isso é utopia; monitorado ou não, bons e maus profissionais sempre vão existir em todas as áreas. As entidades têm mais em que se preocupar. Não podem despender tempo em fiscalizar se o sujeito está apto ou não a ser faixa preta. Se o camarada sabe ou não sabe executar um AP KUBI PALMOK ARE MAKI.

Vamos a um exemplo. Fulano é mestre 6º Dan e ensina no Espírito Santo. Possui mais de 300 alunos. Tempos depois, quatro deles (1º Dan) se mudam para outros estados e começam a ensinar taekwondo. Montam suas academias e obtêm bastante sucesso. Ao final de seis meses constituem um grande número de alunos e vão precisar examiná-los. Como ainda não são mestres, não podem fazê-lo. Quem deve ter o direito de examinar estes alunos? As bancas examinadoras das federações daqueles estados ou Fulano? Eis o gargalo.

É lógico que Fulano, pois além de ser mestre, possui o vínculo legítimo e direto com seus discípulos, não importando em que estado seja. Portanto, o fato de um mestre ir a um estado fazer exames deveria, já, há bastante tempo, ser encarado como algo normal, porque ANORMAL é o impedimento com a pecha de ILEGAL.

É como se o CERTO fosse o mestre dizer ao discípulo: “Olha, meu filho, você treinou comigo por todos estes anos e agora que está ensinando em outro estado, o seu mestre será aquele que o presidente da federação lhe indicar” .

Agora eu pergunto: se os presidentes das federações fossem trocados, os atuais, fora do poder, levariam seus alunos para serem examinados por uma banca escolhida pelo novo presidente?

É a velha máxima: pimenta nos olhos dos outros é refresco.



terça-feira, 9 de novembro de 2010

Milclei Matos promove novos Faixas Pretas

Da esquerda para a direita: Eu, Eduardo Lopes (destaque do exame), grão-mestre Milclei, mestres Valter e Josinaldo, que também compuseram a banca de examinadores.

No último dia 7 tive o prazer de fazer parte da banca examinadora de um grande amigo, o grão-mestre Milclei Matos. Ele promoveu à faixa-preta nove alunos, bem como graduou ao 2º e 3º Dan mais três. Dentre eles Eduardo Lopes, aluno antigo, que fez um belíssimo exame. O evento ocorreu em Vila Valqueire no Centro Comunitário do Deputado Estadual Marcelino D’Almeida, local onde o grão-mestre ensina gratuitamente.

Antes do exame dos faixas-pretas, diversos alunos foram examinados para as faixas coloridas em uma grande festa.

No discurso, agradeci pelo convite, parabenizei os participantes e disse que para largar a família no final de semana, só mesmo para atender a um convite de um grande amigo. Lembrei do exame que realizei com o mestre Ricardo Andrade, em Niterói, no qual Milclei se fez presente sem nada cobrar por isso.

E, da mesma forma, sempre que convidado pelo amigo, a reciprocidade é a mesma, dentro desta grande amizade marcial.

Não faz muito tempo que mestres do Rio de Janeiro sofriam para poder examinar seus próprios faixas pretas e receber integralmente os devidos e merecidos honorários, sem precisar repassá-los a um grão-mestre ou a um presidente de federação. Depois que Carlos Fernandes assumiu a Federação do Rio, esse problema acabou. Hoje, com nova administração, mesmo com as dificuldades ainda existentes, o sistema de liberdade para os mestres cariocas examinarem seus alunos deveria servir de exemplo para presidentes de federações de outros estados.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Leitura da semana

A dica da semana é a leitura do editorial do www.tkdlivre.com desta semana.
O texto faz uma alerta aos presidentes de federações, em especial ao presidente da Fetesp, Yeo Jun Kim, quanto a limites que não podem ser ultrapassado quando no desempenho da função de presidente de entidade desportiva, em vista da Constituição Federal, especialmente no que concerne ao artigo 5º da Carta Magna, inciso XX, que trata da não abrigatoriedade das pessoas se associarem ou se manterem associadas.

O texto é claro e discorre sobre o que parece ser um desconhecimento da lei por parte do presidente da federação paulista, quando obriga a que alunos de Escolas Públicas do Estado de São Paulo se filiem à Fetesp como condição para disputarem os Jogos Olímpicos Estudantis.
Vale a pena conferir.

domingo, 12 de setembro de 2010

Aula particular de Taekwondo: demanda a ser explorada

Não deixa de ser uma boa opção para professores de taekwondo ensinar particularmente. Algo que não se vê com frequência no Brasil. Criei um Blog com página fixa: auladetaekwondo.blogspot.com na intenção de atingir empresários e profissionais liberais que não têm tempo de frequentar uma academia e que ao final de uma jornada exaustiva de trabalho não deixam de pensar: “preciso fazer alguma atividade física”.

Então por que não levar o taekwondo até eles?

Desenvolvi um projeto, o qual explico no Blog, voltado para essa demanda, cujo objetivo principal é fazer que o aluno entenda que, mais importante que as aulas presenciais, é a conscientização de que ele pode sozinho se autodesenvolver por meio de planilhas de treinamento e ao longo das execuções independentes perceber que para se treinar taekwondo basta um pequeno espaço, um piso adequado e paciência para repetir constantemente as técnicas, fazendo, assim, que os encontros tenham enorme rendimento.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Taekwondo carioca tem nome: MANOELA PONTUAL


Muita gente sabe que sou radicalmente contrário ao modelo de competição nacional por federações. No entanto, enquanto a galera do poder não muda as coisas e faz o esporte como deve ser, vamos exaltando quem merece. As mulheres do Rio de Janeiro estão de parabéns. Arrebentaram no Brasileiro 2010..

Em nome de todas as taekwondistas do Rio de Janeiro e do Brasil, peço licença para fazer uma homenagem mais do merecida a uma atleta que considero como símbolo da disciplina, garra, perseverança, cortesia, integridade, autodeterminação e espírito indomável.

Seu nome é MANOELA PONTUAL.

Uma mulher que ainda jovem já pode ser considerada uma veterana, tantas foram as competições que disputou. No entanto, ainda hoje, a cada competição que aparece, lá está ela: forte, preparada, concentrada e atenta a tudo o que seu técnico mandar, motivada como se fosse uma iniciante. Ganhando ou perdendo, a cabeça está sempre erguida, respeitando árbitros, dirigentes e todos a sua volta.

