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Aqui discutimos o taekwondo nacional em todos os seus aspectos: desportivo, marcial e olímpico. Estaremos publicando artigos sobre ideias até o momento não implantadas em nosso taekwondo, bem como entrevistas com profissionais de diversas áreas do esporte e de outras artes marciais.
Marcus Rezende
Quando se verifica as chaves da Competição Brasileira por clubes, que aconteceu neste final de semana na cidade de Manaus, é que se pode ter a real ideia do grau de desleixo com o taekwondo brasileiro. Ao avaliarmos que esta é uma competição entre equipes de todo o Brasil, sem a intermediação das federações, não há como achar normal apenas 110 faixas pretas inscritos, divididos em 16 categorias. Uma trágica média de 6,8 atletas por peso. Só para reforçar o exposto, na categoria masculina, até 68 Kg (a que normalmente tem mais atletas), somente oito faixas pretas se inscreveram. Este número inexpressivo no Brasileiro Interclubes (que a meu ver deveria ser a competição mais importante do calendário brasileiro), é a prova cabal de que o taekwondo do Brasil não merece ter à frente da confederação gente com esse nível de competência e comprometimento.
No entanto, não é difícil entender por que os professores, mestres, treinadores e técnicos das equipes de taekwondo do Brasil não se deslocaram a Manaus com seus atletas. Eles já não acreditam no projeto desse grupo que se apossou da CBTKD, tampouco na seriedade daquele que está à frente da entidade. Isso porque o presidente provisório em exercício já há muito tempo perdeu a credibilidade perante os diversos professores e mestres deste país. No Rio de Janeiro, a impopularidade dele chegou a níveis altíssimos. Parte deste descrédito podemos certamente creditar a total falta de transparência no processo que elegeu Eduardo Guerra à presidência da Federação do Rio e da atual interinidade dada a Rogaciano Filho, como presidente da mesma federação. Os taekwondistas cariocas e fluminenses não estão entendendo nada.
Sempre é bom deixar claro, que as críticas não são para as entidades; estas merecem todo o respeito, pois estão muito acima dos gestores que por elas passam.Você sabia:
que até o momento, o presidente provisório em exercício da CBTKD não providenciou aos participantes do curso da Kukkiwon (que pagaram R$ 250 pelos dois dias de curso) os certificados de participação? E que Também não entregou os certificados do curso do Jean Lopez (R$ 80)? No caso dos diplomas de dan da Kukkiwon, a entrega está sendo feita em suaves prestações. UMA BRINCADEIRA!!!
Parabéns, grão-mestre, pela inciativa.
Você sabia:
Que em 2011 a Confederação Brasileira de Taekwondo fez um empréstimo de R$ 2 mil à Federação do Rio de Janeiro e que na Assembleia de Prestação de Contas deste ano, somente três federações (MG, RO e SP) questionaram o mimo à entidade do Rio? Fica também a pergunta: onde estavam os olhos dos conselheiros fiscais da entidade?
O taekwondo precisa de uma solução. E isso é urgente. As continuadas administrações incompetentes da CBTKD e de grande parte das federações estaduais está causando um irreparável dano ao futuro desta modalidade no Brasil.
Os atletas, professores e mestres, os que formam a base de todo o processo de surgimento de talentos, estão literalmente abandonados pelas estruturas administrativas. Parte significativa dos presidentes se preocupam mais com a arrecadação dos exames de faixa (ou com algum cargo dentro da entidade máxima), do que, por exemplo, com o reduzido número de praticantes registrados às entidades. E eles pouco se importam com a evasão de seus filiados. O dinheiro público está jorrando em CAIXA. Mesmo sabendo que a legislação desportiva preveja como imoral a duplicidade de funções, alguns presidentes não abrem mão dos cargos remunerados. Alguém pode entender isso como compra de voto? Você, leitor, entenderia assim? Em meio a excrescência, o fomento da modalidade, sobretudo o da arte marcial, está à míngua. Alguém tem que tomar a rédea de uma ação que traga, de forma congregadora, as agremiações deste país afora para um caminho participativo nas esferas competitivas de luta, arte marcial e poomsae.
Se o taekwondo continuar dependendo do sistema atual, viciado, com gente incompetente à frente das administrações que se sucedem, vamos continuar amargando derrotas em todos os níveis. É preciso que alguém assuma a ideia de trazer, sem intermediários, todas as associações deste nosso grande Brasil para um grande congraçamento.
Sobre os resultados do Mundial Juvenil, é preciso dizer o seguinte: mesmo se o Brasil estivesse fazendo a coisa certa no que se refere ao taekwondo de alto rendimento, os resultados poderiam não ser diferentes dos que estamos vendo agora no 9º Campeonato Mundial no Egito, pois o nível internacional está muito alto. Porém, os resultados das lutas não seriam tão acachapantes como os que vimos em algumas categorias. E é isso que chama a nossa atenção para o sinal de alerta que já deveria estar ligado. Em alguns combates, os brasileiros foram derrotados por 13 X 0 e 14 x 0 e nenhum dos 13 atletas que compunha a reduzida equipe sequer chegou às quartas de final.
A diferença técnica, que não era tão grande em outros tempos, hoje é cavalar. Lembro-me que na segunda metade da década de 90, Márcio e Marcel Wenceslau, Diogo Silva e Walasse Ayres entre outros pequenos jovens brasileiros davam trabalho a turma internacional. Lembro-me também que, cada praticante tinha liberdade para se planejar em conjunto com seu técnico e que as seletivas para os eventos internacionais eram próximas às competições, mesmo da forma ilógica de seleções estaduais. Não havia grana pública para levá-los, mas eles já sabiam e se planejavam antes.