Ano passado, antes do Campeonato Brasileiro de 2009, a encontrei na Academia Delfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Era dia de treinamento da Seleção Carioca. Eu nem sabia que ela fazia parte da equipe, pois não estava, até aquele momento, acompanhando de perto as seletivas. Quando a vi, me surpreendi: “Ué, você aqui”, e brinquei: “Você não cansa de competir, não?”.

Quieta e caladona, característica própria, apenas sorriu.

Para Manoela, o título de campeã brasileira de 2010 deve servir de exemplo a todas as atletas do Brasil. E que ela seja uma atleta símbolo para as jovens lutadoras cariocas que podem surgir como esperança para as Olimpíadas de 2016.

Parabéns, campeã!!!!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

RIO: CAPITAL DO TAEKWONDO ATÉ 2016

Lembro-me que dois anos antes do Pan do Rio as competições nacionais de taekwondo, em sua grande maioria, estavam sendo realizadas em outras capitais. Um erro gravíssimo em se tratando de estratégia de marketing.

Agora temos as Olimpíadas daqui a seis anos e parece que a CBTKD ainda não está atenta a esta questão. O Gerente de Esportes, o Diretor Técnico e o Presidente Jung Roul Kim precisam, até 2016, fazer do Rio de Janeiro a capital do Taekwondo. Os presidentes de Federações precisam dar a sua contribuição, pelo menos não se importando e compreendendo o momento estratégico que estamos vivendo. É urgente encher o Rio de eventos competitivos. Será bom para todo mundo. Todos vão ganhar; queiram ou não, gente, a grande mídia, nacional e internacional, vai estar de olhos nos esportes olímpicos que estiverem acontecendo por aqui. Ademais, nestes seis anos, teremos a grande oportunidade de fazer o que não se fez em 40 anos, no que diz respeito ao fomento da modalidade. A CBTKD tem que propagar a modalidade. Esta é a hora de incentivarmos nossos professores. Chegou a hora de a CBTKD fazer alguma coisa por quem trabalha na ponta, na formação do campeão do futuro.

É importante assumir a responsabilidade e deixar de joga-la para outras cidades. O momento é único e não pode ser desperdiçado. Vejamos, como exemplo, o episódio da Copa do Brasil que seria realizada aqui e que, na última hora, foi levada para a cidade de Maringá (PR). Ora, por mais bem organizada que a competição seja, a mídia por lá não terá o mesmo peso.

Mas isso também se a mídia for avisada.

Agora, por exemplo, neste momento, a equipe de planejamento (se é que a CBTKD criou tal equipe) deveria estar reunida definindo o calendário de competições para 2011 e 2012, contemplando a cidade do Rio como sede dos principais eventos de Taekwondo. O local ou locais dos eventos já deveriam estar fechados e os projetos de patrocínio já encaminhados às grandes empresas cujas verbas destinadas à propaganda e ao marketing para 2011 são definidas no máximo até novembro deste ano.

Mas a CBTKD ao longo de todos esses anos tem insistido em fazer tudo às avessas.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sites que devem ser visitados

Os taekwondistas de todo o país hoje têm a chance de ficar muito bem informado sobre tudo o que está acontecendo no taekwondo brasileiro e internacional. O site Bang, que surgiu como o portal da notícia e quase absoluto, hoje começa a dividir o espaço com outros bons endereços que nos presenteiam também com informações atualizadas.

Sugiro ao leitor pôr em seus “Favoritos” dois sites muito interessantes para consultas diária e semanais. O primeiro é o tkdlivre.com, que nos traz os bastidores das notícias, e isso com uma visão política bem corajosa e reflexiva. O segundo, que surgiu há pouco tempo, é o taekwondonews.com.br. Um site muito bem diagramado e gostoso de ler. Vale a pena conferir.

sábado, 7 de agosto de 2010

Dicas de fomento

Marcus Rezende

Quando se fala em fomentar o taekwondo - para que tenhamos no futuro, além de atletas, muitos praticantes dessa belíssima arte marcial -, podemos propor ações simples e de bons resultados, sem grandes gastos adicionais às entidades responsáveis pelo desenvolvimento da modalidade.
Vamos aqui propor duas delas cujas realizações certamente trariam retorno de fomento muito importantes.
Em primeiro lugar, a entidade responsável precisa ter um site atualizado. É por esta ferramenta, na verdade, que o internauta interessado no TKD vai conhece-lo e perceber sua organização. O site é, sem dúvida, o próprio endereço de uma associação ou federação; é quase sempre considerado a sede da entidade. Quanto mais organizado, com tudo o que a tecnologia hoje pode oferecer, mais impressionado ficará o futuro praticante que procure conhecer a modalidade por meio do site.
Um dos links que não podem faltar no endereço eletrônico é o que informa onde o futuro praticante pode treinar o taekwondo.
Daí por diante o caminho fica livre para se sair em campo e fazer com que as academias e clubes comecem a receber novas matriculas. A ação mais interessante é apresentar ao público o que ele realmente vai aprender a curto e médio prazo. Diferentemente do que muitos acreditam como resultado eficaz, a demonstração tradicional com piruetas e quebramentos pirotécnicos pode até impressionar a quem assiste. No entanto, o leigo não se enxerga realizando aqueles movimentos. O ideal, na verdade (e foi o que eu e meu grande amigo Ricardo Andrade fizemos em Niterói e com bons resultados para a nossa Escola HO Kwan) é convidar professores com seus alunos de todas as graduações para um aulão em lugares onde há grande fluxo de pessoas – para que, organizadamente, apresentem o taekwondo àqueles que ainda não o conhecem ou tão somente o vejam como um esporte de protetores e bandais pouco eficientes enquanto arte marcial.
No entanto, o segredo desta aula está na organização. É preciso entender que as pessoas que vão passar pelo local, podem ficar assistindo o tempo inteiro, mas também podem parar somente por dois minutos e ir embora. O organizador do aulão precisa fazer com que o apressado, em dois minutos, consiga ver tudo o que se pratica em uma aula de taekwondo. Os alunos precisam ser divididos em grupos. Um, treinando movimentos básicos; outro, fazendo (no frente a frente) movimentos de ataque e defesa (Ham Bom ou Se Bom); mais adiante, outro fazendo poomsae; e ainda dois outros: um chutando raquete e o outro fazendo luta de competição ou luta de arte marcial (sem protetor). Cada grupo obviamente dirigido por professores. O sujeito irá sair do local com uma visão ampla da modalidade.
O local do aulão teria de ser ornamentado com pelo menos dois baners da entidade com os seguintes dizeres:
“ Saiba onde praticar Taekwodo. Acesse o site...”. Ainda assim, dois voluntários estariam no local com panfletos informativos da entidade em cujo texto estaria exposto os endereços das academias ou clubes onde se pode praticar o taekwondo.
Diante do que foi mencionado, eu pergunto: tal ação despende de grandes gastos? Lógico que não. É só querer e partir a campo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais Educação alça voo em Niterói

Quando o MEC lançou o Projeto Mais Educação, vislumbrando dar aos jovens estudantes da rede pública de ensino uma atividade desportiva e cultural dentro do próprio ambiente escolar, contemplou como uma dessas atividades o taekwondo. A CBTKD recebeu a idéia do MEC e um projeto criado pelo mestre Jadir Fialho (que desenvolve há anos um belo trabalho no subúrbio do Rio) o qual deveria ter servido de modelo. No entanto, burocratizaram o projeto e ele não saiu da intenção da CBTKD. Resultado: o Mais Educação para o taekwondo não vem acontecendo com a amplitude que deveria.

Todavia, em Niterói, o mestre Ricardo Andrade (foto), da Escola Highway One, sem precisar se apoiar em nenhuma entidade foi procurado pela direção do Colégio Estadual Guilherme Briggs para desenvolver o Taekwondo no Mais Educação. “Eles chegaram ao meu nome através de pesquisa e indicações pelo trabalho que realizo na cidade desde 1992”, explica.

Ricardo foi chamado para uma reunião, oportunidade em que tomou conhecimento do que estava disponível para o Taekwondo. “Temos à nossa disposição uma sala, com piso oficial, protetores tibiais, de ante-braço, de tórax e de cabeça, além de um saco de pancada”, ressalta o mestre, acrescentando ainda a verba para alimentação dos alunos e ajuda de custo aos instrutores da Escola HighwayOne.

São 150 alunos divididos em cinco turmas, com 30 alunos cada (número máximo permitido), bem como uma fila de espera, com outros alunos do colégio aguardando desistências para poderem se integrar ao projeto.

Em tempos de preparação para as Olimpíadas, a Confederação Brasileira de Taekwondo deveria se mirar no exemplo do mestre Ricardo Andrade e envidar todos os esforços para facilitar a entrada da modalidade dentro dos colégios. E olha que se isso ocorresse, o taekwondo do Brasil não teria instrutores suficientes para suprir a demanda.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tentando ajudar o taekwondo do meu país

Marcus Rezende

Temos daqui até as Olimpíadas 6 anos para tentarmos de verdade disputar medalhas olímpicas. Isto porque para os Jogos de Londres, em minha opinião, somente a Natalia, atualmente, reúne atributos já solidificados.
Dos atletas de alto nível do país, Natalia é a única que vem pautando seu trabalho na certeza de que em 2012 novamente estará podendo repetir o feito de 2008.
Mesmo que já tardiamente, o Brasil ainda poderá ter chances em 2016 se começar o trabalho agora. As chances só existem porque teremos todas as categorias sem precisar disputar nenhuma seletiva classificatória, pois se isso fosse necessário, lamentavelmente os seis anos seriam poucos.
Se continuarem a pensar que o caminho está unicamente no trabalho junto às Seleções Juvenis, imaginando que esses meninos, e tão somente eles, é quem vão representar o Brasil, vamos amargar mais uma decepção. A receita para o que deve ser feito é simples. E não é invenção, é calcada em realidade.
Passos que considero importantes:
- A CBTKD tem que urgentemente criar uma campanha para aumentar o número de praticantes no Brasil. Isso é basal;
- Criar urgentemente um ranking objetivando a formação dos cabeças-de-chave em competições nacionais; é a chance do faixa-preta desconhecido e sem ranking ter a chance de lutar nas seletivas com atletas brasileiros conhecidos. O resultado disso é o indubitável ganho técnico desse atleta sem pontuação no ranking;
- O regulamento de ranking divulgado recentemente não atende totalmente às necessidades de balizamento dos principais nomes do Brasil. Precisariam, de imediato, no mínimo, juntar os resultados de 2009 e 2010 e já lançarem a pontuação que correrá em 2011. Isso dará orgulho aos atletas que já representaram o Brasil, colocando-os em posição de destaque nas chaves de todas as competições. Ou seja, é a certeza de que os principais atletas não vão se enfrentar de cara; é a certeza de que os atletas inexperientes lutarão com os melhores (seria a CBTKD proporcionando experiência internacional aos iniciantes dentro do próprio Brasil) Agora, se o ranking não for para determinar o posicionamento dos atletas nas chaves, esse ranking já vai nascer morto.
- Fim de uma Seleção para o ano inteiro. Um erro cavalar. Não entendo como continuam fazendo isso.
- Seletivas abertas para decidir as vagas para as competições internacionais (Etapa aberta e etapa fechada). Na aberta, em vez de dificultar a participação de agremiações e seus atletas, estimula-la e facilitá-la. Na fechada, com os 3 primeiros colocados da aberta, faze-la em forma de rodízio. A Competição aberta pode ser um Open tradicional, o Interclubes ou mesmo outra a fazer parte do calendário de todos os anos. A Fechada seria o evento para a televisão, pela certeza de grande lutas.
- O Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, em hipótese alguma, poderiam ser seletivos. Isso seria a manutenção do que considero um dos grandes erros da CBTKD. Todavia, os vencedores ganhariam pontos no ranking nacional. É preciso convencer os presidentes das federações de que a função da entidade estadual não é a de formar seleções estaduais. Suas responsabilidades são outras. Como é difícil entenderem isso. Querem por que querem participar de uma festa que deve pertencer às equipes, aos treinadores do Brasil e aos atletas.
- Deixar que o atleta da Seleção Brasileira trabalhe com liberdade com o seu próprio grupo multidisciplinar, a exemplo do que faz Natalia Falavigna. Os técnicos da Seleção ficariam na incumbência de conhecer as características dos atletas, para ajuda-los na hora da competição internacional.
Medidas simples e eficazes que podem acontecer adicionadas a outras iniciativas.
É isso aí. Só tentando ajudar o taekwondo do meu país.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Carta ao COB

Abaixo a carta que enviei a alguns dirigentes do Comitê Olímpico Brasileiro.