Eu sempre falei isso e vou repetir, os treinadores brasileiros, os formadores de atletas, estão desestimulados e não estão formando mais talentos. Há ainda alguns heróis que continuam tentando desenvolver um bom trabalho. Mas isso é muito pouco para o tamanho do Brasil. O desalentador é que há uma forte tendência a que estes abnegados também (daqui a um tempo) venham a desistir de formar atletas. Ademais, professores e mestres que possuem praticantes jovens matriculados em suas academias, não fazem a mínima força para que os meninos enveredem para o caminho do alto rendimento. Não vale a pena, pelo menos neste momento, onde uns poucos dirigentes se acham os donos do taekwondo no Brasil. O país está ficando muito pra trás. Isso porque o sistema desportivo da modalidade é anacrônico e fisiológico.
A receita é muito simples. Mas muito simples, mesmo. O problema é que os caras continuam complicando, porque são vaidosos e não aceitam dizer que estão errados ao manter a política destrutiva de Seletivas por federações, equipes formadas em ano anterior para o ano seguinte e, ainda, entre outras coisas, quererem ser responsáveis pela formação técnica dos atletas. Deixem isso com as academias, com os clubes e seus treinadores. Trabalhem em cima do fomento, pois entidade de administração estadual não tem a função de formar seleção, tampouco preparar atletas.
Mas um dia eles aprendem, ou, quem sabe, alguém assume esse trem e faz a coisa certa. O TAEKWONDO BRASILEIRO ESPERA!
O presidente em exercício da CBTKD, Carlos Fernandes, não cansa de sofismar. A técnica utilizada para induzir os incautos ao erro, agora chegou ao paroxismo. A entrevista que ele concede ao site que ele mesmo comanda, por ora, chega a ser uma afronta aos atletas que foram cortados de última hora e que não viajaram com os demais, bem como aos que pagaram do próprio bolso para competir no Campeonato Mundial Juvenil.
Ficaria mais bonito para o presidente reconhecer que errou e explicar os fatos e não utilizá-los a seu favor. Em nota de repúdio a Federação do Distrito Federal, abre os microfones do seu site institucional para dar realce à insatisfação da comunidade taekwondista brasiliense, ressaltando o fato como “erro grosseiro de planejamento da CBTKD, de flagrante negligência, despreparo e total falta de responsabilidade administrativa e técnica da entidade”. E arrematam avisando que os pais dos alunos vão correr atrás dos prejuízos causados a seus filhos e que provocarão o Ministério Público Federal.
Em entrevista ao site da própria entidade (tem que ser lá, ou então na nova gazeta gazeteira do ilusionista Junior, um blog criado, não é preciso dizer por quem), o leitor percebe um discurso presidencial completamente destoante da realidade. Aliás, se a entrevista fosse concedida a qualquer outro jornal, ele teria que explicar detalhadamente o que houve para que deixasse ocorrer o vexame relacionado à Seleção Brasileira Juvenil que viajou para o Egito com 13 dos 20 atletas, no dia 02 de Abril, às 18:45, e só foi chegar ao local do evento no dia 04, ás 15:30, quando as equipes já haviam se perfilado para a solenidade de abertura.
O mais triste nesse episódio de representatividade brasileira esteve no fato de que o Delegado da Seleção Brasileira não foi um brasileiro, mas sim um português: César Valentin. Nada contra a pessoa do português. Ele foi o porta-voz da Kukkiwon aqui no Brasil, quando o órgão internacional realizou em Novembro passado o Curso Internacional e o Teste Especial de Equivalência de Dan. É até um sujeito muito educado e agradável. Mas cá pra nós, alguém consegue imaginar um brasileiro Delegado de seleções como a da Espanha, do México, dos EUA, de Portugal, etc? JAMAIS. Mas nesta gestão ÚNICA, isso aconteceu. Mais UMA para ficar na história desta mandato tampão.
O presidente fala com a maior tranquilidade sobre os problemas de falta de patrocínio para levar a equipe juvenil ao Mundial, justificando o quase cancelamento da viagem. Então, por que não avisou aos jovens, com antecedência, que não iria pagar a passagem deles? Para que o leitor saiba, alguns dos atletas que embarcaram pagaram do próprio bolso seus bilhetes aéreos. Os meninos de Brasília poderiam fazer o mesmo.
O mundo de sonhos vivido pelo nosso presidente, de que tudo está perfeito, de que o Uruguai o apoia para trazer o Mundial para cá, não deve ser o mesmo mundo que estão vivenciando os nossos atletas juvenis. Sobretudo Igor Lausen e Gabriel Alves, que foram cortados do sonho de participar de um Mundial Juvenil.
Foi muita pressão por parte dos jovens atletas da Seleção Brasileira Juvenil, bem como do vice-presidente da Federação de Taekwondo de Minas Gerais, Marcelino Barros e do presidente da Federação de São Paulo, Yeo Jun Kim, para evitar que o Brasil pela primeira vez deixasse de disputar o Mundial da categoria.
Um e-mail encaminhado pela Gerente Administrativa da CBTKD, Maria Lúcia Ferracioli, no dia 30 de Março, comunicava aos atletas que a Agência de Viagens Tamoyo não pudera confirmar a emissão dos bilhetes aéreos. A mensagem se fazia assinada pelo Presidente da entidade e o Coordenador técnico, Junior Maciel (presidente da Federação do Amapá). Porém, na tarde de domingo, depois de muita pressão, a CBTKD conseguiu reverter o jogo e embarcar, nesta segunda, 13 dos 20 atletas que deveriam compor a Seleção para o 9º Campeonato Mundial Juvenil, no Egito, que começa nesta quarta, dia 04.
Agora é torcer para que os meninos consigam chegar em bom estado físico e psicológico para os combates e que o Brasil já tenha na cidade egípicia alguém para representá-lo, no Congresso Técnico.