Certo ou não, prefiro errar pela ação do que pela omissão de ver as coisas no taekwondo brasileiro acontecerem de forma ilegal e ficar calado.

Marcus Rezende


Ano passado ingressei com um pedido no Ministério Público Federal para que investigassem e propusessem uma ação na Justiça Federal contra a Confederação Brasileira de Taekwondo, em razão de a entidade se estabelecer como responsável pelos exames de graduação de faixas-pretas em todo o país em parceria com as 27 federações estaduais. A entidade oficializou nos estatutos das entidades de administração ganho financeiro por meio de taxas de exames com exclusividade àqueles que os presidentes das entidades indicassem como examinadores oficiais. Sendo que os indicados são eles próprios.

Pelo Estatuto, somente os presidentes podem indicar as pessoas que vão compor as bancas examinadoras e receber as taxas de exames. Eles alegam a necessidade de um controle técnico dos faixas pretas que estão se formando. Uma pseudopreocupação que esconde a clara intenção de obtenção de lucro com as taxas de exames.

O resultado desta situação anacrônica está se configurando em um grande afastamento de praticantes de taekwondo das entidades de administração.

Entendendo o surgimento das taxas de exame

Essas taxas concebidas como honorários foram criadas pelo fundador do taekwondo, quando vislumbrou difundir mundialmente a modalidade e mandar os peritos coreanos para diversos países do mundo, na década de 60. Ele sabia que, como profissional de uma modalidade marcial, na velhice, não teriam a mesma saúde para ensinar da mesma forma. Os exames de faixa, então, foram criados como uma forma de pecúlio, visando uma aposentadoria a esses mestres, a ser exercitada de forma distributiva conforme a graduação de cada instrutor, professor ou mestre. Uma receita da qual o faixa-branca que no futuro viesse a fomentar a modalidade também usufruiria em patamares condizentes com a graduação que obtivesse.
Para um entendimento mais claro, quando os coreanos chegaram ao Brasil na década de 70, trouxeram essa instituição chamada exames de faixa, mas não fizeram essa distribuição. Os alunos desses mestres ao se formarem faixas pretas - e darem início ao fomento da modalidade -, ensinando em academias, escolas e clubes, ainda não tinham graduação para examinar os próprios alunos. Quem desempenhava este papel era o próprio mestre coreano, o qual recebia integralmente as taxas sugeridas por eles próprios sem repassar um tostão ao professor-discípulo.

Entidades desportivas respondendo

No início da década de 80, ao criarem as primeiras entidades desportivas e perceberem que os alunos de ontem se tornariam mestres em futuro próximo (e que, portanto, exigiriam as mesmas prerrogativas), trataram de atrelar a questão dos exames aos estatutos, fazendo dos dirigentes os donos dos exames.
Atualmente, todos os professores e mestres do Brasil, que não são dirigentes, ficam impedidos de examinar. Estão reféns de presidentes de federações. Diversos professores e mestres que fazem trabalhos excelentes na formação de atletas estão se vendo obrigados a entregar seus alunos para serem examinados por tais dirigentes, como condição para que possam se registrar nas respectivas federações e disputarem as competições seletivas, visando fazer parte da Seleção Brasileira.
A conseqüência desse disparate se constata na evasão enorme de atletas. Grande parte dos professores e mestres do Brasil está deixando de lado o Olimpismo para se dedicar integralmente à arte marcial pura e simplesmente.
O COB precisa realmente saber o que está acontecendo para perceber o porquê da diminuição na quantidade e na qualidade dos atletas de taekwondo do Brasil. Alguns presidentes de federação atuam como verdadeiros tiranos e impedem que o taekwondo competitivo se desenvolva.
Muitos técnicos estão abdicando de preparar atletas, por não aceitarem essa situação. Em tempos de preparação para 2016, estamos vivenciando um total desinteresse por parte de professores e mestres em fazerem de seus alunos praticantes competidores. Isso tudo por conta dessa anomalia que se transformou os exames de faixa no Brasil.
Tais exames de faixa atrelados aos estatutos impedem o desenvolvimento do taekwondo olímpico. E é simples de entender: os professores e mestres do país não estão mais se interessando em preparar atletas para competir. E isso é denoso para o Olimpismo.

Desde já, agradeço a atenção dispensada, na certeza de que o Comitê Olímpico Brasileiro saberá como equacionar tal situação cuja autonomia é da própria CBTKD, mas cujas sequelas acabam respingando um pouco no COB, já que o esporte olímpico TAEKWONDO está sendo francamente prejudicado.

Marcus Rezende

sábado, 5 de junho de 2010

COB pode intervir na CBTKD pela questão boba de não se aceitar atletas da LIGA nas competições

Essa questão da LIGA é algo tão fácil de se resolver que eu fico a pensar: será que as pessoas que estão à frente de nossas federações são incompetentes ou existe má fé explícita? Sejamos objetivos. O que é uma LIGA? É uma entidade de administração, certo? Portanto, como tal, por si só, já possui legitimidade. O que é uma federação? Também é uma entidade de administração, da mesma forma que as associações. A diferença é que a federação estadual é quem tem legitimidade para votar nas Assembléias da CBTKD.
Todas estas entidades cuidam de uma modalidade esportiva e marcial chamada taekwondo. E ensinam a mesma coisa. Por que então dificultar a entrada de uma Liga nos quadros de uma federação e da CBTKD para que os atletas daquelas entidades, que desejarem, disputem as competições estaduais promovidas? Não há explicação plausível para tal impedimento. Tal negativa chega a ser até um tanto burra.
A Federação poderia muito bem aceitar a filiação da LIGA estadual (ou como filiada ou tão-somente como entidade vinculada), bem como o registro dos praticantes, alunos dos professores e mestres daquela entidade. Qual o problema? A legitimidade das graduações da LIGA? Isso é com eles. A Federação não precisa se meter nessas questões internas. Pra quê? Eles permanecem com a vida própria deles, organizando os seus eventos normalmente. A entidade estadual por sua vez apenas cumpre o seu papel social dentro das premissas Olímpicas. Na verdade, a federação só tem a ganhar com isso. O praticante da Liga é quem terá taxas a mais a pagar.
Existe uma sensação de que alguns dirigentes querem que o taekwondo seja exclusividade de uma só entidade. Gente, estamos no Brasil. A Lei daqui é clara nesse aspecto. O COB está começando a perceber o isolamento imposto a diversos praticantes de taekwondo. Isso pode gerar um problema sério.
Do lado da CBTKD, o presidente, grão-mestre Jung Roul Kim, poderia facilmente acabar com este problema aceitando além da LIGA em seus quadros (o que não daria absolutamente a ela poder de voto), o registro e a participação dos atletas desta entidade nas suas competições seletivas.
Feito isto, acabava-se o problema.
A menos que no meio desse impasse estejam os EXAMES DE FAIXA PRETA cuja fatia os dirigentes das federações não abram mão de abocanhar. Aí é outra história.
No fundo, no fundo, a impressão que me passa é de que tudo está ligado A ISSO.

Conclusão: Sempre os exames a impedir que a coisa ande.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Triste regulamento para o Taekwondo brasileiro

O regulamento para a formação da nova Equipe Olímpica Permanente 2011 publicada no site da CBTKD me parece preocupante. Já publiquei aqui no BLOG minha opinião sobre a fórmula de uma Equipe fixa para um ano inteiro de competições. Sou radicalmente contrário e considero um projeto totalmente anacrônico e tendente a não dar certo. Torço para estar errado, mas não posso deixar de ver a fórmula de selecionar atletas de forma mais simples, mais objetiva e menos inventiva como a mais sensata. Mas no caso da seleção para essa EOP que se definirá no final do ano de 2010 há certas exigências desnecessárias e que acabam, na prática, não ajudando em nada. Pelo contrário, traz dificuldades aos atletas, que já sofrem em alguns estados por não se relacionarem bem com algumas federações e que vão ter que se desdobrar para cumprir tais exigências da CBTKD. Querer dos classificados que apresentem até novembro o diploma da Kukkiwon é uma maldade. É um preciosismo desnecessário. Vamos imaginar que surja um proeminente talento do taekwondo, pegando a faixa preta em outubro, vencendo a Copa Brasil em novembro e tendo que se desdobrar até o dia 30 do mesmo mês para ter o registro da Kukkiwon. Por favor, se realmente não há segundas intenções nessas tomadas de decisões, que haja pelo menos bom senso.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Um resumo do escárnio dos Exames no Brasil

O taekwondo chegou ao Brasil em 1969, em Cruz das Almas, Bahia, pelas mãos do mestre Jung Do Lin. Os coreanos detentores do saber da modalidade foram chegando na década de 70 e se instalando por todos os cantos do país e abrindo suas academias para o ensino da arte marcial. Paralela ao ensino, foi trazida também uma instituição chamada exames de faixa. O aprendiz pagava para aprender a modalidade, mas se quisesse trocar de faixa, precisaria dispor de recursos para honrar com honorários dispensados a estes mestres que o examinaria a uma nova graduação. Tendo em vista o fato de serem estrangeiros e dedicarem a vida unicamente ao ensino de uma modalidade para cujo desempenho físico após 30 ou 40 anos de profissão não seria mais a mesmo, o exame foi uma boa sacada no que visava formar um pecúlio para a aposentadoria desses mestres, desde que isso fosse calcado em forma distributiva correta desses honorários, cujos percentuais contemplassem de forma gradiente todos os que passassem a ensinar, independentemente da graduação que possuíssem. Se assim o fizessem, hoje, na casa dos 70 anos, estariam recebendo percentuais pequenos de todos os discípulos e nenhum deles se negaria a dispensar ao velho mestre o percentual que lhes coubesse. Isso porque um mestre de idade mediana, hoje, será também, no futuro,um velho mestre. Agora imaginemos quantos faixas-pretas foram formados pelos grão-mestres Jung Roul Kim e Yong Min Kim.

Nunca quiseram distribuir a renda

No início os coreanos eram os únicos em condições de examinar e os únicos a receber tais honorários. À medida que os alunos iam se tornando faixas-pretas e, conseqüentemente, novos fomentadores da modalidade, os coreanos introdutores fortaleciam esta instituição, pois aumentavam sobremaneira o montante a receber dos alunos dos alunos. Os novos instrutores brasileiros, apesar de ensinar, não podiam examinar por força da baixa graduação. Por conta disso, não recebiam um tostão de honorários.
No decorrer da década de 70 e já chegando aos anos 80, quando alguns instrutores começavam a achar injusto este tipo de conduta, o discurso dos introdutores coreanos era o de que para receber honorários, somente se fossem mestres 4º dan. Essa condição somente os coreanos possuíam. Com a criação das federações e da CBTKD, e também com a formação dos primeiros mestres brasileiros (os quais teriam a sonhada autonomia), atrelaram o exame de faixa ao estatuto das entidades e criaram um regulamento para poder dizer quem teria ou não capacidade de examinar no Brasil. Deram uma carta branca aos presidentes das federações para que indicassem os examinadores de seus estados. Os presidentes eram alçados a condição de grão-mestres e passavam a indicar a si mesmos para serem os donos do pedaço. Os demais mestres, por sua vez, ficavam impedidos de examinar seus faixas-pretas a não ser com autorização do presidente. Uma brincadeira!!!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Significado prático de se possuir um “P” do CREF

Aos 15 anos três amigos começaram a treinar taekwondo. O mestre dos três os ensinou todas as técnicas da arte marcial, bem como a melhor forma de repassa-las aos novos alunos. Os três ingressaram juntos na faculdade. Cada qual escolheu um curso distinto. Um escolheu fazer Educação Física, o outro Administração e o terceiro Direito.

O que escolheu Educação Física, permaneceu treinando e encontrou uma academia para ensinar o taekwondo. Nos anos de faculdade treinou regularmente e ensinou taekwondo em alguns colégios. Aprendeu as bases de diversas modalidades esportivas e ao se formar, tinha uma visão bem mais ampliada dos esportes no geral.

O que optou pela Administração, fez seu curso regularmente. Todavia, dedicou-se inteiramente ao conhecimento do taekwondo.Viajou para diversos países do mundo e interagiu com mestres de diversas escolas de taekwondo. Passou a ensinar a modalidade, calcado em diversas experiências apreendidas.

O terceiro amigo, ao mesmo tempo em que estudava direito, mantinha seus treinamentos regulares, além de ensinar a modalidade em colégios e clubes. Era fascinado tanto por competição como pelo aperfeiçoamento das técnicas dos poomsaes. Ávido leitor, conhecia como ninguém a evolução técnica do taekwondo competitivo no mundo. Sabia como ensinar as técnicas de competição, bem como preparar técnica e taticamente um praticante interassado em competir. Desenvolvia todo o seu trabalho em parceria com preparadores físicos especialistas em treinamento desportivo.

O primeiro, formado em Educação Física, obviamente possuía CREF.

O segundo (administrador) era registrado em seu Conselho de Administração, obviamente não possuía CREF.

E o terceiro (advogado) tinha registro na OAB, por que teria CREF?

Se um aprendiz quisesse apenas praticar arte marcial, a quem você o indicaria?

Se um aprendiz quisesse tornar-se um grande campeão, a quem você o recomendaria?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Colete eletrônico: CBTKD tem que viabilizar facilidade de aquisição

Com a chegada dos protetores eletrônicos, que vieram para ficar, descortina-se uma realidade para a qual é preciso que técnicos e atletas estejam atentos. As grandes escolas mundiais de taekwondo dos países que se destacam em competições mundiais já dispõem para o treinamento do dia a dia de seus atletas os tais coletes.

No Brasil, é preciso urgentemente que a CBTKD crie mecanismos para que a comercialização desses protetores seja facilitada, para que atletas interessados possam compra-lo.

É necessário acrescentar que as competições estaduais por todo o país estão ocorrendo ainda com os protetores convencionais. Sabe-se que o equipamento é caro, todavia é preciso envidar esforços para que as federações possam ter pelo menos quatro coletes em pleno funcionamento visando às competições estaduais e o costume com o encaixe dos socos e chutes.

Por outro lado, sabe-se que as federações não têm dinheiro em caixa para tal investimento. Cabe a CBTKD fazer a sua parte. A entidade nacional precisa compreender a importância dessa aquisição por parte das entidades estaduais. Em contrapartidada deve exigir que as competições estaduais, organizadas pelas federações, sejam realizadas com tais equipamentos, bem como devem fiscalizar se não vão desviar a utilização do equipamento para treinamento de atletas mais chegados aos próprios dirigentes.

Em suma, estamos perdendo tempo. Estamos ficando para trás. No Brasil, poucos atletas já lutaram com coletes eletrônicos. Cabe a CBTKD começar a pensar nessa situação de suma importância para um melhor desenvolvimento técnico de nossos atletas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Taekwondo brasileiro precisa encontrar o caminho certo

Às vezes eu fico a pensar por que complicar coisas tão simples como por exemplo formar uma seleção nacional para competições internacionais. É difícil acreditar no sucesso de nossos atletas lá fora, mesmo torcendo por eles. Já no sucesso da Natalia Falavigna não temos dúvida, pois ela tem toda uma estrutura de apoio e a própria equipe de trabalho e ninguém a obriga a fugir de seu treinamento já pré-estabelecido visando as competições internacionais. Mas a Natalia é um caso a parte. No entanto, nem por isso, mereceria tratamento diferenciado no que concerne ao que seria melhor para o taekwondo brasileiro.
Vejamos o seguinte: A Equipe Olímpica Brasileira foi formada no início do ano por um grupo de atletas vencedores de uma Seletiva Fechada, para representar o Brasil nas competições internacionais ao longo de 2010. Todos os demais postulantes brasileiros que almejam a mesma oportunidade só a terão em 2011. Isso se vencerem os atuais titulares em nova Seletiva Fechada, já previamente marcada no final do ciclo.
Os postulantes que enfrentarão os atletas da EOB em momento seletivo único serão escolhidos em competições regionais e no Open Cidade Maravilhosa. Desses eventos retirar-se-ão campeões e vices. No entanto, das seletivas do Norte e do Nordeste, a proposta é que somente se classifiquem os campeões. A argumentação para esta tomada de decisão é a de que o nível técnico dos atletas destas regiões está abaixo do esperado e que basta apenas um. Ora, quer melhor oportunidade para melhorar o nível técnico de um atleta como a de pô-lo frente a frente com os melhores do Brasil? Felizmente, ficamos sabendo após publicação desse texto, que, por pressões políticas, os vice-campeões do Norte e do Nordeste também serão selecionados.
É preciso ter visão holística desse momento, para consequentemente se ter uma visão de crescimento do taekwondo competitivo brasileiro.
O pensamento de um dirigente não pode estar atrelado afetivamente ao dos atletas. O dirigente tem que pensar no melhor para o país. E o melhor para o país é termos durante um ano inteiro outros competidores na cola dos campeões.
A CBTKD tem que repensar o formato atual. Está mais do que provado que ele não dá certo.
A confusão de entendimento, em minha humilde opinião, reside no fato de que insistem em tratar o taekwondo como esporte coletivo. Mesmo no coletivo, os atletas lutam por seus clubes em competições estaduais e nacionais. Se juntam com a Seleção em épocas pré-determinadas e podem ser excluídos a qualquer momento.
Se o COB exige da CBTKD uma EOB (o que aliás não deveria e nem poderia exigir), porque quer pagar salário aos atletas, que ela continue a ser formada. Tudo bem. O cara que vencer a Seletiva Fechada fica durante aquele ano recebendo um salário. Sem problema. Mas isso não pode determinar que este atleta já esteja definido para todas as competições internacionais. Ele precisa estar melhor que todos os brasileiros de sua categoria na ápoca da competição. E para essa aferição, somente uma seletiva aberta e outra fechada. É nessa hora que faz falta um ranking, o qual me orgulho de ter criado em 2001 e que foi sumariamente deixado de lado a partir de 2003.
E para terminar, vejam o caso do Neymar do Santos. Se a CBF seguisse o modelo da CBTKD, com certeza ele já estaria fora da Copa. Pode até não ser convocado, mas todos nós sabemos que é um talento que pode fazer a diferença.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Professores sem CREF fora das Olimpíadas Escolares

É vergonhoso o posicionamento da CBTKD em razão do Regulamento Geral das Olimpíadas Escolares nas competições de taekwondo. A exigência de que os técnicos dos atletas sejam obrigados a ter registro do CREF para que possam sentar-se como técnicos na hora das lutas é simplesmente a demonstração cabal de que as entidades de administração de nosso esporte não sabem ou não querem se posicionar a uma regra completamente sem propósito.
A exigência, além de ilegal, é totalmente contrária a uma maior participação de praticantes em tais olimpíadas escolares. O COB não se toca sobre um fato deveras importante: os professores de taekwondo no Brasil não são formados em Educação Física, tampouco ensinam somente em colégios. Os que ministram aulas em instituições de ensino não perfazem a totalidade dos professores e mestres desta modalidade.
Os verdadeiros fomentadores do taekwondo brasileiro trabalham em academias e Clubes. O COB não está atento às mais recentes decisões tomadas por juízes federais desconsiderando a obrigatoriedade de o professor de artes marciais se registrar em tais Conselhos. No entanto, engessa quem ensina a modalidade na hora das competições escolares. Esquece-se que sem esse professor ensinando, o taekwondo brasileiro vai para o espaço. Será que temos tantos professores faixas-pretas formados em Educação Física para ensinar a modalidade de forma satisfatória por todo o Brasil?
Na outra ponta, a falta de auto-estima dos dirigentes brasileiros é de causar tristeza. Frente à uma decisão como a que consta no tal regulamento escolar, teriam que entrar com um Mandado de Segurança para garantir a participação dos professores desses estudantes em tal evento.
A CBTKD fica inerte a esse absurdo. Aonde vamos chegar com isso?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Fábio Goulart critica treinadores ausentes ao curso de Gato

Fiquei bastante decepcionado com o Fábio Goulart, quando li em seu blog o texto agressivo com o qual se dirigiu a todos aqueles que não participaram do curso do preparador físico da Seleção Olímpica de Taekwondo do México, Pedro Gato.
Fábio foi no mínimo deselegante ao expressar o pensamento de que os ausentes não compareceram porque acham que não têm nada o que aprender com o excelente preparador.
Achei uma afirmação infeliz, sobretudo de um sujeito que é referência para muita gente no Brasil e que hoje ocupa um cargo importante dentro da CBTKD.
Eu mesmo gostaria imensamente de ter podido participar, mas não tinha como largar o meu trabalho, da mesma forma que diversas outras pessoas não puderam pelos mais variados motivos.
Na verdade eu não consigo imaginar de onde o Fábio tirou a idéia de que muitos treinadores não foram ao Seminário por se acharem auto-suficientes e não terem nada o que aprender com o excelente preparador físico.
Agora, se eu tivesse na posição de Supervisor Técnico da CBTKD, envidaria esforços para que cursos como esse fossem itinerantes e rodassem por todo o Brasil e acontecessem aos finais de semana, visando assim a democratização do conhecimento.
Apesar de não estar mais militando nas frentes competitivas, senti-me mais atingido, porque parecia que o ataque era dirigido aos cariocas.
Se não foi essa a intenção do nosso campeão, essa foi a impressão que ele deixou passar.

sábado, 17 de abril de 2010

Regras para crianças: até que em fim

Em dezembro de 2002 eu estava ajudando a CBTKD a organizar o Open Cidade Maravilhosa de 2003 e consegui convencer o presidente Yong Min Kim de que crianças e jovens na puberdade não deveriam lutar como adultos. Ele me deu carta branca para tocar o projeto que eu tinha em mente. Com muito zelo e carinho idealizei as regras de competição para crianças até 14 anos.
As regras eram bastante simples. A partir dos 6 anos, os competidores seriam divididos por faixa e por idade. Já de cara, um dos grandes vilões das competições infantis seria afastado: o WO, pois dificilmente isso ocorreria.
A arbitragem seria peça fundamental para o sucesso do evento, pois o Árbitro Central, por exemplo, tinha a missão de ficar atento à força do chute aplicado, punindo com perda de um ponto aquele que atingisse o seu oponente. Nessa campo, destaco a capacidade do árbitro Vinícius Garbelloti em conseguir captar perfeitamente as regras e as repassar exemplarmente aos demais árbitros da competição.
Os juízes laterias, em número de 3, por sua vez, marcavam em papeletas os toques aplicados com a devida técnica, mas sem o impacto. A figura do placar eletrônico também foi abolida, pois nenhuma criança precisa ficar sabendo que perdeu por 7 ou 8 x 0.
Ao fim da disputa, o resultado era informado de imediato ao Àrbitro Central que, de imediato, proferia o resultado. Simples, sem traumas e sem ninguém machucado.
Sofri muita resistência por parte de diversos técnicos pelo Brasil afora, os quais justificavam a importância de crianças lutarem como adultos como forma de se prepararem para quando estivessem com 14 anos na categoria juvenil.
Procurava explicar a estas pessoas o equívoco que cometiam, respaldado em estudos científicos. Tentava expor a eles que era aos 14 anos que se deveria começar a verdadeira preparação, para que aos 17 anos ele estivesse pronto para a categoria adulto.
Torço para que a CBTKD desenvolva uma regra que proteja as crianças que praticam taekwondo e que não as tratem como atletas, pois ainda não o são. E que não inventem um mostrengo e piorem ainda mais as coisas para as nossas crianças.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Encontro com meu ídolo

César de camiseta esverdeada. Na ponta esquerda, o mestre João Henrique (um dos mais antigos do TKD brasileiro) e na outra ponta (ao lado de César), meu amigo Carlos Fernandes, presidente da Federação do Rio


Depois de 30 anos revi uma das pessoas que mais admirei dentro do taekwondo. Seu nome Luiz César Silva. Aos 16 anos, quando comecei a treinar com o mestre Jung Roul Kim, na Rua da Carioca (centro do Rio), me deparei com essa figura. Ele simplesmente fazia o que queria com as pernas e com quem estivesse a sua frente.

A técnica de César era de impressionar. Ele treinava 8 horas todos os dias e foi o motivador da excelência em meus treinamentos. Foi ele quem me fez compreender a importância de se treinar diariamente e de executar não menos que mil chutes por dia.

O encontrei na II Etapa do Campeonato Carioca, na cidade de Volta Redonda. Fiquei imensamente feliz em vê-lo novamente.

Minha admiração por esse grande lutador era maior porque nos combates dentro da academia ele era incapaz de se aproveitar de sua superioridade, mesmo com praticantes mais graduados que ele.

Em 1981 ele se afastou do taekwondo Môo Duk Kwan por divergir da política implementada pelo mestre Jung Roul Kim. Foi uma perda irreparável para o taekwondo brasileiro


MP gaúcho proíbe criança de lutar como adulto

Fiquei muito feliz quando li no site Tkdlivre que o Ministério Público do Rio Grande do Sul proibiu que crianças naquele estado compitam nos mesmos moldes que adultos e adolescentes. O MP firmou um acordo com a Federação gaúcha em defesa das crianças praticantes de taekwondo. O promotor gaúcho Luciano Dipp Muratt tomou a decisão mais acertada em favor da manutenção desses jovens dentro da modalidade. A não exposição de crianças aos fortes golpes (mesmo com toda a proteção), além de ser a garantia da preservação físico-psicológico da criança, possibilita que professores não percam alunos.

O trabalho junto ao MP gaúcho é do mestre Juliano Tomé, um especialista em direito desportivo que vem contribuindo enormemente com algumas lutas em favor do taekwondo brasileiro. Ele é um dos que também lutam contra a ilegalidade dos exames de faixas.

Venho lutando para que os dirigentes mudem o foco das competições para crianças, retirando os placares eletrônicos, os chutes fortes nos protetores, concebendo apenas (no frente a frente) a exposição da técnica sem o contato. Competição sem contato físico evita a pesagem; as categorias são feitas por idade. Evita que alguns professores cometam o absurdo, por exemplo, de expor uma criança com 35 quilos a ficar em jejum para perder peso.
Espero que a decisão do promotor gaúcho reflita em outras federações e que a CBTKD possa se sensibilizar e decretar, por meio de sua direção técnica, o fim das competições das categorias mirim e infantil nos moldes em que lutam adolescentes e adultos.
As categorias de peso mirim e infantil foram inventadas há mais de 20 anos sem nenhum critério técnico.

terça-feira, 9 de março de 2010

Primeiro a arte marcial, depois a competição

Outro dia estava revendo uma fita minha de 1984. Foi quando pela primeira vez uma equipe coreana esteve no Brasil para fazer um intercâmbio. Eram 10 categorias. A minha era a segunda. Lutei contra um coreano chamado Ham Jum, que viria a se tornar campeão mundial 5 anos depois. Daquela equipe gloriosa do Brasil, apesar de muito esforçado, sabia de minhas limitações e não havia como fazer muita coisa frente aquele coreanozinho de apenas 16 anos, como fizeram Carlos Eduardo Loddo (O Caroço) e Carlos Fernandes (O Carlinhos). Ambos deram muito trabalho aos coreanos.

Naquela época, o taekwondo era muito praticado no Rio e em todo o Brasil. No dia desse memorável encontro Brasil X Coréia, o Tijuca Tênis Clube estava lotado.

Daquele momento em diante o taekwondo arte marcial (praticado por nós brasileiros) não seria mais o mesmo. Ele passaria a ser o taekwondo competição dos bandais, dos clinches, dubais etc. Enquanto levantávamos a perna para aplicar nérios, yops e mondolhos, os coreanos entravam bandal por baixo e tolhos puxados de trás com velocidade impressionante.

A promessa de que a arte marcial se tornaria esporte olímpico tirou o foco da grande maioria dos professores que passou a formar atletas de competição, deixando a de lado a preocupação com a essência da arte marcial.

Coincidência ou não, o fato é que os praticantes começaram a sumir das academias. Os professores custaram a entender que o foco no olimpismo não poderia ser o carro chefe de suas academias. Os professores deveriam continuar a enfatizar os Ap Tchaguis (acompanhados de dois socos), os Yop Tchagui e Kulo Yop Tchagui (semi-pulo que notabilizou Bruce Lee) e, sem dúvida, não negligenciar com os saltos e giros, movimentos que sempre caracterizaram o taekwondo.

O taekwondo enfeiou e afastou o praticante. Custou e ainda está custando o professor entender que o aluno, primeiro entra na academia pensando em aprender a se defender. Depois, com o decorrer das aulas marciais, é que se descobre, ou não, competidor.

A CBTKD e as Federações de todo o Brasil precisam parar e refletir sobre este assunto, pois só teremos um bom número de bons competidores se primeiro tivermos uma enorme quantidade de praticantes treinando nas mais diversas academias de todo o Brasil.

sexta-feira, 5 de março de 2010

TAEKWONDO BRASILEIRO AGONIZA

É com muita tristeza que vejo hoje os caminhos pelos quais estão sendo conduzidos o taekwondo brasileiro. Cada dia que passa fico mais decepcionado com o jeito de administrar da Confederação Brasileira de Taekwondo, que tem como titular o grão-mestre Jung Roul Kim, quem me ensinou todas as técnicas de arte marcial do taekwondo. Pessoa que respeito como grande conhecedor da arte marcial, mas que me oponho frontalmente quando o assunto é administração de entidades. O grão mestre não está indo pelo caminho certo, pois em vez de divulgar o taekwondo de forma mais incisiva, esquece-se que esse seria o principal papel que deveria desempenhar.
No aspecto técnico, o meu amigo Fábio Goulart também utiliza um sistema que, na minha opinião, é completamente furado. Pra mim, esse negócio de seletiva no início do ano mantendo os atletas na seleção durante todo o calendário esportivo da CBTKD não é o mais sensato. No entanto respeito suas intenções.
Eu sempre disse ao Fábio, ao Madureira, ao Negrão e a diversos outros treinadores que é preciso fazer com que os atletas brasileiros tenham a oportunidade de fazer intercâmbio internacional dentro do próprio país. E para que isso aconteça, basta que ocorram competições seletivas com a aparticipação dos principais atletas. Eu não entendo como até hoje, por exemplo, o Mauro Hideki e o próprio Fábio nao criaram o ranking nacional.
O Mauro é um cara supercompetente. Ele, juntamente com o Fábio, o Madureira e o próprio Negrão, criariam um ranking com os pés nas costas. Isso seria o primeiro passa de diversos outros que precisam ser dados.